sexta-feira, 28 de agosto de 2015

A COSTUREIRA FALTOU! E AGORA?

Tenho ouvido muita reclamação quanto às faltas das costureiras em nossas confecções.

Concordo e realmente isso é uma verdade, porém o mais importante é saber a causa desse evento. Porque as costureiras faltam tanto ao trabalho?

Tenho uma resposta que os empresários e seus gerentes não gostarão muito de ouvir ou ler...

O número de faltas elevado  é o primeiro sintoma de falta de motivação desse pessoal, desta forma considero que a empresa é a responsável pela ausência da costureira.

Quando alguém está motivado, com garra e comprometimento, dificilmente falta ao trabalho, chega a trabalhar mesmo doente. Se isso é um fato, precisamos buscar as razões da falta motivação e o problema “falta” da costureira passa a ser uma consequência.

Poucos empresários admitem essa minha afirmação porque no fundo sabem que é verdadeira, mas não têm coragem ou força para buscar os verdadeiros motivos que levaram essa costureira a agir dessa forma. Fogem do problema e continuam reclamando como se fossem vítimas.

Pena! Continuarão tendo número elevado de faltas e desta forma comprometendo resultados, pois a funcionária que faltou contribuirá para o desastre na produção.


Senhor empresário pare de “fazer de conta”. Encare o problema, pois será realmente o único meio de solucioná-lo...

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

JOGAR BEM E PERDER O JOGO

É desta forma que enxergo os fatos dentro de nossas confecções, quando me refiro à produção.

A costureira trabalha maravilhosamente bem (muitas vezes), mas a produção não “decola”. Porque desse fenômeno? A resposta é simples e obvia – está trabalhando na operação errada.

Convenhamos que produção seja peça pronta, portanto preciso do conjunto das operações, acontece que nem sempre o setor privilegia o produto, mas sim a operação. Erro grave da liderança, pois se corre o risco de gastar nossas energias em coisa que não renderá produto pronto.

No exemplo abaixo você poderá entender melhor essa minha afirmação:-
Imaginemos um produto com cinco operações. Se não seguir uma “receita de fabricação” adequada para esse produto, poderei fazer essas operações em desequilíbrio o que levará a não atingir metas, muito embora as costureiras até possam ter trabalhado bem.

Agora, se a costureira trabalhou bem como explicar que a produção não foi satisfatória? Ela nunca entenderá essa “incoerência” da liderança. O fato é que a produção realmente não aconteceu, pois as operações foram feitas sem critério e desta forma o produto não ficou pronto. Resumindo – a operação foi feita no tempo padrão certo, porém sem equilíbrio entre elas.

O pior de tudo isso é que a líder ainda não está convencida que precisa mudar sua maneira de administrar a produção.


Só posso dizer – teimosa...

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

A CONFECÇÃO DE 1.970 E A CONFECÇÃO DE 2.015

As mudanças nesses 45 anos foram tão profundas que precisamos reaprender a trabalhar no setor produtivo de uma confecção.

Se formos comparar como administrávamos uma confecção na década de 70 com os dias de hoje veremos que é necessário, acima de tudo, uma postura diferente dos atuais administradores (gerentes, líderes e encarregados de produção).

Inicialmente precisamos considerar que a grande mudança foi que no passado tínhamos poucos modelos e um número grande de peças desse mesmo modelo. Isso facilitava a produção, pois não estava sujeito a muitas trocas. Hoje é exatamente o inverso, temos muitos modelos todos com pequenas quantidades de peças a ser produzidas, o que obriga a troca constantes no sistema produtivo. É importante salientar que a troca do modelo é o momento crítico da produção e muitas vezes a perda é inevitável.

Esse fenômeno também exigiu uma encarregada diferente daquela de décadas passadas, assim como a própria costureiras precisou se tornar polivalente, pois não tinha mais como trabalhar numa única máquina ou numa única operação. Acontece que na maioria das confecções ainda se administra como em 1970, ocasionando uma grande perda de mão de obra, pois a costureira não sai de uma determinada operação só porque é boa nessa operação, mesmo que essa operação não seja necessária no momento.

Essas mudanças também acabaram exigindo mudanças no layout da fábrica para facilitar o fluxo da mercadoria, coisa que no passado não era tão importante.

A valorização da operadora passou a ser determinante no resultado, desta forma nos obrigou a ações motivacionais, onde poderemos obter bons resultados pelo entusiasmo e “vontade” da costureira em ter uma melhor performance.

Outra grande mudança foi a necessidade de se investir no treinamento, coisa que não era valorizado. Quanto mais treinada a mão de obra, menos problemas teremos com falta de multifuncionalidade da operadora.

E você? Mudou? Ou continua administrando sua confecção como em 1970?

Outras muitas mudanças aconteceram, com certeza, mas saiba que a velocidade dessas mudanças será cada vez maior. Hoje estou comparando confecções num prazo de 45 anos, mas tenham certeza que daí a alguns anos estarei comparando confecções no período de um ano, prepara-se....

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

O GARGALO LEVADO MAIS A SÉRIO

O assunto gargalo deveria ser levado mais a sério nas empresas de confecção.

De nada adianta uma mão de obra boa, especializada se nos deparamos com gargalos de máquinas, muitas vezes que não permitem que utilizemos essa mão de obra, mas simplesmente ativemos essa mão de obra.

Existe uma diferença profunda em utilizar e ativar uma máquina ou uma costureira.

Utilizar significa que a operação tem sequência, objetiva um fluxo da mercadoria ao passo que ativar simplesmente trabalhou-se para criar um acúmulo desnecessário e aumentar os custos operacionais.

Se tiver uma operação de 1 minuto e a próxima tem um tempo de 2 minutos, estou utilizando a primeira máquina quando produzo até 30 peças, pois acima desse número a segunda máquina não poderá acompanhar, sendo assim estarei ativando máquina ou costureira. Ainda sobre esse exemplo – 60 minutos/1= 60 peças. Porque farei 60 peças por hora nessa operação se na próxima só poderei produzir 30 peças, pois o tempo é de 2 minutos?

Nessa situação acima podemos enxergar perfeitamente que para o bom aproveitamento da mão de obra o ideal é utilizar máquinas e nunca simplesmente ativar máquinas.

Sempre advoguei em favor do estudo da peça antes de entrar na costura, pois me dará oportunidade de enxergar os gargalos produtivos e nunca permitir um acúmulo intermediário de mercadoria no processo produtivo.


Aqui vai uma dica para os senhores administradores de produção - deem a devida atenção aos gargalos, pois são eles que determinam sua produção...