Chega a ser curioso executivos de produção sentirem medo de
mudar!
Nem sei corretamente se o termo é medo. Poderia ter outros
adjetivos essas “barbaridades” que costumo encontrar em fábricas de confecção.
Muitas vezes é nítida a necessidade de mudanças tendo em
vista os péssimos resultados, porém, mesmo que se perceba a urgência dessas
mudanças elas “patinam”.
Vamos aos fatos –
1.
As “novas” regras não são executadas, pois para
que isso acontecesse seria necessário tirar muita “gente” da zona de conforto.
Líderes, gerentes e supervisores de produção completamente ignorantes no
assunto – produção. Aqueles que mascaram os resultados, são os mesmos que
adotam a política do “adiantando” a produção porque querem se isentar da
responsabilidade, por exemplo, de deixar entrar mercadoria na produção sem os
respectivos aviamentos. Também não isento de responsabilidade o senhor diretor
dessa empresa que assiste tudo isso e nada faz para impedir esse absurdo
(provavelmente porque também não entende nada do assunto – produção).
2.
Para agravar um pouco mais nosso “circo” o
administrador insiste em manter em seu quadro de funcionários aqueles que não
aceitam o novo e iniciam um trabalho de minar o método. O argumento? Ah, são
vários – ele está provocando uma situação para ser dispensado e isso não faremos
pois senão vamos premiá-lo, ou fica muito caro a indenização desse funcionário,
ou ainda, não posso ficar sem esse funcionário porque só ele executa essa
tarefa. Seja como for, a empresa acaba ficando com um inimigo dentro da
fábrica. Vejam em que ponto chegamos, meus leitores, um conjunto de piadas, por
isso que chamei essa fábrica de circo.
3.
Todos os
envolvidos não foram conscientizados da necessidade das mudanças e dessa forma
acabam sendo vítimas pela falta de informação.
4.
Espera-se, muitas vezes, que um novo método de
trabalho faça milagres e exige-se tempo recorde para que os resultados possam
aparecer.
5.
O treinamento é esquecido e dessa forma os
envolvidos “nesse novo” nem sabem corretamente qual seu papel nessa nova
maneira de trabalhar.
Isso tudo por si só já seria o suficiente para que o novo
fosse abandonado rapidamente, mas na verdade outros fatores contribuem para o
fracasso do novo.
Infelizmente o empresário tem grande responsabilidade nesse
quadro todo, pois errou e muito, na maioria dos casos –
1.
Contratou mal o gerente.
2.
Não investiu em treinamento.
3.
Também está com medo desse novo, muito embora
saiba que da forma que está trabalhando “vai quebrar”.
4.
É imediatista.
5.
Não acompanha de perto o processo de mudança.
6.
Acredita em milagres e pensa que o novo método
vai resolver todos os seus problemas.
Ufa, vocês acreditam que essa mudança vai dar certo num
ambiente desses? Eu não!
O pior é que a essa altura dos acontecimentos aparece um “engraçadinho”
e diz – “não falei que isso não ia dar certo”?
Pasmem, um “bando” de incompetentes...