sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

PORQUE NÃO BASTA FAZER A OPERAÇÃO NO TEMPO CORRETO

Tenho observado que certas líderes de produção não conseguem entender porque a produção não “acontece” mesmo a costureira fazendo a operação no tempo padrão determinado por uma cronometragem.

É evidente que fazer a operação no tempo correto é uma das condições para se atingir metas, porém outros fatores também precisam acontecer paralelamente. Muitas vezes são variáveis até mesmo mais importantes que simplesmente se fazer no tempo padrão. Vejamos: -

Mais importante que fazer no tempo correto é por exemplo, criar um fluxo contínuo onde a mercadoria busque um único caminho – a última operação. Somente quando a última operação foi realizada que poderemos considerar a peça produzida. E o que impede esse “caminho” em busca da última operação? Certamente o desiquilíbrio no processo causado pela diferença dos tempos operacionais.

Essa é a causa que tem como consequência o acúmulo intermediário de peças no processo, fato esse que aumenta sobremaneira os custos de fabricação.

Podemos citar outro fator que contribui para a produção não acontecer – a falta de organização em nossas confecções. Tudo misturado, serviço parado em todos os lugares, falta de coisas em seus lugares certos que não nos permite usar o controle visual a nosso favor. Difícil de quantificar essa perda, mas afirmo que é muito significativa.

De que adianta a costureira executar sua operação num tempo maravilhoso se a líder de produção não estudou esse produto antecipadamente e agora na hora de produzir percebeu que os gargalos operacionais estão “matando” os resultados? Ou mesmo se um PCP inoperante abasteceu o grupo com falta de aviamentos?

Acredito que diante desses fatores, e outros talvez, a líder não poderá dizer que não entende porque a produção não “vinga” se as costureiras são maravilhosas e executam as operações nos tempos determinados. Pergunto, será que isso é o suficiente? Obvio que não!

Tenho visto fábricas com costureiras excelentes, mas com resultados desastrosos. Uma pena!
O conjunto não funciona. Lamentavelmente a falta de ação e atitudes desse pessoal de comando contribuem para o caos. Tudo isso acaba causando outros problemas difíceis de serem combatidos – desmotivação, por perceber que o esforço é inútil, a dúvida que gera sobre as metas, a falta de comprometimento das costureiras (gerados pela ineficácia dos resultados), a fúria da direção da empresa, por não poder honrar seus compromissos (a fábrica não produz e consequentemente não tem dinheiro), enfim, até parece que estamos falando de um inferno total e não de uma confecção que visa lucratividade.

Realmente estamos num inferno, muito embora as costureiras estejam fazendo as operações nos tempos preestabelecidos. E aí, grande coisa...

Costumamos reclamar do mercado. Está horrível, não se vende nada, a concorrência é brutal, o poder aquisitivo baixo provocado pela crise violenta em que o país passa é fatal para nossas confecções. 

Posso até concordar com tudo isso, porém acredito que esses fatores não são os únicos que prejudicam nossas fábricas, mas junto a eles, a incapacidade de gerenciar os fatores internos, que depende única e exclusivamente de um comando bem treinado e preparado para poder enfrentar essas outras dificuldades que servem como desculpas para que fiquemos de braços cruzados, esperando acontecer um milagre.

Vamos à luta, chega de lamentar, somos capazes, busque alternativas, reduza seu custo operacional, capriche na qualidade do seu produto, se imponha à essa maldita crise, você pode...


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