Realmente o consultor muitas vezes precisa ser artista. Tem
tudo contra si, precisa provar o óbvio, além de ser solitário e mal visto pelos
funcionários da empresa em que desenvolve o trabalho! Precisa de inimigo? Não
com certeza!
Porque esse fenômeno acontece? Existem alguns fatores:
- O consultor é um estranho no ninho. Não é funcionário, não é proprietário, não é ninguém na pirâmide hierárquica, porém suas ordens e determinações devem ser seguidas. Isso é, no mínimo, estranho...
- O trabalho que o consultor desenvolverá, no fundo, deveria ser desenvolvido pelos funcionários internos (principalmente chefes e líderes) que por falta de competência ou conhecimento técnico não consegue realizá-lo.
- Os gerentes costumam (na maioria dos casos) considerar a consultoria externa um concorrente ao seu trabalho e, portanto não ajudam a programar as novas regras, muito pelo contrário, assistem a tudo como meros espectadores e ainda de sobra, torcem para não dar certo.
- A consultoria é, na verdade, um agente de mudanças. Coisas precisam ser feitas de formas diferentes e todo o processo precisa ser reavaliado e mudado (se não precisassem mudanças, o consultor não seria contratado). Acontece que o ser humano tem medo e rejeita mudanças, sendo assim, a pessoa do consultor acaba sendo uma figura antipática.
- Os erros precisam ser apontados, para poderem ser corrigidos, sendo assim, mais uma vez o consultor aparece como uma “persona nom grata”.
- Em grande parte dos casos, a própria diretoria ou o proprietário da empresa (aqueles que contrataram o consultor) precisam, mas nem sempre estão preparados para as mudanças, desta forma, colocam algumas barreiras ao longo do trabalho que exige toda habilidade e paciência desse consultor para poder realizar esse trabalho.
- O tempo é um grande inimigo da consultoria, pois, na maioria dos casos a direção da empresa não tem paciência e exige resultados rapidíssimos, coisa que nem sempre é possível.
- Quando um consultor é contratado pela empresa, a “vaca quase já foi para o brejo” e os milagres, em muitos casos, serão necessários para que os resultados aconteçam. Acontece que o consultor não é santo e muito menos Deus para fazer milagres.
- Muitas vezes a empresa insiste em manter em seu quadro de funcionários pessoas completamente desmotivadas e descomprometidas, o que dificulta sobremaneira essas mudanças. É comum a direção não dispensar um funcionário fraco sob a alegação de que é isso que ele está provocando (sua demissão) e desta forma não irá “presenteá-lo”. Absurdo! Ninguém que esteja descontente numa empresa poderá render bons resultados...
- Também pesa contra a consultoria o fato de passar menos tempo que os líderes ou gerentes dentro das empresas, o que em certos casos não permite um acompanhamento mais forte desse processo de mudança.
- As resistências camufladas aparecem como grandes inimigos dos consultores, pois os gerentes costumam “jurar” que tudo farão para atender as reivindicações do consultor, mas quando esse vira as costas...
- A falta de escola e capacidade de absorver eficientemente os treinamentos faz com que os líderes de produção “fujam” das mudanças, pois além de tudo eles conhecem suas limitações.
Desta forma posso afirmar que as dificuldades encontradas
pelos consultores, nas empresas, poderiam ser amenizadas na medida em que
recebessem apoio para desenvolver todo processo de mudança que a situação assim
exige.
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