Não é raro quando os gestores da produção se queixam que num
passado se fazia muito mais com muito menos gente. Tenho ouvido muito essa
reclamação.
Podemos interpretar essa afirmação de diversas formas, ou
mesmo dizer que são muitas as razões para que isso ocorra.
Em primeiro lugar, repito, com certa insistência, que o que
determina a produção é o grau de dificuldade do produto e não simplesmente o
número de peças alcançadas. Com isso estou afirmando que provavelmente os
modelos eram muito menos elaborados e consequentemente o tempo de fabricação,
muito menor. Sendo assim, produzia-se mais peças,
o que não garante que a eficiência
era maior.
Um segundo fator que pode estar contribuindo para esse
fenômeno é sem dúvida a quantidade de peças que se produzia por modelo. No
passado existiam menos troca de modelos no processo produtivo, pois as
quantidades de peças por modelos eram grandes, coisa que hoje é exatamente o
contrário – muitos modelos e poucas peças de cada um desses modelos. Isso
complica o desenrolar do fluxo produtivo – muitas trocas, não permitindo que a
costureira se “acostume” com a operação.
Também faz parte dessa diferença o fato do gestor não levar
em consideração os gargalos de máquinas. Muitas vezes ouço a reclamação que se
tinha 10 costureiras que produziam x peças e hoje temos 13, produzindo o mesmo
x. Acontece que essas três costureiras a mais não foram recrutadas para
eliminar gargalos, até porque não existe máquina compatível com a necessidade,
mas simplesmente estão criando acúmulos na operação de chamo de gargalo.
Portanto são reclamações infundadas, que mascaram, muitas
vezes, a real causa do problema.
Sem contar que a própria costureira mudou! Aquela exímia
costureira que no passado tinha um comprometimento pleno com a empresa, já é
coisa rara.
Aconselho que você gestor esqueça o passado e comece a
trabalhar com uma nova realidade, pois existem coisas que compensam essas
dificuldades, como por exemplo – um avanço na tecnologia, máquinas mais
adequadas para cada operação, uma maior facilidade em treinamentos para
aperfeiçoar a mão de obra, ou mesmo maiores recursos complementares.
Não faça uma leitura errada da situação, prepare melhor seu
quadro de liderança, treine-o, invista em equipamento, reduza seu custo
operacional, racionalize as tarefas e verá que tempos atuais exigem
comportamento diferentes de um passado que não volta mais...
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