sábado, 20 de outubro de 2018

EQUILÍBRIO


Evidente que se colocarmos uma costureira para executar uma única tarefa, até pode ser que ela consiga produzir mais nessa operação. Isso não significa necessariamente que a produção como um todo vai crescer. Poderá crescer somente aquela operação, mas com um desiquilíbrio que custará muito caro. 

Acúmulos intermediários se formarão, mão de obra jogada fora, raciocinemos -  imaginemos uma operação cujo tempo padrão é de 1 minuto e outra com tempo de 2 minutos. A primeira operação a costureira fará 60 peças por hora, já a segunda operação apenas 30 peças. Vejam bem, tivemos uma paralisação de 30 peças na operação mais complexa. Procure uma razão para justificar esse acúmulo! Garanto, não vai encontrá-la.

Acontece que certas “lideres” gostam mais da opção que não a faça pensar.

Se tivermos uma operadora em cada operação a responsabilidade da líder fica menor, pois coloca-se o serviço e pronto. Caso optemos pelo segundo sistema a líder deverá “administrar” o processo. Talvez esse seja a dificuldade – “administrar alguma coisa”.

Percebam os problemas caso não equilibremos as operações: -
1.       O acúmulo de peças entre as operações poderá comprometer a qualidade do produto, pois caso você não perceba uma máquina falhando, por exemplo, quando detectar o problema terá de reprocessar muitas peças.
2.       A costureira com a operação mais fácil cairá automaticamente numa zona de conforto, pois está abastecendo com a facilidade a operação mais complexa. Isso significa baixar o ritmo de produção, ou seja, onerar custo operacional.
3.       Sua costureira da operação mais simples estará jogando mão de obra fora, pois produz, mas a peça fica parada na próxima operação. Para que fazê-la se vai parar na próxima?
4.       A desmotivação da operadora mais simples crescerá, pois ela não sentirá a sua importância no contexto, pois tanto faz ela fazer mais ou menos, vai ficar parada mesmo.
5.       O custo de abastecimento será maior, pois a operação mais simples ditará “as regras do jogo”, já que precisa ser alimentada além do necessário.
6.       Deixará a costureira mais limitada. Existirá pouca polivalência, uma coisa muito nociva para a produção.
7.       A produção será a operação e não o produto.
8.       As costureiras poderão estar fazendo as operações nos tempos padrões corretos, porém a peça não ficou pronta.
9.       Caso seja necessário parar um produto no meio do processo para se fabricar outro o acúmulo entre as operações vai custar muito caro para o processo, pois gastou-se mão de obra no produto que por ter parado parou, não rendeu peça pronta.

Desta forma sempre advogarei em prol do produto pronto, trabalhando de forma “enxuta” e sem acúmulos intermediários...


sexta-feira, 5 de outubro de 2018

A INJUSTIÇA NA CONFECÇÃO


Quero deixar claro aos meus leitores que o que vou dizer agora não é nenhuma regra, mas simplesmente meu pensamento. Não necessariamente tenho a pretensão de influenciar ninguém, mas defendo a meritocracia.

 Você acha justo um funcionário comprometido com os objetivos da empresa, com resultados fantásticos, ótimo exemplo dentro da fábrica, profissional exemplar, ser remunerado da mesma forma que um outro, que não quer saber de cumprir seus compromissos, um alienado que não se incomoda se está sendo útil para a empresa, um elemento que sabe cobrar fortemente “seus direitos”, mas se esquece dos “seus deveres”? 

Você acha justo? Se sua resposta foi sim, desculpe, pensamos diferente.

Acredito sim, na valorização do bom, acredito sim, na punição dos omissos!

Essa história de pagar valores iguais a todos que ocupam as mesmas funções, para mim é injustiça, é nivelar “por baixo”, é desmotivar o bom.

Para ser sincero, penso que deveríamos pagar maiores salários para aqueles que mais produzem, dando oportunidade de treinamento a todos os outros que, embora ainda não consigam produzir, tenham vontade de crescer. Nunca admitir a má vontade.

Você acha justo repartir o 100% de um com o 0% do outro, para que os dois fiquem com 50%?

Isso é comunismo! Não acredito nessa filosofia... Estaríamos nivelando todos “por baixo” mais uma vez.

Que me desculpem os que não concordam, não sou dono da verdade, apenas estou externando minha maneira de pensar...