A Margarida Modas era uma empresa de confecção que tinha
seus produtos vendidos em todo o país. Era uma fábrica que enfrentava os
problemas comuns da sazonalidade do setor, de taxas e impostos altíssimos,
concorrência do mundo todo, mas conseguia sobreviver diante desse quadro. Ainda
não estamos citando os problemas de ordem interna, como mão de obra não
qualificada, até mesmo sem comprometimento, equipamento nem sempre ideal para o
produto que fabricava e outros que afetavam terrivelmente o resultado da sua
produção.
Para complicar todo esse cenário, um belo dia a gerente de
produção pediu demissão e deixou a empresa. Caos! E agora? Providenciar
imediatamente uma substituta..
.
Existe um ditado que diz – “ Há males que vem pra bem”.
A Margarida Modas pode, a partir de aí ser mais competitiva,
pois a nova gerente mudou a panorâmica dessa fábrica. É bem verdade que os
problemas externos continuaram, porém, os internos foram resolvidos de forma
brilhante, que contribuíram para amenizar esses problemas externos. A empresa
passou a ter um produto com mais qualidade, redução de preços, entregas mais
pontuais, diminuição de desperdícios, enfim mudanças que contribuíram para
aumentar a satisfação dos clientes, a história passou a ser outra...
Será que essa gerente realizou algum milagre? Evidente que
não! Ela simplesmente fez a coisa certa, tais como –
1.
Aumentou a motivação do piso de fábrica.
Valorizou o bom funcionário, eliminou aquele que não estava feliz na empresa.
Premiou o esforço da equipe com reconhecimento (moral, acima de tudo).
2.
Detectou entre os funcionários aqueles que
poderiam receber treinamento e intensificou essa prática. O treinamento fez
parte do dia a dia da fábrica.
3.
Contratou para substituição, alguns novos
funcionários com maior poder de liderança, gente com experiência a acima de
tudo forte nas atitudes.
4.
Criou mecanismo capaz de captar e detectar
dentro da fábrica aqueles funcionários criativos, talentos que estavam
escondidos, que através da criatividade buscaram caminhos novos para solução
dos problemas.
5.
Trabalhou muito o processo produtivo, procurando
utilizar da melhor maneira possível os recursos, tanto de mão de obra quanto de
equipamento.
6.
Matou gargalos produtivos, eliminou os acúmulos
no processo, gerenciou a fábrica com equilíbrio na fabricação, nunca produzindo
o que a operação seguinte não podia absorver. Enxugou o excesso.
7.
Criou um Kanban que eliminou a perda de produção
por falhas no abastecimento.
8.
Agrupou os modelos semelhantes para que o
impacto da troca de modelos não fosse tão cruel na produção.
9.
Criou um fluxo contínuo e ininterrupto,
eliminando dessa forma custos de mão de obra.
Enfim, nossa nova gerente deu “cara nova” ao sistema
produtivo.
Em muito pouco tempo os resultados começaram a aparecer. A
produção não ficou livre de problemas, mas a nova realidade permitiu que eles
ficassem transparentes e dessa forma mais rapidamente poderiam ser
solucionados.
Esforço válido! Todos felizes por perceberem que eram
capazes de eliminar barreiras que até então pareciam intransponíveis.
A Margarida Modas até parecia uma nova empresa. Esse fato
por si só fez com que a própria diretoria se empolgasse diante de novos números
e os investimentos se multiplicaram, porque agora valia a pena...
Batalha vencida, mas ainda estávamos longe de vencer a
guerra. A guerra do dia a dia, aquela que precisa de liderança com atitudes,
vontade, disposição para enfrentar o próximo problema.
Conto essa história para que você que lê essa matéria
acredite em você, saiba que é capaz, tenha ações, sempre que a situação exigir.
Atitude, talvez seja a palavra mágica.
Evidente que todo gestor precisa ser bom tecnicamente, mas
tenha certeza que, muito mais importante é sua postura, seu comportamento
diante das dificuldades que o processo produtivo nos oferece...