sábado, 24 de fevereiro de 2018

O MEDO DO ERRO

Evidente que um erro no setor produtivo poderá trazer consequências desastrosas, não tenho dúvidas, porém não executar algo por medo de errar é tão grave quanto o próprio erro. Acredito que esse fato contribui para que as pessoas não “se arrisquem” em tentar, pois o medo de ter que responder por um erro é maior que a necessidade de se fazer. Uma pena, além de um grande engano.

Um erro deverá ser um momento de aprendizado. Prefiro que alguém erre porque tentou, do que não fazer porque tem medo de errar. Lembrem-se que os grandes gênios da nossa história erraram muito antes de se tornarem gênios.

Quem está no comando poderá amenizar as chances de erro, desde que acompanhe o trabalho de quem está aprendendo, isso por si só diminuirá a possibilidade de erro, porém, nunca inibir o elemento que está sendo treinado. Sempre digo que se o erro aconteceu é porque o profissional ainda não treinou o suficiente para fazer certo, sendo assim, a solução é continuar o treinamento.

Vocês concordarão comigo quando digo que o bom atacante, no futebol, é aquele que perde muitos gols, mas nunca desiste e numa hora oportuna fará o gol e seu time será o vencedor. Na produção o fato se repete.

O grande problema é que a falta de acompanhamento dos líderes de produção não permite que esse erro seja rapidamente solucionado e desta forma o peso dele torna-se grande.

Você como líder já errou muito, entretanto conseguiu subir na cadeia hierárquica. Sendo assim, acompanhe mais de perto seu subordinado, fique atento e acompanhe para que seus erros não tenham peso tão grande a ponto de inibi-lo.

Erros e acertos fazem parte desse jogo difícil que é a produção, tudo é uma questão de coragem e assumir riscos.

Se eu não dirigir por medo de atropelar alguém, jamais serei um bom motorista, mas isso não isenta a possibilidade de atropelar um pedestre. São riscos. Quem não assume riscos jamais crescerá profissionalmente.

Estamos num mundo altamente competitivo e só os fortes conseguirão vencer a concorrência, nem que para isso tenhamos que errar e principalmente aprender com esses erros.

Meu conselho – “não deixe que o medo torne você um profissional medíocre”...

Muitos erros e boa sorte.


terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

O PEDIDO FOI ATENDIDO ! E DAÍ ?

Tenho visto muitos executivos de confecção se vangloriarem porque não atrasam o atendimento dos pedidos aos seus clientes. Ótimo. Entregar um pedido em datas combinadas com cliente é obrigação da empresa, porém isso não significa que esse ato por si só seja a coisa mais importante com que a empresa deva se preocupar. Entregou o pedido na data marcada, mas pergunto quanto custou isso?

Nunca podemos esquecer que o objetivo da empresa é o LUCRO. Portanto se o pedido foi entregue a qualquer custo e não gerou esse lucro, todo esforço foi em vão.

Falo isso porque tenho visto certos absurdos acontecendo nas confecções. Por falta de uma programação adequada comete-se verdadeiros suicídios para poder manter uma data de entrega. Vou aqui citar alguns desses absurdos – para-se, muitas vezes, os setores de costura para “ajudar” a embalagem, assim como paga-se absurdos de horas extras para cumprir datas e ainda se não bastasse toda essa loucura coloca pessoal sem treinamento, por exemplo, para revisar a qualidade das peças produzidas. Paramos por aqui, pois tenho visto muitas atitudes sendo tomadas para “corrigir” talvez um problema administrativo.

Ficou em segundo plano o LUCRO. O aumento do custo operacional foi tão grande que matou o grande objetivo da empresa. O pior é que existe uma falsa impressão que a “batalha” foi vencida e alguém sem visão empresarial grita alto e em bom tom – “nunca atrasamos nossos pedidos”. Grande coisa, diria eu, enxergando que num futuro próximo essas loucuras acabarão tornando insustentável um custo de fabricação tão absurdamente alto...


Aí darei uma de advogado do diabo – O pedido foi entregue na data correta, mas quanto isso custou? 

Tenha certeza, não valeu a pena...

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

A DIFERENÇA ENTRE "CHEFIAR" A PRODUÇÃO E "LIDERAR" A PRODUÇÃO

Quando ouvimos a palavrar “chefe” já vem em nossa mente coisa antiga. Aquela antiga “encarregada” que pouco entendia de processo produtivo, muito embora conhecesse o produto. Hoje falamos em “líder” de produção, não deixou de conhecer o produto, mas privilegia o processo. Vamos compará-las.

Atuação                                                               Encarregada                                   Líder
Método                                                              privilegia a operação                    privilegia o produto
Controle                                                             individual                                     grupo
Frequência do controle                                       diário                                           hora a hora
Comando                                                           autoritário                                    participativo
Problemas                                                          adia a solução                             soluciona           
Faltas/ausências                                                 alto índice                                    só necessárias
Valorização da equipe                                        só “panelinhas”                             através do mérito
Comportamento                                                medo, terror                                 companheirismo
Avaliação                                                          sem critério                                  sob resultados
Responsabilidades                                            concentradas                                 divididas

Poderíamos ficar aqui muito tempo estudando as diferenças, porém os resultados já conhecemos. A única chance de se obter bons resultados é termos líderes em nossas fábricas e nunca mais encarregadas.

Acontece que a maioria das nossas confecções ainda têm encarregadas que com sua atuação medíocre “mata” os resultados e conseguem esconder toda ineficiência do sistema produtivo.

Atenção administradores da produção – nunca admitam uma encarregada, mas sempre uma líder que possa agregar valores para que no fim de cada mês não se lamentem os resultados desastrosos que levaram a empresa a fechar o mês no vermelho...