sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

PRODUÇÃO X PRODUTIVIDADE


É comum encontrarmos pessoas confundindo produção com produtividade.
A produção é o resultado do processo. A produtividade é o resultado do processo avaliando os recursos utilizados para se atingir esse resultado.
Traduzindo – quando digo que minha produção é de 1.000 peças não considero os recursos que utilizei para atingir esse número, ao passo que quando digo que minha produtividade foi de 1.000 peças estou considerando o recurso utilizado.
Prefiro produzir 1.000 peças com 10 pessoas do que 1.500 com 17 pessoas.
Quando tinha 1.000 peças e comecei a produzir 1.500 só posso considerar um aumento de produção quando utilizar apenas 14 pessoas. Vejamos – 1.000/10 = 100 peças per capita, e se produzir 1.500/17 = 88 peças per capita. Na verdade minha produtividade diminuiu muito embora tenha feito mais peças. Em outras palavras – meu custo operacional aumentou.
Esse é um erro frequente que os empresários e gerentes muitas vezes não enxergam e o custo operacional torna-se insustentável.
Resumo – produção é meramente um número. Produtividade é análise de recursos para se atingir o número.
O que vale é produtividade e não produção simplesmente.
Escuto e me espanto muitas vezes, quando um empresário diz que ficou satisfeito porque atendeu o pedido no tempo prometido ao cliente. Mas quanto custou esse atendimento. Pode ter perdido dinheiro e não percebeu, pois o custo operacional foi elevadíssimo por ter utilizado mais recursos que o necessário.
Senhor empresário, gerentes, supervisores de produção aprendam não olhar somente para o número final da sua PRODUÇÃO, mas muito mais que isso, analise sua PRODUTIVIDADE.

 

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

A TROCA DE MODELOS NO SETOR PRODUTIVO

Costumo dizer que o momento crítico na produção é o momento em que o grupo troca o modelo que está fabricando. Porque afirmo isso com tanta clareza? Porque é um momento onde todo processo produtivo se altera. Alteram as metas, as receitas de fabricação e o próprio processo com nova sequência operacional e dependendo do caso até mesmo a regulagem de máquinas.

Sendo assim, toda essa mudança exige uma atenção especial de todos (encarregada, costureiras, ajudantes).

Em primeiro lugar o novo modelo deverá ser estudado pela líder de produção mesmo antes de iniciar o processo de fabricação. E quando falo em estudar o modelo quero com isso dizer que a líder deverá conhecer o novo “habitante” do seu grupo de trabalho – as operações, os gargalos, as operações mais complicadas, a sequencia operacional, os tempos dessas operações, a receita de fabricação, enfim, tudo desse modelo, para depois poder confeccioná-lo sem “surpresas” desagradáveis. A meta do novo produto deverá estar “viva” na cabeça de todos e a busca para atingir essa meta será a tônica do grupo daí para frente.

Mudança é algo indesejável para o ser humano, mas ela faz parte do processo e deve ser encarada como uma coisa rotineira na produção, até porque nos dias de hoje troca-se muito modelo por fazer parte de uma nova realidade das empresas de confecção.

No passado tínhamos poucos modelos e grandes quantidades de peças por modelo, hoje temos muitos modelos e pequenas quantidades de peças por modelo. Isso muda tudo, esse fenômeno contribui para trocas excessivas. Paciência, temos que aprender a trocar modelo perdendo o menor número de peças possível.

Então como fazê-lo?

É necessário que a líder de produção esteja atenta quando o modelo que fabrica está no fim para poder introduzir o novo modelo no grupo, não deixando que esse grupo se esvazie e desta forma se percam números.

Exemplo:- imaginemos que estamos produzindo um modelo A. Ele está no fim do processo. Logo entrará um modelo B. Quando o A estiver terminando o B deverá estar tomando seu lugar, pegando “carona” no A para não matar o fluxo produtivo.

Desta forma afirmo que o único momento em que o grupo terá mais de um modelo sendo fabricado simultaneamente é o da troca. Como vemos abaixo:-
                       Sequência Operacional
 Modelo A - Op.1 - Op. 2 - Op. 3 - Op. 4 - Op. 5 - última operação de A
 Modelo B    Op.1 de B -Op. 2 de A - Op.3 de A - Op.4 de A - Op. 5 de A - última operação de A 

Como vemos na ilustração acima, na medida em que o produto A vai deixando o fluxo, B toma o seu espaço e pega “carona” no A, desta forma não permitindo o esvaziamento do grupo de produção.

Nunca a líder de produção poderá tirar as costureiras das primeiras operações para ajudarem as costureiras das últimas operações, pois se isso acontecer ela estará contribuindo para o esvaziamento do grupo. Na verdade a líder poderá pensar que está ajudando a terminar A mais rapidamente, mas afirmo que tudo que se ganhar em A se perderá infinitamente mais em B.

Como afirmei acima, se a troca de modelo é o momento crítico da produção, esse é o um instante que deveremos ter critério e bom senso para não amargarmos resultados desastrosos.


sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

AS DIFERENÇAS ENTRE PRODUZIR COM EFICIÊNCIA E SIMPLESMENTE PRODUZIR


Existe uma grande diferença em produzir objetivando-se resultados e simplesmente se produzir sem o foco no resultado final.

