Os dois “inimigos” nessa batalha são – produção e criação.
Impressionante como alguns setores da fábrica se acham mais
importantes que os demais. Uma vaidade marcante que não permite que o custo se
reduza e torne a empresa mais competitiva.
Vou explicar –
A estilista, por ser uma criadora de modelos se acha
intocável e dona do poder. Em primeiro lugar não conhece a fábrica (aquele lugarzinho onde se produz as
peças terrivelmente complexas que ela criou). Por não conhecer o processo
produtivo e tão pouco os recursos de equipamentos e mão de obra, acaba
“achando” que a produção vai ter facilidade em fabricar “aquele” modelo que sua
piloteira levou meio dia para montar uma
peça.
A peça ficou linda, sem dúvidas!
A piloteira, com o objetivo de agradar a estilista e também
a modelista, confeccionou aquela peça piloto maravilhosa, levou um dia inteiro
para deixar a peça da forma que a estilista queria. Ótimo, maravilha.
O setor comercial teve um tremendo sucesso, pois vendeu
10.000 peças desse modelo.
E agora? Dane-se a fábrica! Como produzir com eficiência e
preço competitivo 10.000 peças, cuja amostra a piloteira levou um dia inteiro
para fazer?
Isso é problema da produção.
Não tenho outro nome para dar – guerra.
A direção da empresa, por sua vez, grita pelos cantos da
fábrica dizendo que está fechando o mês no vermelho. Aperta o setor produtivo,
mesmo que esse esteja no limite da eficiência. Ele (diretor) não entende que o
problema não é a produção, mas sim o preço da peça, que pela dificuldade de
fazê-la tornou-se tão caro que o cliente não vai pagar. A dificuldade do modelo
é tamanha que não tem preço que resolva...
Nessa guerra interna travada na empresa, provavelmente, com
o tempo, todos morrerão...