sexta-feira, 27 de setembro de 2013

PRODUZIR INTERNAMENTE OU EM FACÇÕES ?


A grande dúvida de certos empresários do ramo de confecção é se a produção deverá ser interna ou externa. Eu diria que depende da situação e são vários os motivos que me fazem pensar assim, vejamos:-

1. Para se produzir externamente é necessário que se tenha utilizado todos os recursos de mão de obra e equipamento da fábrica, ou seja, aproveitamento completo.

2. A partir dessa resposta, no caso de ser positivo, o que mandar fabricar fora? Geralmente as empresas mandam para as facções os produtos mais fáceis e produzem internamente aquilo que é mais sofisticado. Grande erro! Pois advogo em favor de se fazer o mais fácil internamente a fim de obter maior produtividade, pois os preços fora são pré-estabelecidos e se a facção não obtiver eficiência, não é a empresa que pagará a conta. Lembrar que a facção recebe por peça e a costureira interna não, pois eficiente ou não, seu salário será o mesmo, aí a necessidade de se obter bons resultados internos e logicamente fabricar aquilo que é mais simples permitirá maior facilidade em ter boas eficiências.

3. Outro fator de deverá ter um peso determinante nessa decisão está relacionado ao número de peças por modelo. Quanto maior o número de peças por modelo maior o interesse em se fabricar internamente. Aqueles modelos com poucas quantidades é interessante que sejam fabricados externamente, pois não poderemos nos esquecer de que o momento crítico da produção é a troca do modelo, sendo assim, quanto menor o número de peças do mesmo modelo, menor a eficiência. Lembre-se mais uma vez – precisamos ser eficientes internamente.

4. Feitas essas análises é importante saber o custo do produto se for fabricado internamente, a fim de saber pagar um preço justo ao seu faccionista. Nunca achar que ele é ingênuo e tentar pagar um preço baixo, ao mesmo tempo, nunca pagar preços muito mais altos que seu custo interno. Não se esquecer de adicionar nesse cálculo de custos a administração. O motorista para levar e buscar a mercadoria, o controlador de entradas e saídas, o supervisor de oficina externa. Entre outras despesas que possam aparecer.

5. Toda vez que a empresa buscar uma “ajuda” externa deverá fazê-lo com critério e nunca para cobrir uma ineficiência interna, achando com isso que ficará livre do “problema”.

6. O acompanhamento permanente ao faccionista é fundamental, no que tange à qualidade, prazos de entrega e outros detalhes importantes, pois se lembre de que você é o responsável e responderá ao seu cliente qualquer desvio do produto, mesmo sendo fabricado externamente.

7. Saiba que o seu faccionista deverá ser seu parceiro e não aquela “oficininha” que está pronta para socorrê-lo nos momentos em que você precisa. Cuidado, a facção poderá ser necessária em outra ocasião.

8. O empresário deverá conhecer precisamente a necessidade de produção contra a capacidade de produção para saber se será necessário ou não uma costura externa.

Portanto cada empresa deverá fazer o estudo dos benefícios de se produzir internamente ou em facções!

 

 

 

sábado, 21 de setembro de 2013

A BUSCA PELA EXCELÊNCIA


 

 

Difícil falar em perfeição. Talvez ela não exista, porém, o que não pode deixar de existir é a busca por essa perfeição.

Realmente essa deveria ser a filosofia dos profissionais que por não agirem dessa forma entram numa zona de conforto e muitas vezes não percebem, muito embora mais cedo ou mais tarde acabe se atolando num mar de resultados insatisfatórios.

A filosofia do Kaisen (técnica aplicada pelos japoneses com muita eficiência) busca eternamente melhorar o método já existente. Não importa se o resultado é bom, mas o que vale é sempre buscar por resultado ainda melhor. Essa busca em crescer, em melhorar permite sair na frente do nosso concorrente e desta forma ter maior capacidade de competir no mercado.

O grande problema é que os líderes que comandam o setor produtivo, por exemplo, por não terem essa visão acabam praticando a mesmice o que contribui para a empresa “patinar” e desta forma abortam a evolução.

Aquele velho ditado que fala – “em time que está ganhando, não se mexe” é pura incapacidade ou comodismo do comando, pois até quando esse time continuará ganhando?

Evidentemente que pesa toda cultura de um povo. Os povos de países que foram atingidos violentamente por duas guerras mundiais, aprenderam a enxergar a vida de forma diferente, onde a necessidade de sobrevivência praticamente obrigou a busca de sempre melhorar aquilo que já vinha sendo feito. Nós, pobres latino-americanos acabamos achando que estamos fazendo sempre melhor. Desta forma não conseguimos evoluir em nosso processo produtivo, por exemplo. Nunca buscamos novos métodos, sempre fazendo “da mesma forma”, o que impede crescimento rápido e consequentemente perdendo para concorrentes.

Você tem a possibilidade, sempre, de buscar novas e mais eficientes formas de fazer, mesmo que já venha fazendo bem! Acontece que o medo da mudança anula a possibilidade de melhorar e nossa acomodação aborta qualquer chance de evolução. Claro, é mais fácil buscar desculpas e achar que o resultado está muito bom!