Para se entender corretamente essa diferença será necessário traçar um paralelo entre a “antiga encarregada” e a encarregada moderna.

Num passado, não muito distante, tínhamos encarregadas que possuíam vícios que foram carregados até mesmo aos dias atuais. Poderemos citar os mais comuns:

1.Ter o foco na operação e não no produto como um todo.

2.Deixar que a costureira emende uma peça na outra, para descartar só depois do pacote pronto.

3.Executar a operação em partes, matando assim o fluxo da mercadoria. Exemplo – fazer a barra de uma manga da camiseta o pacote todo para somente depois fazer a outra manga.

4.Ter uma visão do individual e não do coletivo, como se as operações não se interdependessem.

5.Analisar a performance da costureira pela prática que tem na operação e não por sua polivalência.

6.Enxergar o corte com pacotes e não com peças.

7. “Adiantar” operações.

8.Ativar máquinas e não utilizar máquinas.

9.Achar que a qualidade não poderá existir se houver a rapidez na execução das tarefas.

Apesar de existirem outros, esses são os erros mais freqüentes que cometem aquelas encarregadas antigas, que nada têm a agregar de valor para as empresas de confecção.

Para se produzir agregando valores será necessário um foco muito grande no resultado final. Estou me referindo a números. Esse é o objetivo de qualquer setor da produção que queira ter sucesso. De que adianta o time jogar bem se perdeu o jogo? Que significa máquinas simplesmente trabalhando se não existe um fluxo contínuo da mercadoria dentro do processo produtivo, que permita a peça ficar pronta e consequentemente se transformar em dinheiro?

Existem profissionais da área que costumam dizer: conheço a fábrica pelo barulho! Que ignorância, pois escola de samba também faz barulho e não produz nada! A encarregada precisa acima de tudo estar preparada para “puxar” produção, fazendo com que a operação posterior sempre seja abastecida pela anterior. Isso se chama fluxo de mercadoria (base da produção). As operações isoladas nada significam para meta final, mas sim sua seqüência ininterrupta, desta forma a encarregada tem como objetivo principal criar essa condição.

Advogo em favor de se produzir um modelo por vez dentro do grupo, ocupando dessa forma toda força de trabalho para tal modelo. Não poderemos jamais ter resultado positivo se dividirmos nossa equipe para se produzir coisas diferentes em paralelo. Primeiro termina-se um, depois se faz outro!

Historicamente a confecção não trabalhou essa idéia ao longo dos anos, dando a impressão (errada) que se produzir significa máquinas a todo vapor, sem se preocupar com a “última operação”.

Para se obter êxito na produção será necessário equilibrar as entradas e saídas de serviços nos grupos de trabalho, a fim de eliminar qualquer possibilidade de acúmulos intermediários. Quando não se equilibra a diferença dos tempos padrões das operações de um determinado produto, os gargalos estão instalados e a perda de mão de obra é inevitável. Essa perda de mão de obra passa a ser o vilão e os custos operacionais acabam por sufocar o departamento financeiro da empresa.

Portanto, empresário de confecção, não produza operações, mas sim peças completas que possam atender seu pedido gerando faturamento necessário para “bancar” o mais tarde possível suas despesas de abastecimento produtivo.

 

 

                                                                      

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

DESÂNIMO PERIGOSO


Chegamos em 2014, sinto um desânimo generalizado por parte do empresariado brasileiro. Essa falta de positivismo para o ano que se inicia está diretamente ligado a três fatores –

1.       Ano em que o carnaval é mais tarde. Não em fevereiro, mas março. Dizem “as más línguas” que no Brasil o ano realmente só começa depois do evento preferido pelos foliões (aliás temos mais foliões do que em todas as partes do mundo, juntos). Se realmente o ano só começa depois do carnaval, eu não sei.

2.       A tão esperada Copa do Mundo de Futebol. Tão esperada para alguns, mas rejeitada para muitos. Muitos responsáveis que sabem que a economia brasileira irá parar totalmente no mês da festa. E aí? Quem se arrisca a pagar essa conta? Sim, pagar conta, pois não haverá produção, não haverá mercado competindo, pois tudo deve estar parado. E ai de alguém que não concorde em parar! Será taxado de mesquinho, antipatriota e outras coisas mais...

3.       Para completar esse “ano maravilhoso” teremos em outubro as eleições presidenciais.

Nem preciso falar o “estrago” que traz para a economia do país. Políticos somente se dedicam em campanhas para tentar mais um mandato. Aliás é maravilhoso ser político num país de tupiniquins.

Até entendo esse desânimo com tão poucas perspectivas para 2014, mas não podemos deixar a “peteca” cair...

Você empresário (herói nacional) não se esqueça que é responsável por tudo que é bom e o bom não pode morrer... Deixe para esses fanfarrões, as festas, as irresponsabilidades e vamos fazer nossa parte, pois caso contrário somos nós mesmos que pagaremos a conta dessa brincadeira...