sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

MEDO DO NOVO

Chega a ser curioso executivos de produção sentirem medo de mudar!

Nem sei corretamente se o termo é medo. Poderia ter outros adjetivos essas “barbaridades” que costumo encontrar em fábricas de confecção.

Muitas vezes é nítida a necessidade de mudanças tendo em vista os péssimos resultados, porém, mesmo que se perceba a urgência dessas mudanças elas “patinam”.

Vamos aos fatos –                                                     
1.       As “novas” regras não são executadas, pois para que isso acontecesse seria necessário tirar muita “gente” da zona de conforto. Líderes, gerentes e supervisores de produção completamente ignorantes no assunto – produção. Aqueles que mascaram os resultados, são os mesmos que adotam a política do “adiantando” a produção porque querem se isentar da responsabilidade, por exemplo, de deixar entrar mercadoria na produção sem os respectivos aviamentos. Também não isento de responsabilidade o senhor diretor dessa empresa que assiste tudo isso e nada faz para impedir esse absurdo (provavelmente porque também não entende nada do assunto – produção).

2.       Para agravar um pouco mais nosso “circo” o administrador insiste em manter em seu quadro de funcionários aqueles que não aceitam o novo e iniciam um trabalho de minar o método. O argumento? Ah, são vários – ele está provocando uma situação para ser dispensado e isso não faremos pois senão vamos premiá-lo, ou fica muito caro a indenização desse funcionário, ou ainda, não posso ficar sem esse funcionário porque só ele executa essa tarefa. Seja como for, a empresa acaba ficando com um inimigo dentro da fábrica. Vejam em que ponto chegamos, meus leitores, um conjunto de piadas, por isso que chamei essa fábrica de circo.
3.        Todos os envolvidos não foram conscientizados da necessidade das mudanças e dessa forma acabam sendo vítimas pela falta de informação.

4.       Espera-se, muitas vezes, que um novo método de trabalho faça milagres e exige-se tempo recorde para que os resultados possam aparecer.

5.       O treinamento é esquecido e dessa forma os envolvidos “nesse novo” nem sabem corretamente qual seu papel nessa nova maneira de trabalhar.

Isso tudo por si só já seria o suficiente para que o novo fosse abandonado rapidamente, mas na verdade outros fatores contribuem para o fracasso do novo.

Infelizmente o empresário tem grande responsabilidade nesse quadro todo, pois errou e muito, na maioria dos casos –
1.       Contratou mal o gerente.
2.       Não investiu em treinamento.
3.       Também está com medo desse novo, muito embora saiba que da forma que está trabalhando “vai quebrar”.
4.       É imediatista.
5.       Não acompanha de perto o processo de mudança.
6.       Acredita em milagres e pensa que o novo método vai resolver todos os seus problemas.

Ufa, vocês acreditam que essa mudança vai dar certo num ambiente desses? Eu não!

O pior é que a essa altura dos acontecimentos aparece um “engraçadinho” e diz – “não falei que isso não ia dar certo”?
Pasmem, um “bando” de incompetentes...


sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

UM BOM PROFISSIONAL

Que o segmento de confecção está carente de bons profissionais nem preciso falar. Isso a todos os níveis, mas considero mais grave quando nos referimos à liderança.

Em primeiro lugar é necessário definirmos um bom profissional. Que é ser bom profissionalmente? Será que simplesmente conhecer tecnicamente o trabalho é o bastante? Evidente que não.

Um bom profissional em primeiro lugar é aquele que além de desempenhar bem as tarefas que lhe foram atribuídas é uma pessoa de boa comunicação, de comprometimento total, é aquele que sempre busca executar sua tarefa de maneira melhor, enfim é aquele que acredita que sempre poderá melhorar seu desempenho.

Costumo dizer que um bom profissional sempre será primeiro uma boa pessoa. Acredito que uma boa pessoa nem sempre será um bom profissional, mas nunca existirá um bom profissional que não seja antes uma boa pessoa.

Quando falamos de liderança então, as coisas se complicam um pouco mais.

Um bom profissional exercendo o papel de líder deverá ser exemplo, não só técnico, mas principalmente de postura, ele precisará aprender a assumir os desvios de resultados que sua equipe venha a ter. Ele deverá ter humildade, ter coerência em suas atitudes, ser imparcial e acima de tudo, justo. Deixar de lado suas preferências pessoais, mas sempre conduzir a equipe de forma idêntica. O certo vale para todos, assim como o errado também.

