sexta-feira, 25 de abril de 2014

PRODUTO VERSUS PROCESSO


A grande diferença de uma encarregada de costura dos dias de hoje em relação àquela antiga encarregada está justamente na relação – “produto x processo”. Explico melhor –

A “antiga” encarregada era aquela que tinha profundo conhecimento do produto, ou seja, sabia corretamente a sequência operacional, tinha ótimo conhecimento de qualidade, operava qualquer máquina, enfim “dominava” o produto. Ótimo, realmente tudo isso é maravilhoso! Acontece que se não souber usar corretamente os recursos (principalmente mão de obra) não obterá êxito e seus resultados serão catastróficos.

Afirmo isso porque vejo, com frequência, encarregadas completamente perdidas no que diz respeito ao processo produtivo, muito embora grandes “conhecedoras” do produto. Não sabem utilizar corretamente o tempo da costureira, não equilibram diferenças de tempos padrões das operações e desta forma contribuem para grandes acúmulos intermediários e “matam” a produção...

A encarregada eficiente é aquela que além de conhecer o produto tem muito mais conhecimento no processo. É muito mais importante a maneira em que vai colocar o serviço no setor produtivo do que propriamente conhecer o produto.

Saber aplicar uma receita de fabricação, acompanhar a produção em pequenos espaços de tempo, utilizar os minutos necessários para cada operação, distribuir o serviço conforme a habilidade dos seus funcionários, corrigir rapidamente os desvios de resultados, com certeza tem um valor muito maior que simplesmente conhecer o produto.

 

sexta-feira, 11 de abril de 2014

TEORIA E PRÁTICA


Enganam-se aqueles que dizem que muitas vezes é impossível praticar aquilo que é teórico.
Considero incapaz aquele que diz – “Teoria é uma coisa a prática é outra”. Acredito que todo defensor dessa ideia não tem conhecimento do assunto em questão ou realmente sua competência é limitada.
Todo trabalho teórico deve ter sido muito estudado e desta forma “sai do papel” desde que os executores ou administradores desses executores tenham conhecimento e capacidade para torna-lo eficiente praticando os princípios teóricos.
Acredito que esses que advogam em não confiar que a teoria pode ser praticada sejam pessoas que fogem de resultados e desta forma procuram uma desculpa para justificar sua incompetência.
Nossas fábricas estão cheias dessa população que se esconde e não têm coragem para praticar a teoria, pois não querem se expor aos resultados até porque seriam números que mostrariam quem é realmente esse líder... Líder fraco, com pouco conhecimento e até mesmo sem potencial para receber e absorver um treinamento.
Pena, pois será muito mais “lindo” esse líder dizer –“Não sei, por favor, me ajude”. Acontece que sua vaidade está acima do profissionalismo e sua arrogância compromete os resultados, obrigando a empresa “a pagar a conta”.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

UM CUSTO CHAMADO - SALÁRIO

Ford a muitos anos atrás já dizia que um dos sucessos de qualquer empresa é pagar salários acima da média, pois você terá gente a cima da média.

Estou acostumado a ouvir os empresários dizerem – pago salários conforme a média do mercado.

Grande vantagem, pois sua fábrica só poderá estar dentro de uma média medíocre, nunca será um local onde as pessoas fazem questão de trabalhar. Não existe diferencial, tanto faz trabalhar aqui ou ali, é a mesma coisa. Desta forma, isso me leva a crer que esse funcionário jamais criará raiz com a empresa, entrará naquele de “tanto faz”...
 
Então continue a pagar salários ridículos só porque está na média do mercado, desta forma obterá resultados ridículos como na maioria das confecções que encontramos em nosso país. Vocês sabem o que é piso salarial? Nada mais que o menor valor que se pode pagar para alguém desempenhar sua função.

Precisamos encontrar o empresário que disse que salário é custo. A necessidade de encontra-lo é não permitir que essa ideia se propague, muito embora, já a considero infiltrada nas confecções.

Provavelmente aí poderemos ter a origem dos grandes problemas da fábrica, principalmente nos setores de produção. Curioso constatar que quando uma empresa está em busca de um líder de produção ou uma encarregada de setor a primeira página que o empresário olha do seu currículo é a última, onde justamente encontra-se a pretensão salarial e de uma forma brutal ele começa a eliminar os currículos com pretensão mais alta.
 
Esse empresário faz parte daquele time que acredita que salário é custo.

Arrisco-me a dizer que esse empresário está redondamente enganado, pois salário não é custo, mas sim investimento que certamente terá retorno garantido.
 
Como poderemos trabalhar com gente insatisfeita com o pequeno salário que recebe? Ou posso até mudar a pergunta – como um bom profissional poderá se sujeitar a ganhar baixos salários? Tudo tem seu preço, bom profissional ganha bem, por ser bom, profissionais medíocres se conformam com salários medíocres... 

Portanto desconfie daquele candidato que tem salário ruim, pois provavelmente seu desempenho será igualmente ruim. Não existem milagres, isso é coisa de Deus ou santo, lá dentro da fábrica a realidade é muito diferente.

Você acredita que alguém que sabe que ganha o mínimo vai se entregar de corpo e alma a esse trabalho. Se você respondeu sim, meus pêsames, você está precisando rever seus conceitos em relação a trabalho x salários.