sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

COSTUREIRA É CONSEQUÊNCIA E NÃO CAUSA


Quando um número não é atingido em nosso processo produtivo, dificilmente a responsabilidade é da costureira. Não é por causa do mau desempenho dela, mas geralmente em conseqüência de falhas no seu comando.
 
Se observarmos o caminho que o pedido faz na empresa, desde a sua chegada, logo poderemos detectar falhas imensas que não permitirão bons resultados no final (produção propriamente dita). Quem sofre e paga pelos erros administrativos são as costureiras que em muitos casos são taxadas de incompetentes, quando na verdade a incompetência “mora” nas fases anteriores desse processo (geralmente no planejamento e programação).

 Vejamos:

Em primeiro lugar a líder do grupo de costureiras não tem atitudes e permite o crescimento desses problemas. Essa sua falta de ação desmotiva e desvaloriza esse grupo de costureiras que não vê nessa liderança a coragem e o dinamismo que o cargo exige. Em segundo lugar, o pessoal do PCP não abasteceu corretamente o grupo de trabalho, permitindo que a mercadoria a ser fabricada entrasse sem os devidos aviamentos o que paralisou o processo. Para completar não houve um estudo (por parte da chefia) do modelo que se iniciou e as dúvidas em relação ao método de fabricação são enormes, mais uma vez provocando paralisações.

Cada vez que existe uma troca de modelos no setor produtivo é um “parto”, pois mais uma vez as receitas de fabricação não foram feitas a tempo ou ainda foram feitas sem critérios (problemas gerados pelo setor de tempos e métodos).

As operações de apoio ou preparação para a costura não acompanham a velocidade necessária para evitar interrupções, pois a líder não percebeu que elas fazem parte do processo. Cada vez que existe uma necessidade de focar a atenção em um gargalo de produção, esse fato passa despercebido, pois a líder acredita que trabalhar é com as mãos e nunca com a “cabeça”.

Nesse mar de problemas como poderemos culpar a costureira pelos números ruins? Seria no mínimo injusto...

Podemos também dizer que a costureira não fez a operação no tempo correto, poderemos culpá-la de má vontade e falta de ritmo de trabalho, mas se isso está acontecendo é porque a líder permitiu e não tomou providências na hora certa.

 Desta forma se formos numerar os problemas poderemos colocá-los como segue:-

  1. Falta de planejamento e programação.
  2. Falta de atitudes dos líderes da produção.
  3. Falta de uma receita de fabricação bem trabalhada não permitindo um fluxo de mercadoria.
  4. Falta de acompanhar a produção – minuto a minuto.
  5. Utilizar um método ultrapassado onde a individualização do processo prevalece sobre o conjunto.
Aí perguntamos (a não sei quem) – a culpa é da costureira?

 Não, não e não... Mas sim de uma administração falha, que por falta de competência ou falta de profissionalismo conduz de forma errada o grupo de trabalho. Isso acontece porque a vaidade aparece em primeiro lugar e esse pseudo-administrador precisa de alguém para culpar e justificar os seus maus resultados. Esse alguém é a costureira, afinal, já dizia meu avô:- “a corda sempre arrebenta do lado mais fraco”.

Desta forma afirmo que a costureira não é a causa do problema, mas sim conseqüência de uma péssima administração. Afirmo que esse fato ocorre em 90% dos casos em nossas confecções.

 

 

                                  

 

 

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