quinta-feira, 6 de setembro de 2018

RECLAMAÇÕES INFUNDADAS


Não é raro quando os gestores da produção se queixam que num passado se fazia muito mais com muito menos gente. Tenho ouvido muito essa reclamação.

Podemos interpretar essa afirmação de diversas formas, ou mesmo dizer que são muitas as razões para que isso ocorra.

Em primeiro lugar, repito, com certa insistência, que o que determina a produção é o grau de dificuldade do produto e não simplesmente o número de peças alcançadas. Com isso estou afirmando que provavelmente os modelos eram muito menos elaborados e consequentemente o tempo de fabricação, muito menor. Sendo assim, produzia-se mais peças, o que não garante que a eficiência era maior.

Um segundo fator que pode estar contribuindo para esse fenômeno é sem dúvida a quantidade de peças que se produzia por modelo. No passado existiam menos troca de modelos no processo produtivo, pois as quantidades de peças por modelos eram grandes, coisa que hoje é exatamente o contrário – muitos modelos e poucas peças de cada um desses modelos. Isso complica o desenrolar do fluxo produtivo – muitas trocas, não permitindo que a costureira se “acostume” com a operação.

Também faz parte dessa diferença o fato do gestor não levar em consideração os gargalos de máquinas. Muitas vezes ouço a reclamação que se tinha 10 costureiras que produziam x peças e hoje temos 13, produzindo o mesmo x. Acontece que essas três costureiras a mais não foram recrutadas para eliminar gargalos, até porque não existe máquina compatível com a necessidade, mas simplesmente estão criando acúmulos na operação de chamo de gargalo.

Portanto são reclamações infundadas, que mascaram, muitas vezes, a real causa do problema.
Sem contar que a própria costureira mudou! Aquela exímia costureira que no passado tinha um comprometimento pleno com a empresa, já é coisa rara.

Aconselho que você gestor esqueça o passado e comece a trabalhar com uma nova realidade, pois existem coisas que compensam essas dificuldades, como por exemplo – um avanço na tecnologia, máquinas mais adequadas para cada operação, uma maior facilidade em treinamentos para aperfeiçoar a mão de obra, ou mesmo maiores recursos complementares.

Não faça uma leitura errada da situação, prepare melhor seu quadro de liderança, treine-o, invista em equipamento, reduza seu custo operacional, racionalize as tarefas e verá que tempos atuais exigem comportamento diferentes de um passado que não volta mais...


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