terça-feira, 28 de agosto de 2018

A HISTÓRIA DE UMA EMPRESA


A Margarida Modas era uma empresa de confecção que tinha seus produtos vendidos em todo o país. Era uma fábrica que enfrentava os problemas comuns da sazonalidade do setor, de taxas e impostos altíssimos, concorrência do mundo todo, mas conseguia sobreviver diante desse quadro. Ainda não estamos citando os problemas de ordem interna, como mão de obra não qualificada, até mesmo sem comprometimento, equipamento nem sempre ideal para o produto que fabricava e outros que afetavam terrivelmente o resultado da sua produção.

Para complicar todo esse cenário, um belo dia a gerente de produção pediu demissão e deixou a empresa. Caos! E agora? Providenciar imediatamente uma substituta..
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Existe um ditado que diz – “ Há males que vem pra bem”.

A Margarida Modas pode, a partir de aí ser mais competitiva, pois a nova gerente mudou a panorâmica dessa fábrica. É bem verdade que os problemas externos continuaram, porém, os internos foram resolvidos de forma brilhante, que contribuíram para amenizar esses problemas externos. A empresa passou a ter um produto com mais qualidade, redução de preços, entregas mais pontuais, diminuição de desperdícios, enfim mudanças que contribuíram para aumentar a satisfação dos clientes, a história passou a ser outra...

Será que essa gerente realizou algum milagre? Evidente que não! Ela simplesmente fez a coisa certa, tais como –
1.       Aumentou a motivação do piso de fábrica. Valorizou o bom funcionário, eliminou aquele que não estava feliz na empresa. Premiou o esforço da equipe com reconhecimento (moral, acima de tudo).

2.       Detectou entre os funcionários aqueles que poderiam receber treinamento e intensificou essa prática. O treinamento fez parte do dia a dia da fábrica.

3.       Contratou para substituição, alguns novos funcionários com maior poder de liderança, gente com experiência a acima de tudo forte nas atitudes.

4.       Criou mecanismo capaz de captar e detectar dentro da fábrica aqueles funcionários criativos, talentos que estavam escondidos, que através da criatividade buscaram caminhos novos para solução dos problemas.

5.       Trabalhou muito o processo produtivo, procurando utilizar da melhor maneira possível os recursos, tanto de mão de obra quanto de equipamento.

6.       Matou gargalos produtivos, eliminou os acúmulos no processo, gerenciou a fábrica com equilíbrio na fabricação, nunca produzindo o que a operação seguinte não podia absorver. Enxugou o excesso.

7.       Criou um Kanban que eliminou a perda de produção por falhas no abastecimento.

8.       Agrupou os modelos semelhantes para que o impacto da troca de modelos não fosse tão cruel na produção.

9.       Criou um fluxo contínuo e ininterrupto, eliminando dessa forma custos de mão de obra.

Enfim, nossa nova gerente deu “cara nova” ao sistema produtivo.

Em muito pouco tempo os resultados começaram a aparecer. A produção não ficou livre de problemas, mas a nova realidade permitiu que eles ficassem transparentes e dessa forma mais rapidamente poderiam ser solucionados.

Esforço válido! Todos felizes por perceberem que eram capazes de eliminar barreiras que até então pareciam intransponíveis.

A Margarida Modas até parecia uma nova empresa. Esse fato por si só fez com que a própria diretoria se empolgasse diante de novos números e os investimentos se multiplicaram, porque agora valia a pena...

Batalha vencida, mas ainda estávamos longe de vencer a guerra. A guerra do dia a dia, aquela que precisa de liderança com atitudes, vontade, disposição para enfrentar o próximo problema.

Conto essa história para que você que lê essa matéria acredite em você, saiba que é capaz, tenha ações, sempre que a situação exigir. Atitude, talvez seja a palavra mágica.

Evidente que todo gestor precisa ser bom tecnicamente, mas tenha certeza que, muito mais importante é sua postura, seu comportamento diante das dificuldades que o processo produtivo nos oferece...


2 comentários:

  1. Excelente artigo Schumacker, parabéns! Mas fábricas assim devem ser raridade entre as confecções infelizmente. Por que nossas confecções não alcancam esse nível de desempenho? Seria a falta de conhecimento técnico das lideranças, chefes centralizadores e com egos inflados ou outras causas?
    Abraço

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    1. Na verdade é uma soma de variáveis. Falta de conhecimento técnico de lideres que conhecem o produto, mas não conhecem o processo de fabricação. Outra variável que contribui é a falta de comprometimento da maioria dos funcionários, que na verdade, não estão nem aí com resultados. Outro fator é a falta de treinamento que aparece em todos os níveis, desde o mais simples funcionário até o "dono" da empresa. É uma pena, pois os resultados poderiam ser melhores aumentando o poder competitivo de certas empresas.

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