Indiscutivelmente num passado não muito remoto
administrávamos a produção de uma confecção muito mais facilmente do que hoje.
Vários são os motivos para afirmarmos essa diferença, porém poderemos
citar as mais fortes.
1.
A quantidade de modelos que tínhamos no passado era
pequena, mas as quantidades de peças por modelo eram enormes. Esse fator por si
só facilitava a administração da produção, pois não era necessário estar
trocando de modelos a toda hora no setor produtivo. Nunca é demais lembrarmos
que o momento crítico da produção é a troca de modelos. Hoje vivemos muitos
momentos críticos, pois ao contrário do passado, temos muitos modelos e
pequenas quantidades de peças por modelo.
2.
Outro fator que dificulta a administração da produção
nos dias de hoje é a necessidade de uma polivalência muito grande da mão de
obra, pois com muitas trocas teremos que ter costureiras mais aptas em mais
operações. Acontece que nem sempre essa mão de obra é multifuncional o
suficiente, pois a encarregada se “esqueceu” de ensinar as costureiras.
3.
Precisamos levar em conta que teremos que trabalhar com
uma dinâmica muito maior que no passado, pois com trocas tão frequentes, haverá
uma exigência de atuação mais rápida da liderança, coisa que nem sempre
acontece.
4.
Todos os departamentos ligados à produção, como
almoxarifado, setor de compras, PCP, manutenção entre outros, precisarão
acompanhar essa agilidade que no passado era mais fácil.
5.
A concorrência mais forte e porque não dizer até mesmo
desleal, em alguns casos. Os produtos que são “despejados” de outras partes do
mundo com preços que chegam a ser desafiadores para não dizer outra coisa...
6.
O fortalecimento dos sindicatos que em muitos casos
chegam a atrapalhar o desempenho da indústria.
Ufa! Nem precisamos mais motivos para dizer que administrar
a produção de uma confecção nos dias de hoje é infinitamente mais complicado
que outrora!
Por essas e outras razões é que precisamos mudar a maneira
de trabalhar. Produzir não significa sentar atrás de uma máquina de costura e
pisar até o máximo, como antigamente, mas sim fazermos as operações de forma
equilibrada em favor do conjunto dessas operações e não somente de uma parte do
produto, como já foi no passado.
A fábrica precisa reduzir os custos operacionais através de
técnica mais apurada, estudar a “melhor maneira de fazer”, baixar tempos
padrões e incontinentemente motivar as pessoas do chão de fábrica para que
possam trabalhar com comprometimento total.
Precisamos “tirar” das nossas fábricas aquelas encarregadas
que acreditavam que a força era importante, substituindo-a pela líder que
acredita nas pessoas, que sabe conduzir uma equipe com jeito e desta forma
extraindo o melhor de cada elemento de sua equipe.
Considero essa a grande diferença na administração das
confecções de outrora e as de hoje.