A maior ignorância em se tratando de produção é advogar em
favor das operações individuais sem ter como objetivo o “todo”. De nada adianta
a produção de uma “parte” do produto se não consigo concluí-lo e consequentemente
entregar esse produto ao meu cliente. Toda interrupção ao processo produtivo é
um golpe no fluxo de mercadoria dentro do sistema.
Essas interrupções podem ser de diversas maneiras, porém a
mais freqüente é a falta de aviamentos. Toda vez que um produto entra na
produção para ser produzido sem os devidos aviamentos estaremos diante de
incompetência de um planejamento sem visão de produção.
Quando não temos aviamentos para um determinado corte, o
interessante é que esse produto não entre na produção, pois fatalmente irá
interromper o processo na operação que necessita desse aviamento faltante. Essa
paralisação será responsável pelo fracasso dos números o que na verdade tirará
o animo dos elementos do grupo, desta forma a desmotivação será marcante uma vez
que os resultados frustrarão a equipe.
Infelizmente os senhores “administradores” colocam essa peça
para ser produzida pensando em “adiantar” a produção, para que depois que
chegar o aviamento, concluí-la.
Absurdo, pois em produção nunca se “adianta” produção, mas
sim se cria o fluxo de mercadoria e produz-se.
Quando não tenho aviamento para produzir, entro com outro
produto que possa “render fruto”, pois caso contrário teremos acúmulos
intermediários, meus custos operacionais crescerão e além do mais terei jogado
fora as regras básicas e fundamentais para obter produção.
Se por exemplo tenho um corte de 500 peças, mas só tenho
aviamentos para 400, então terei que agir da seguinte forma –.
- Entro
com 400 peças.
- Deixo
as 100 na espera, evidentemente produzindo outra peça.
- Quando
chegarem os aviamentos para as 100 peças restantes, aí sim começo a
produzi-las.
Essa é a maneira mais inteligente de aproveitar sua mão de
obra, não permitindo que simplesmente as máquinas sejam ativadas, mas sim
utilizadas de maneira mais eficiente.
A falha neste caso está no PCP que por razões diversas não
programou os aviamentos na hora certa. E não adianta senhores profissionais de
PCP virem justificando que o erro foi do fornecedor que atrasou a entrega, mas
sua que não considerou a possibilidade de existir atraso do fornecedor.
Seja como for, a produção (operacional) não pode “pagar”
pela falha do setor burocrático da produção que permitiu a falta do aviamento.
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