Tenho percebido em
minhas andanças, no meio das máquinas de costura, que não existe
por parte do pessoal que administra a produção a preocupação de
fazer um estudo na forma em que as costureiras fazem as mais diversas
operações.
Até parece que o
cronometrista desaprendeu, pois se limita simplesmente a tomar o
tempo da operação independentemente se está sendo feita da forma
correta ou não. Isso me faz afirmar que é necessário diferenciar
eficiência de eficácia. Se a meta for construída em cima de uma
operação que está sendo feita de forma complexa e não
simplificada, teremos então um tempo padrão alto, problema esse que
irá mascarar os resultados além de onerar o custo operacional.
Antes de levantar o
tempo padrão de uma determinada operação é necessário estudar a
melhor maneira de fazê-la. Isso é ser eficiente, ao passo que
simplesmente fazer a operação sem critério é ser eficaz só
porque estamos fazendo num tempo pré- determinado.
Acontece que os
profissionais de tempos e métodos têm por obrigação estudar a
racionalização de tempos em cada operação, eliminando vícios que
as costureiras têm, tais como:-
- Emendar as peças, não as descartando.
- Ficar conferindo as peças depois da operação feita.
- Não posicioná-las de forma que facilite seu manuseio.
- Amarrar pacotes, matando o fluxo de mercadoria.
- Manuseio excessivo das peças.
- Não empregar um ritmo contínuo nos movimentos.
Enfim, todo movimento
que não agregue valor à operação será considerado desperdício
de tempo e consequentemente prejuízo à operação.
Na verdade esse é um
trabalho de observação que deverá ser adotado não só pelo
cronometrista, mas também à líder do setor que tem que buscar
sempre uma maneira melhor de fazer cada operação da peça em que
está produzindo.
O tempo não se
recupera, não para, portanto qualquer ganho em tempo operacional
será significativo no resultado final.
Para se obter um tempo
correto ao se cronometrar uma operação o cronoanalista deverá
tomar alguns cuidados:-
- Escolher a costureira padrão – para obter um tempo melhor.
- Analisar a operação e estudar a melhor maneira de fazê-la.
- Localizar o pacote próximo da costureira.
- Eliminar o máximo possível a movimentação desnecessária da costureira.
- Deixar a costureira “entender” corretamente o que é a operação.
- Analisar a próxima operação para verificar se existe alguma forma de facilitá-la.
- Não deixar a costureira ficar em desasia com a peça na mão.
Tudo isso que deverá
acontecer no momento da tomada de tempo, para depois cobrar a
costureira à maneira correta de executar tal operação. Aliás, os
líderes deverão exigir que a costureira produza exatamente da forma
em que a operação foi cronometrada, a fim de não existir
diferenças de tempos.
Costumo afirmar que
cada produto tem seu custo operacional, o que não poderemos jamais é
nos enganarmos tentando “fazer de conta” que estamos fazendo tudo
que poderíamos sem estudar a verdadeira melhor maneira de se fazer
determinada operação.
Como citamos acima, o
cronoanalista tem a obrigação de racionalizar tempos, mas não
apenas nas operações e também em ferramentas para facilitar tais
operações. Quando falo em ferramentas estou me referindo a
aparelhos, guias, gabaritos ou qualquer outra coisa que possa baixar
tempos a fim de reduzir custos operacionais.
Os cuidados também
deverão se estender no que diz respeito ao produto, pois muitas
vezes as estilistas não “admitem” qualquer alteração nos
modelos que criaram, mesmo que isso torne a peça inviável
economicamente. A peça pode ter ficado maravilhosa, porém se a
tornou impraticável na produção, talvez seja melhor tirá-la da
coleção até porque não podemos perder o foco – lucro.
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