O bom profissional é aquele que sempre tem mais para dar, independentemente da posição hierárquica que ocupe.

Mais uma vez estamos afirmando que o treinamento é fundamental para tal postura, porém existe outro fator importante – a base, a origem, a educação e isso não são todos os que tem a sorte de ter. Estou falando daquela matéria que se aprende em casa – berço, família, exemplo.


Jamais um garoto se transformará num grande profissional se o exemplo não vier dos pais, do meio em que vive. Não estou afirmando que o filho de um “vagabundo” também será vagabundo, porém vocês vão admitir que a chance é grande.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

SEU PRODUTO É VIÁVEL ECONOMICAMENTE?

Um cuidado que nem sempre as empresas de confecção adotam é estudar se seu produto tem retorno financeiro.

Em muitos casos, não existe uma preocupação do setor comercial ou mesmo de criação em analisar se a produção consegue produzir de uma forma rentável aquele produto super-elaborado.

Evidente que o setor de criação deve buscar modelos diferenciados, que provoquem o consumidor a adquiri-lo, porém jamais poderão se esquecer que a meta da empresa é o lucro. Quero dizer com isso que não adianta a peça ser maravilhosa se não irá gerar lucro. Ela precisa ser viável economicamente.

Tenho visto estilistas maravilhosas criando peças também maravilhosas muito embora o seu grau de dificuldade, no momento da produção, é tão grande que não existe como transferir essa dificuldade para o preço final do produto. E aí? Prejuízo! Não houve um estudo desse grau de dificuldade no setor produtivo.

 A piloteira levou meio dia para confeccionar essa peça. Deu um “jeitinho”, puxou aqui, esticou ali, pronto ficou excelente. Saímos com as amostras e vendemos 10.000 peças. E agora? Será que a produção poderá dar esses jeitinhos que a piloteira praticou em uma única peça?

É meus amigos, vocês estão achando que isso acontece pouco? Tenha certeza que todos os dias enfrentamos esse tipo de problema. Resultado – mais uma vez a produção “paga o pato”, pois vai ter que produzir 10.000 peças em tempo recorde...

Impossível! Estamos diante de um produto inviável economicamente e isso aconteceu porque provavelmente o setor de criação não tinha noção nenhuma de custos operacionais.

Temos que confeccionar produtos diferenciados, porém que acima de tudo permitam a empresa ter lucro, pois caso contrário...



sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

QUANDO A VONTADE É MAIOR QUE OS RECURSOS

Tenho tido a satisfação de presenciar fatos que me deixam feliz no que diz respeito à vontade que a fábrica tem em fazer melhor. É bem verdade, e meus leitores sabem disso, que quando tenho que criticar um trabalho mal feito eu não poupo palavras. Acontece que em muitos casos percebo a vontade da costureira assim como da liderança em produzir mais e melhor, porém os recursos que a empresa oferece são pequenos.

Existem alguns empresários que ainda não perceberam que pagam caro pelo não investimento na fábrica. 

Investir em tecnologia é retorno certo. Digo isso porque não é surpresa uma operação sendo feita na “raça”, quando poderia, por exemplo utilizar de aparelhos, guias especiais, ou outras ferramentas que reduziriam os tempos operacionais e consequentemente se tornaria mais lucrativo para a empresa.

O mais curioso é que esses empresários ou gestores de produção não perceberam também que acabam perdendo recurso humano, quando se executa uma tarefa num tempo padrão alto, aumentando dessa forma o custo operacional. E ainda digo mais, em certos casos o administrador fala – “esse equipamento é muito caro, vamos dar um jeito de fazer assim mesmo, pois a piloteira conseguiu”.

Vocês não acreditam? Realmente é para não acreditar, mas infelizmente existem muitas empresas sendo administradas dessa forma.

O piso de fábrica quer melhorar, a liderança quer resultados, mas os recursos escassos não permitem bons resultados tanto na qualidade quanto na quantidade de peças. E aí José?

Vamos dando um jeitinho...

Muitas vezes esse jeitinho colabora para o fracasso total do setor de produção.

Afirmo que depois do treinamento o maior investimento que a empresa poderá fazer na linha de produção é ter técnica no processo produtivo, caso contrário, você já sabe o fim desse filme...