Sr. Amorim estava cansado de ouvir seus lideres, gerentes e
encarregados a reclamarem pelos cantos da fábrica que uma tal operação era o
gargalo do produto que fabricavam.
Coincidentemente era a primeira operação do produto. Não
aquentava mais a mesma conversa:- “Ah, se tivéssemos tal máquina revolveríamos
todos os nossos problemas”...
Um dia, o Sr. Amorim foi visitar uma feira de máquinas de
costura na Alemanha e entre idas e voltas nessa feira encontrou a máquina que
poderia ser a solução da sua produção.
Olhou muito, consultou especialistas e com muito sacrifício
importou a fantástica máquina. Ótimo, tudo resolvido!
No dia da chegada da máquina à sua fábrica, comemorou muito
com os lideres, chamou os amigos, enfim foi uma grande festa para receber
aquela que seria sua grande solução.
Na oportunidade chamou todo pessoal que comandava a produção
e foi logo dizendo:- “Vocês não sabem a fortuna que custou esse equipamento, se
um dia em minhas andanças na fábrica eu perceber que essa máquina está parada,
todos perderão seus empregos”.
Temor geral, a máquina não poderia parar nunca.
Acontece que essa máquina tinha uma capacidade produtiva de
2.000 peças por dia e a fábrica do Sr.Amorim produzia apenas 1.000 peças por
dia, ou seja, a necessidade era menor que a capacidade, muito embora isso fosse
um gargalo de produção antes da aquisição desse equipamento.
A empresa começou a viver sérios problemas de caixa, pois
muito embora a produção era de 1.000 peças a máquina precisava ser abastecida
em 2.000 peças, pois não podia parar, conforme ordens do Sr. Amorim.
A necessidade mudou. Era importante a partir de agora
aumentar nossas compras de matéria prima para abastecer a máquina em 2.000
peças ao invés de 1.000, precisou-se da mesma forma de mais mão de obra no
setor de corte, pois a necessidade era de 2.000 e não mais 1.000. Também tiveram
que se comprar mais aviamentos, os impostos cresceram, pois tinha um folha de
pagamento maior, a energia elétrica também foi alterada, gastando-se mais
energia, enfim a despesa dobrou, muito embora e receita continuava a mesma.
Isso aconteceu por algum tempo, até que o gerente de
produção criou forças, enfrentou o diretor e disse que pararia sim a máquina,
pois caso contrário seria o fim da empresa.
Ainda deu tempo para “salvar” a fábrica.
Pergunto, o Sr.Amorim errou em adquirir o equipamento?
Claro que não, seu erro foi na forma em que queria utilizar
esse equipamento, além do necessário.
Algumas lições poderão ser tiraras dessa história com final
feliz –
1.
Na produção nunca deveremos produzir além do
necessário, ou seja, deverá sempre, existir um equilíbrio entre a entrada e
saída de mercadoria.
2.
Toda vez que se formar acúmulo intermediário no
processo produtivo, parar a operação causadora desse acúmulo.
3.
Utilizar um balanceamento correto para cada produto
para melhor aproveitamento da mão de obra.
4.
Nunca ATIVE uma máquina só porque ela tem grande
potencial, mas sim, UTILIZE essa máquina na “medida certa”.
A fábrica do Sr. Amorim, hoje vive sem problemas de
produção, pois a equipe aprendeu com os erros e tornou o setor produtivo o
orgulho da organização.
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