Criador dessa teoria, Goldratt está corretíssimo quando
afirma que o gargalo é o fator determinante para os números que a produção
apresenta.
Os gargalos são os obstáculos que o processo apresenta, ou
seja, qualquer restrição ao caminho do produto dentro do seu fluxo natural. Os
gargalos de produção poderão ser temporários ou permanentes. Vejamos – um
gargalo temporário – uma máquina que se quebra e não tem substituta, poderemos
considerar um gargalo temporário, pois assim que for consertada eliminará esse
gargalo. Diferente de um gargalo permanente, por exemplo, uma operação mais
complexa que a outra. Exemplo - operação A = 2,00 minutos – Operação B = 1,00
minuto. Nesse exemplo poderemos dizer que a operação A é um gargalo em relação
à operação B.
Os gargalos deverão ser eliminados ou minimizados. Essa é a
tarefa do administrador da produção, pois caso contrário perderá mão de obra.
Sendo assim, como administrar essa produção, se temos
operações com tempos muito diferentes entre si? Para se eliminar um gargalo
operacional só um caminho será eficiente, o equilíbrio dos tempos padrões das
operações. Vejamos o exercício abaixo.
Produto X
Sequência operacional 1 2 3 4 5 6
Tempo da operação 0,5 1 0,5 3 1,5 2
Aí podemos verificar que tenho na operação número 4 o grande
gargalo de produção desse produto, pois seu tempo de fabricação é de 3 minutos,
quando as demais operações têm tempos menores.
Só com o equilíbrio dos tempos poderei aproveitar bem toda
minha mão de obra envolvida no processo. Se erroneamente eu colocar uma
operadora 60 minutos na operação número 1 ela fará 120 peças nessa hora, ao
passo que a operadora da operação número 4 fará apenas 20 peças. Pergunto – de
que adiantaria fazer 120 peças numa operação se na outra só posso produzir 20?
Erro grotesco do administrador, pois ele está criando acúmulos intermediários
(fato que onera sobremaneira o custo operacional). Quero afirmar com isso que
não importa o grau de dificuldade da operação, mas sim, o que importa é fazer o
mesmo número de peças de cada operação. Isso é produzir com eficiência. Isso é
eliminar gargalos.
Aproveitando o exercício acima também afirmo que se eu
balancear a capacidade da máquina terei que trabalhar com 6 operadoras (uma em
cada operação), mas meu resultado final será apenas 20 peças por hora, pois a
operação número 4 limitou a saída do produto.
Se equilibrar os tempos dessas operações também farei 20
peças por hora, muito embora só utilize 2 pessoas e mais 83% de uma terceira. Explico – se o tempo total da peça é igual a
8,5 minutos ( a soma de todas as operações) e produzirei apenas 20 peças, então
tenho – 8,5 x 20 = 170 minutos, ou seja menos de três operadoras.
Conclusão final – custo operacional reduzido. Porque usarei
6 pessoas para fazer uma produção que poderei fazer com 2,83 pessoas?
Afirmo que o grande problema de desperdício de mão de obra
nas confecções está na falta desse equilíbrio que nem sempre é de total domínio
do administrador da produção.
Se pudéssemos dar um apelido ao chefe de produção,
certamente diria que o chefe de produção é um “caçador de gargalos”, pois só
eliminando-os poderá ser eficiente no seu papel de líder de produção.
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