Escolha seu caminho, viva em eterna mudança ou se acomode, sempre dizendo que os seus resultados são os melhores que se poderia obter.

 

 

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

O BOM DO RUIM


Nem tudo que é ruim pode ser encarado como desastre ou fracasso, mas o segredo do sucesso está em saber extrair alguma coisa boa dessa que consideramos ruim, nem que seja somente a experiência de passar por um momento ruim.

Nossa vida é cheia de altos e baixos, os dias são diferentes e cheios de oportunidades que muitas vezes deixamos de aproveitá-las porque estamos ocupados a lamentar as coisas ruins e assistimos o tempo passar sem tirar proveito desse ruim.

Talvez aí esteja o segredo da vida, pois é impossível não termos momentos desagradáveis que tenhamos que passar. Se for impossível, então, a solução é tentar reverter esse momento que chamamos de ruim.

Só buscamos os acertos quando as coisas não vão bem, desta forma, aprendemos, saímos da zona de conforto e vamos à luta, coisa que não fazemos quando as coisas estão bem.

Extrair alguma coisa boa de um momento difícil é algo tão inteligente quanto aprendermos com um erro. Historicamente os melhores períodos da humanidade se deram pós-guerras, onde tudo parecia perdido ou em momentos de crise aguda que obrigou o homem a se “mexer” para sobreviver.

Imaginemos agora dentro de uma fábrica. É bem verdade que existem momentos tão ruins para a empresa que acaba sendo fatal para sua continuidade no mercado, mas asseguro que talvez por não aproveitar para aprender é que as coisas chegaram a esse extremo.

A empresa precisa aprender a viver com as adversidades. Existem muitas variáveis que obrigam o empresário a tomar atitudes rápidas e não ficar esperando que no último momento saia um coelho da cartola. Milagres só para santos, o empresário ainda não tem essa capacidade. Administrar quando as coisas vão bem, é fácil, o difícil é passar por momentos ruins (mercado, política governamental, crises mundiais, etc.).

Lamentar, achar que foi vítima, são coisas que roubam energia do empresário e da empresa de um modo geral, quando o certo seria buscar forças com atitudes encorajadoras e tentar o mais rápido possível passar pela turbulência. Na áurea época dos navegadores toda vez que uma tempestade atingia um barco, a tripulação remava com mais força e rapidez para sair o mais rápido possível daquela tempestade.

A lição que fica é – toda vez que nos encontrarmos em momentos ruins, agir rápido para sair da zona perigosa e assim aprender e se preparar para o próximo período ruim com mais experiência.

Na verdade o que precisamos aprender é que tudo que é ruim pode nos trazer algo de bom. Muitas vezes precisamos dar um passo para trás para podermos dar dois para frente.

Bons momentos ruins e boa sorte!

 

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

A VERDADE SOBRE A PRODUÇÃO


Nossas confecções, de um modo geral, precisam rever seus conceitos de produção.

A palavra produção fica muitas vezes limitada ao desempenho da célula de costura.

Acontece que nem sempre a falta de produção ou a baixa eficiência poderá ser creditada na totalidade ao grupo de costureiras que compõem aquela célula.

Com isso quero afirmar que em muitos casos (ou na maioria deles) os resultados negativos vêem da ineficiência da administração dessa produção. Poderemos encontrar vários problemas que chamaria de pré-produção.

A pré-produção quase sempre é responsável pelo fracasso da célula de costura. Em primeiro lugar precisamos definir o que é pré-produção.

Chamarei, a partir de agora, de pré-produção toda tarefa que antecede o serviço na célula de costura. Vejamos –

  1. O Planejamento
  2. A modelagem
  3. O corte
  4. As informações de uma ficha técnica.
  5. As peças pilotos.
  6. O abastecimento pleno.
  7. A receita de fabricação bem elaborada.
  8. Outros itens pertinentes aos modelos a serem fabricados.

A falha em qualquer item citado acima culminará com resultados negativos na célula de produção e desta forma mascará ou esconderá a verdade sobre o real motivo dessa ineficiência.

Para que possamos corrigir uma falha qualquer é necessário, acima de tudo, que conheçamos onde é a origem dessa falha, para podermos então buscar os acertos através de atitudes.

O grande problema é que o pessoal que administra essa produção (por falta de visão, de comodismo ou mesmo de competência) acaba acusando a célula de costura como vilã nessa história. Evidentemente esse fator contribui para outro grande problema – a desmotivação das costureiras da célula que de vítimas passaram a ser consideradas culpadas pelo fracasso e maus resultados.

O que está faltando, nesse caso, é uma nova visão de produção por parte dos administradores. O conceito de produção não está certo. É necessário que se diga que a célula de costura precisa no mínimo de condições de trabalho para ser cobrada e atingir números satisfatórios.

A célula de costura tem como responsabilidade alguns fatores como aplicar uma receita de fabricação, criar um fluxo de mercadoria, ter um bom ritmo de trabalho das suas costureiras, mas antes disso tudo a pré-produção é o total responsável em dar condições de trabalho para as costureiras dessa célula.  Caso isso não aconteça, não adianta cobrar os resultados dessa célula, pois milagres ela não fará.