sexta-feira, 25 de outubro de 2019

ENTRADA = SAÍDA


Sou defensor de que o conceito de produção precisa mudar, em nossas confecções. Num passado a líder mandava a costureira sentar-se em frente a uma máquina e “pisar” o máximo possível. Isso era produzir. O pior é que depois de tantos anos e tantas modificações, ainda agora existem confecções que são administradas dessa forma.

Defendo a tese de que produzir significa fazer a peça completa e de forma equilibrada. Nunca é demais lembrar que as operações de uma peça qualquer têm tempos diferentes e desta forma se não tivermos uma receita de fabricação equilibrando as diferenças, provocaremos o maior mal na produção – acúmulos intermediários.

Acúmulo entre as operações significa perder mão de obra, significa fazer as operações sem critério, aumentar seu custo operacional, despejar dinheiro pelo ralo, ficar fora de competição diante da concorrência.

Precisamos pensar. Partindo da premissa que cada operação da peça tem um tempo diferente, só consigo trabalhar sem acúmulos intermediários se trabalhar minutos diferentes em cada operação. Como é duro fazer as pessoas entenderem isso, no processo produtivo.

Talvez aí esteja o problema – pensar. Lamentável que nos dias de hoje os gestores da produção ainda acreditem que trabalhar é um processo apenas manual e nunca de raciocínio. Lamentável, não é à toa que grande parte das confecções estão quebradas...


sexta-feira, 18 de outubro de 2019

UM BOM RESERVA


Curioso que geralmente quando um jogador tem um bom reserva ele sempre acaba jogando melhor. Isso talvez tenha a ver com o medo de perder a posição de titular. Na fábrica percebemos o mesmo fenômeno!

Toda vez que um funcionário é único na tarefa acaba virando “estrela”. Isso vale para toda função, desde costureira até gerentes, na produção.

A costureira que é única em determinada máquina ou operação acaba se tornando uma “pedra no sapato” da liderança, pois acha que é superior as demais costureiras, que pode tudo e além do mais quer privilégios. Isso acaba não dando certo.... Provavelmente ela acredita que se for demitida a fábrica vai parar...

Acontece que o grande responsável por tudo isso foi a própria liderança, que alimentou essa situação e não treinou uma reserva para a tal tarefa, desta forma acabou virando refém dessa funcionária. Meu conselho para as líderes de produção – “nunca permita que a titular fique sem uma boa reserva”, caso contrário estará criando uma cobra, que na primeira oportunidade irá pica-la.

O mais curioso é que em patamares mais elevados acontece a mesma coisa. Estamos falando de costureira, mas em cargos mais elevados isso também ocorre.... Tenho visto líderes e mesmo gerentes de produção, que por não terem reservas preparados acham que são deuses e donos da situação, não dando ouvidos a ninguém e sua falta de humildade acaba comprometendo resultados. Uma pena, pois uma hora a casa cai... Só que aí que paga a conta é a empresa.

Portanto aos empresários menos informados, fica aqui meu conselho; - “sempre prepare reservas, pois caso contrário seus titulares estarão jogando mal e quem perderá o jogo será a empresa com maus resultados”...

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

A ANGUSTIA DO EMPRESÁRIO


A indústria de confecção, no Brasil, nunca foi um atrativo. Motivos não faltam – Mão de obra mal preparada, líderes incompetentes, pessoal sem comprometimento, métodos de fabricação ultrapassados, equipamento nem sempre adequado para certas operações, impostos altíssimos, preços nem sempre justos, juros altos, enfim, ficaríamos aqui até amanhã comentando problemas que levam o empresário a uma angustia eterna.

Tenho ouvido alguns empresários e gestores de produção, de um modo geral, dizendo a seguinte frase: - “ o que cansa não é o trabalho, mas sim os problemas que tenho que enfrentar, no dia a dia”. Concordo, até certo ponto, pois que fique claro que muitos desses problemas o empresário poderia resolver sem muito esforço, alguns até com certa facilidade.

Quero afirmar que existe um círculo vicioso nessa cadeia de problemas. Em cada área podemos fazer uma análise desses problemas, identifica-los corretamente e buscar alternativas, ao invés de ficar reclamando pelos cantos e com essa angustia maldita.

Por exemplo nessa preparação de mão de obra. Existe uma solução – treinamento.

No que diz respeito a líderes incompetentes, digo que existem bons líderes, porém precisam ser bem pagos. 

Tenho visto empresários pagando muito mal a sua liderança. Lembrar sempre que para ter uma boa limonada é necessário bom limão. Aí esse empresário alega que paga mal porque a líder é fraca e os resultados são ruins. Dá para entender? Quem vai quebrar esse ciclo vicioso? Será que se paga mal porque a líder é ruim, ou a líder é ruim porque se paga mal?

Investir em equipamento mais moderno ou continuar produzindo em máquinas inadequadas? Claro que para cada decisão existe uma contrapartida. Não temos dinheiro para investir. Então pagamos pelo aumento do custo operacional.

Mais uma vez, angustia da administração!

Não poderia ser diferente, pois esse gestor nem sabe onde quer chegar. Vamos acordar e tomar decisões mais assertivas? Talvez é isso que está matando de angustia o empresário do ramo de confecção...