Evidente que se colocarmos uma costureira para executar uma
única tarefa, até pode ser que ela consiga produzir mais nessa operação. Isso
não significa necessariamente que a produção como um todo vai crescer. Poderá
crescer somente aquela operação, mas com um desiquilíbrio que custará muito
caro.
Acúmulos intermediários se formarão, mão de obra jogada fora,
raciocinemos - imaginemos uma operação
cujo tempo padrão é de 1 minuto e outra com tempo de 2 minutos. A primeira
operação a costureira fará 60 peças por hora, já a segunda operação apenas 30
peças. Vejam bem, tivemos uma paralisação de 30 peças na operação mais
complexa. Procure uma razão para justificar esse acúmulo! Garanto, não vai
encontrá-la.
Acontece que certas “lideres” gostam mais da opção que não a
faça pensar.
Se tivermos uma operadora em cada operação a
responsabilidade da líder fica menor, pois coloca-se o serviço e pronto. Caso
optemos pelo segundo sistema a líder deverá “administrar” o processo. Talvez
esse seja a dificuldade – “administrar alguma coisa”.
Percebam os problemas caso não equilibremos as operações: -
1.
O acúmulo de peças entre as operações poderá
comprometer a qualidade do produto, pois caso você não perceba uma máquina
falhando, por exemplo, quando detectar o problema terá de reprocessar muitas
peças.
2.
A costureira com a operação mais fácil cairá
automaticamente numa zona de conforto, pois está abastecendo com a facilidade a
operação mais complexa. Isso significa baixar o ritmo de produção, ou seja,
onerar custo operacional.
3.
Sua costureira da operação mais simples estará
jogando mão de obra fora, pois produz, mas a peça fica parada na próxima
operação. Para que fazê-la se vai parar na próxima?
4.
A desmotivação da operadora mais simples
crescerá, pois ela não sentirá a sua importância no contexto, pois tanto faz
ela fazer mais ou menos, vai ficar parada mesmo.
5.
O custo de abastecimento será maior, pois a
operação mais simples ditará “as regras do jogo”, já que precisa ser alimentada
além do necessário.
6.
Deixará a costureira mais limitada. Existirá
pouca polivalência, uma coisa muito nociva para a produção.
7.
A produção será a operação e não o produto.
8.
As costureiras poderão estar fazendo as
operações nos tempos padrões corretos, porém a peça não ficou pronta.
9.
Caso seja necessário parar um produto no meio do
processo para se fabricar outro o acúmulo entre as operações vai custar muito
caro para o processo, pois gastou-se mão de obra no produto que por ter parado
parou, não rendeu peça pronta.
Desta forma sempre advogarei em prol do produto pronto,
trabalhando de forma “enxuta” e sem acúmulos intermediários...