sexta-feira, 28 de março de 2014

REGRAS BÁSICAS PARA IMPLANTAÇÃO DA TEG (TECNOLOGIA DE ELIMINAÇÃO DE GARGALOS)

1.      Em primeiro lugar para a implantação do sistema é necessário seguir regras.

2.      Nunca abastecer a célula sem os aviamentos da mercadoria que está sendo produzida.

3.      Não permitir que a mercadoria entre na produção sem metas e receitas de fabricação.

4.      Criar um fluxo de mercadoria dentro do grupo. Usar o método – fazer e passar, fazer e passar, cada uma das operações, nem que para isso seja necessário usar o método – peça a peça.

5.      Marcar a produção no quadro de hora em hora – rigorosamente.

6.      Agir com relação aos resultados. Quando os números forem bons, motivar a equipe, porém se os números não forem satisfatórios, detectar os problemas e corrigi-los.

7.      Observar que as entradas e saídas de mercadorias sejam iguais dentro do grupo de trabalho, ou seja, entrada=saída. Partindo do princípio que saída é a meta horária, abastecer a cada hora o grupo, conforme os horários de recolhimento de produção.

8.      A liderança deverá acompanhar a receita de fabricação e aplicá-la na íntegra. Sempre!

9.      Sempre que uma costureira precisar de ajuda, analisá-la, para não se tornar vício e acomodação dessa operadora.

10.  Usar cada costureira na operação que ela desenvolve melhor, mas sempre obedecendo à receita de fabricação que mostrará os minutos necessários para cada uma dessas operações. Deve ficar claro para a líder que é melhor ter uma costureira trabalhando a 80% numa operação necessária do que 100% numa operação que só formará acúmulo intermediário.

11.  Nunca misturar os grupos – máquinas, costureiras ou serviços. Lembrar sempre que cada grupo é independente e acaba tornando-se uma fábrica dentro da fábrica.

12.  Enxergar produção como um todo e não uma parte, ou seja, o que vale na produção não é a operação isoladamente, mas o conjunto das operações, por isso mesmo fazê-las equilibradamente.

13.  Quando o ritmo de uma costureira cair, seja qual for o motivo, cobrá-la imediatamente.

14.  Sempre preparar-se para uma troca de modelo dentro do processo produtivo, estudando antecipadamente o novo produto que entrará na célula.

15.  A líder não poderá trabalhar com os braços, mas sim com a cabeça.

16.  Os relatórios de produção deverão ser analisados primeiramente de hora em hora e também no fechamento do dia.

17.  Se por uma razão qualquer uma operação provocar um acúmulo intermediário, deverá ser eliminado o mais rápido possível.

18.  Toda vez que existir a necessidade de se alterar uma receita de fabricação ela deverá ser feito com critério, ou seja, obedecendo ao tempo de 60 minutos das costureiras.

19.  A receita de fabricação deverá ser feita em duas vias – uma para acompanhamento da líder e outra para cortar e colar na máquina da cada costureira.

20.  Toda costureira deverá estar bem informada conforme a receita de fabricação.

                                   Deve ficar claro a todos que o sistema não faz milagres e só terá chance de sucesso ser for bem administrado pelos líderes  e principalmente se suas regras forem seguidas. A quebra de qualquer dessas regras acima comprometerá todo resultado.

 

