segunda-feira, 25 de março de 2019

UMA ETERNA GUERRA DENTRO DAS CONFECÇÕES


Os dois “inimigos” nessa batalha são – produção e criação.

Impressionante como alguns setores da fábrica se acham mais importantes que os demais. Uma vaidade marcante que não permite que o custo se reduza e torne a empresa mais competitiva.

Vou explicar –
A estilista, por ser uma criadora de modelos se acha intocável e dona do poder. Em primeiro lugar não conhece a fábrica (aquele lugarzinho onde se produz as peças terrivelmente complexas que ela criou). Por não conhecer o processo produtivo e tão pouco os recursos de equipamentos e mão de obra, acaba “achando” que a produção vai ter facilidade em fabricar “aquele” modelo que sua piloteira levou meio dia para montar uma peça.

A peça ficou linda, sem dúvidas!

A piloteira, com o objetivo de agradar a estilista e também a modelista, confeccionou aquela peça piloto maravilhosa, levou um dia inteiro para deixar a peça da forma que a estilista queria. Ótimo, maravilha.
O setor comercial teve um tremendo sucesso, pois vendeu 10.000 peças desse modelo.

E agora? Dane-se a fábrica! Como produzir com eficiência e preço competitivo 10.000 peças, cuja amostra a piloteira levou um dia inteiro para fazer?

Isso é problema da produção.

Não tenho outro nome para dar – guerra.

A direção da empresa, por sua vez, grita pelos cantos da fábrica dizendo que está fechando o mês no vermelho. Aperta o setor produtivo, mesmo que esse esteja no limite da eficiência. Ele (diretor) não entende que o problema não é a produção, mas sim o preço da peça, que pela dificuldade de fazê-la tornou-se tão caro que o cliente não vai pagar. A dificuldade do modelo é tamanha que não tem preço que resolva...

Nessa guerra interna travada na empresa, provavelmente, com o tempo, todos morrerão...

segunda-feira, 18 de março de 2019

REMANDO CONTRA A MARÉ


Não sei afirmar se é inconsciente ou proposital a mania que certos administradores da produção têm em remar contra a maré. Quero acreditar que é uma coisa inconsciente, pois caso contrário poderia dizer que são profissionais mal-intencionados e teimosos que com esse comportamento comprometem os resultados.

Vou explicar melhor – partindo da premissa que já foram orientados para aplicar as regras que advogam em favor da qualidade e produtividade excelente, continuam a não adotar essas regras. Ignorância? Teimosia? Preguiça?  Vaidade?  Talvez eu possa juntar tudo isso numa única palavra – incompetência!

Trabalhar permitindo acúmulos entre as operações é ignorância técnica.

Permitir que o produto entre no grupo sem aviamentos é falta de visão de produção.

Não equilibrar os tempos operacionais, através de uma receita de fabricação é mediocridade.

Advogar em favor da operação, quando deveria advogar em favor do produto, é burrice.

Ativar simplesmente uma máquina, quando deveria utilizar a máquina, é falta de bom senso.

Além de outros absurdos que costumamos ver nas confecções por aí.

Como posso chamar tudo isso –“remar contra a maré”.

Você escolhe, continuar essa teimosia e ainda remando contra a maré, ou usar as REGRAS que permitam que os números sejam satisfatórios. A escolha é sua, mas saiba que a sua negligência  e teimosia em não obedecer normas e procedimentos vai leva-lo, mais cedo ou mais tarde a PERDER O EMPREGO...






CONTROLAR O ABASTECIMENTO NA CÉLULA

Temos defendido e muito o equilíbrio operacional no sistema produtivo. É uma regra para o bom aproveitamento da mão de obra. Operações rápidas não devem ser produzidas a mais, simplesmente porque são rápidas, mas sim equilibradas com as operações mais complexas. Lembrar sempre que produção é peça concluída e sendo assim temos que produzir o mesmo número, independentemente do tempo da operação.

Desta forma defendemos o controle da entrada de peças na célula, a fim de que seja correspondente à saída de peças da mesma célula. Obvio que se tenho uma entrada maior que a saída, teremos acúmulos intermediários, fato esse que vai contribuir para um aumento do custo operacional do produto.

Se a meta é por exemplo, 50 peças por hora, deverei produzir em cada operação 50 peças. Se tenho uma operação que não exige os 60 minutos para as 50 peças, deverei produzir somente os minutos necessários para atingir esse número naquela operação. Caso contrário estarei desequilibrando a entrada em relação à saída das peças.

Percebam que a administração do abastecimento acaba sendo muito mais importante que qualquer outro fator para obtermos as metas.

Não se esqueça – “Isso é uma regra” e como já disse em outras matérias, aqui nesse blog – “Regra cumpre-se e não se discute"

terça-feira, 5 de março de 2019

FATORES COMPROMETEDORES NA PRODUÇÃO


As variáveis que contribuem para a péssima performance em nossas confecções são inúmeras, todavia longe de acreditar que o mal desempenho da costureira é o mais significativo.

Evidentemente que para se fazer uma boa limonada é necessário bom limão, portanto como ter bom rendimento se as costureiras são fracas tecnicamente. Impossível! Mas esse fato acaba sendo pequeno diante de outros, que fatalmente pesam muito mais numa má eficiência.

Sendo assim, poderemos enumerar os fatos que mais contribuem para esse desempenho baixo: -

1.       Uma má gestão de um planejamento sem base técnica, que por diversos motivos não orienta o piso de fábrica.

2.       Regras que são quebradas (quando existem), como por exemplo – falta de aviamentos, interrompendo o fluxo produtivo, criando-se uma falsa ilusão de produção, quando “adianta” operações. Esse absurdo, aliás, temos combatido muito em nosso blog.

3.       A falta de motivação por parte do comando do piso de fábrica. Não existe diferença entre se produzir, ou não. Falta atitudes aos líderes.

4.       O desequilíbrio entre as operações, permitindo que existam acúmulos intermediários no processo produtivo.

5.       Um desencontro dos tempos padrões entre as operações, provocando uma necessidade de trabalhar com volumes sem controle.

6.       A falta de um estudo do produto onde se possa analisar antecipadamente todos os gargalos.

7.       A falta de foco no produto final e não apenas nas operações.

Ufa! Já temos motivos demais contribuindo para que os resultados sejam desastrosos, porém evidente que outras ocorrências também pesarão contra a produção.

Não existem fábricas que não apresentem os problemas e as dificuldades, porém o que não pode deixar de existir é atitude do líder de produção. Ação, brigar contra o tempo, solução rápida para combater aquilo que compromete números, aí talvez esteja o maior problema, aquele que realmente “matará” o resultado final...