UMA SUCESSÃO DE ERROS

Considero uma sucessão de erros quando nossas confecções não respeitam regras básicas para o bom funcionamento da produção.

Esses erros começam no PCP, quando o acompanhamento da produção não acontece, comprometendo tudo aquilo que fora planejado, ou seja, nosso PCP está caminhando “manco”, planeja e não controla sua execução. Se isso não fosse o bastante, ainda abastece o setor de costura com faltas de aviamentos para se confeccionar. Começamos todo processo de forma errada.

Depois disso a líder de produção também, na maioria das vezes, não estuda o modelo antecipadamente e as dificuldades do produto à “pega despreparada”. Não fica por aí essa tragédia toda, pois quando o modelo começa a ser produzido não se respeita as receitas de fabricação, comprometendo ainda mais algo que já iniciou errado.

Produzir como, com tanta coisa errada?

Percebam que esses “acontecimentos” estão diretamente ligados à falta de normas e procedimentos que todo setor administrativo da produção provoca. Produzir? Como? Só mesmo fazendo-se milagres. Aí vem um engraçadinho e diz que a culpa é da costureira!

Essa sucessão de erros esconde toda a verdade e geralmente as informações só chegam à diretoria da forma que esses líderes fracassados acham convenientes.

PERGUNTA SEM RESPOSTA?

Fico sem resposta para uma pergunta que frequentemente tenho recebido: -

Porque a costureira não faz aquilo que poderia? Pergunta sem resposta? Acredito que não, muito embora algumas líderes insistem em defender a tese de que essa pergunta não tenha resposta realmente.

Eu diria que existem duas situações diferentes para essa questão – A primeira é porque essa costureira ainda não está treinada o suficiente para fazê-lo. A segunda é porque ela não quer fazer.

Evidentemente que cada uma dessas respostas tem soluções diferentes, ou seja, no primeiro caso, para solucionarmos tal situação deveremos intensificar o treinamento e em consequência a costureira começará a fazer, desde que tenha vontade para tal. No segundo caso, com falta de vontade, ninguém conseguirá fazer o que deve. Portanto a solução é demitir essa costureira que “pensa que é esperta”...

Na maioria dos casos a falta de atitudes da liderança leva “em banho maria” essa situação e desta forma a costureira continua não fazendo o que deveria. Nem se pratica um treinamento adequado e muito menos demite quando é uma má funcionária. Conclusão – mais uma vez a empresa “paga a conta”.

Percebam que não existe pergunta sem resposta, mas sim liderança sem ação diante de algo que compromete significativamente os resultados...

Ação, atitude, essa é a marca registrada de uma boa liderança. Simplesmente ficar reclamando de sua equipe é para líderes fracos, que aliás estamos repletos nas fábricas...

Portanto aqui vai uma sugestão aos gestores de produção – “nunca contratem um pseudo-líder”, pois a bomba, mais cedo ou mais tarde, vai estourar...

GRUPO DE COSTUREIRAS x AMONTOADO DE COSTUREIRAS

Grupos de costureiras são equipes que buscam um só resultado, a produção como um todo, praticam suas tarefas buscando a “peça pronta” e nunca somente a operação individual.

Já amontoado de costureiras é o que vemos com frequência em nossas confecções – pessoas que não se incomodam com o resultado final, mas na verdade, advogam em favor da “sua operação”. Nunca é demais lembrar que num grupo não existe – “o meu, o seu, o deles”, mas sim o nosso.

Talvez, mais uma vez estamos citando uma falha de comando, pois a liderança é quem precisa valorizar e “praticar” essa filosofia na fábrica.

Nem sempre a soma dos ótimos individuais é igual ao ótimo final. Para alcançarmos bons resultados no setor de costura é necessário que todas as pessoas da equipe enxerguem a peça pronta como objetivo a se atender. Em outras palavras, o gol só acontece quando a última operação da peça estiver pronta.  Caso contrário foi só ilusão.

Percebam que isso é uma filosofia de trabalho que só conseguiremos atingir com um grupo de costureiras e jamais com um amontoado de costureiras...