Tenho observado que certas líderes de produção não conseguem
entender porque a produção não “acontece” mesmo a costureira fazendo a operação
no tempo padrão determinado por uma cronometragem.
É evidente que fazer a operação no tempo correto é uma das
condições para se atingir metas, porém outros fatores também precisam acontecer
paralelamente. Muitas vezes são variáveis até mesmo mais importantes que
simplesmente se fazer no tempo padrão. Vejamos: -
Mais importante que fazer no tempo correto é por exemplo,
criar um fluxo contínuo onde a mercadoria busque um único caminho – a última
operação. Somente quando a última operação foi realizada que poderemos
considerar a peça produzida. E o que impede esse “caminho” em busca da última
operação? Certamente o desiquilíbrio no processo causado pela diferença dos
tempos operacionais.
Essa é a causa que tem como consequência o acúmulo
intermediário de peças no processo, fato esse que aumenta sobremaneira os
custos de fabricação.
Podemos citar outro fator que contribui para a produção não
acontecer – a falta de organização em nossas confecções. Tudo misturado,
serviço parado em todos os lugares, falta de coisas em seus lugares certos que
não nos permite usar o controle visual a nosso favor. Difícil de quantificar
essa perda, mas afirmo que é muito significativa.
De que adianta a costureira executar sua operação num tempo
maravilhoso se a líder de produção não estudou esse produto antecipadamente e
agora na hora de produzir percebeu que os gargalos operacionais estão “matando”
os resultados? Ou mesmo se um PCP inoperante abasteceu o grupo com falta de
aviamentos?
Acredito que diante desses fatores, e outros talvez, a líder
não poderá dizer que não entende porque a produção não “vinga” se as
costureiras são maravilhosas e executam as operações nos tempos determinados.
Pergunto, será que isso é o suficiente? Obvio que não!
Tenho visto fábricas com costureiras excelentes, mas com
resultados desastrosos. Uma pena!
O conjunto não funciona. Lamentavelmente a falta de ação e
atitudes desse pessoal de comando contribuem para o caos. Tudo isso acaba
causando outros problemas difíceis de serem combatidos – desmotivação, por
perceber que o esforço é inútil, a dúvida que gera sobre as metas, a falta de
comprometimento das costureiras (gerados pela ineficácia dos resultados), a
fúria da direção da empresa, por não poder honrar seus compromissos (a fábrica
não produz e consequentemente não tem dinheiro), enfim, até parece que estamos
falando de um inferno total e não de uma confecção que visa lucratividade.
Realmente estamos num inferno, muito embora as costureiras
estejam fazendo as operações nos tempos preestabelecidos. E aí, grande coisa...
Costumamos reclamar do mercado. Está horrível, não se vende
nada, a concorrência é brutal, o poder aquisitivo baixo provocado pela crise
violenta em que o país passa é fatal para nossas confecções.
Posso até
concordar com tudo isso, porém acredito que esses fatores não são os únicos que
prejudicam nossas fábricas, mas junto a eles, a incapacidade de gerenciar os
fatores internos, que depende única e exclusivamente de um comando bem treinado
e preparado para poder enfrentar essas outras dificuldades que servem como
desculpas para que fiquemos de braços cruzados, esperando acontecer um milagre.
Vamos à luta, chega de lamentar, somos capazes, busque
alternativas, reduza seu custo operacional, capriche na qualidade do seu
produto, se imponha à essa maldita crise, você pode...
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