sexta-feira, 21 de março de 2014

UM CONSELHO


Diz um velho ditado que se conselho fosse bom não se daria, se venderia, mas mesmo assim vou me arriscar...
Esse conselho vai diretamente ao empresário de confecção. Não mantenha em sua equipe de funcionários aqueles que não estejam “felizes”. 
Tenho percebido, em minhas caminhadas pelas fábricas, que o empresário muitas vezes fica na “quebra de braços” com seu funcionário que quer ir embora da empresa. O diretor  acha que irá premiar o funcionário que está fazendo “tudo” que é possível para ser demitido. Puro engano! Garanto que um funcionário insatisfeito jamais utilizará todo seu potencial técnico em prol da empresa, jamais se comprometerá com resultados, e além de tudo arrastará consigo pessoas que até então não apresentam problemas.
Se seu funcionário não está satisfeito, em primeiro lugar você deverá buscar as razões e tentar resgatar sua felicidade dentro da empresa, mas se todos os “cartuchos” foram queimados nessa direção e você percebeu que realmente não tem o que possa ser feito, pois então o deixe sair.
Quando externo essa minha opinião alguns empresários dizem que isso poderá ser perigoso, pois muita gente começará agir de forma errada para ser dispensado, mas novamente discordo, pois acredito que se tem muita gente querendo sair da empresa alguma coisa está errada com a empresa e não com seus funcionários.
Faça diferente, enxergue seu funcionário primeiramente como ser humano que é, depois tente ajuda-lo a ser feliz. Torne sua empresa um lugar onde seus funcionários tenham prazer em trabalhar e tenha certeza que isso vai refletir significativamente nos resultados.
Sei que não é fácil, porém se você não “der o pontapé inicial” nunca saberá e esse círculo vicioso não se romperá. Lembre-se só você pode mudar essa situação, pois toda mudança só poderá funcionar se for “de cima para baixo”.
Esse é meu conselho ao empresário “corajoso”...

 

sexta-feira, 14 de março de 2014

A FALTA DE VISÃO DO ADMINISTRADOR DE PRODUÇÃO


A necessidade de se baixar custos operacionais é o que incomoda a alta cúpula de confecções atualmente. Tenho ouvido muito o diretor dizer:- “Não aguento mais perder produção quando tenho a carteira cheia de pedidos”.

Isso é um fato real e não apenas uma suposição. Ao mesmo tempo nada faz para corrigir e continua “pagando” pela fata de atitudes.

Pergunto o que estaria errado?

A resposta é clara – o conceito de produção está errado.

O que é produzir? Será que é simplesmente ativar máquinas e fazer com que as costureiras executem operações sem critério? Ou produzir é permitir que o fluxo de mercadoria advogue em favor de equilibrar os tempos das operações conduzindo-as para o término da peça?

Difícil de entender isso? Para alguns gerentes, supervisores ou líderes de produção, é!

Ainda, nos dias de hoje, costuma-se individualizar as operações só para não tirar a costureira da máquina que ela tem mais “prática”. Absurdo! A mão de obra precisa ser polivalente, pois se uma overloquista não tem operações de overloque ela deverá ir para outra máquina que esteja precisando e nunca ficar parada ou simplesmente ativando o Overloque. Mas, como ir para outra máquina se não sabe trabalhar? Vocês sabem o que os líderes fazem nesse caso? Colocam outro serviço no setor só para aproveitar a overloquista. Outro absurdo!

Desiquilíbrio, entradas maiores que saídas no processo produtivo. Resultado – acúmulos intermediários, gargalos violentos onerando o custo operacional.

Fácil solução, desde que os líderes não sejam teimosos e conheçam o verdadeiro conceito de produção.

Muitas vezes aumentar o número de funcionários não significa aumentar a produção se o número de máquinas não é compatível com a mão de obra.

Posso ter uma situação onde trabalhar com seis ou sete costureiras não terei nenhum aumento na produção, mas só acúmulo intermediário quando me deparo com um gargalo de máquinas.

O exemplo abaixo facilita a compreensão dessa afirmação:-

Imagine um produto com tempo de fabricação de 5 minutos da seguinte forma – 1 minuto de Overloque, 1 minuto de Galoneira e 3 minutos de Reta.

Se o grupo de costureiras for composto cinco pessoas, terei 300 minutos por hora (carga de mão de obra) o que permitiria uma meta 60 peças por hora, mas como nesse grupo só tenho uma máquina reta e o tempo da reta é 3 minutos como vimos acima, minha meta passará a ser 20 peças por hora, muito embora tenha pessoal para 60 peças por hora.

Desta forma se tiver duas costureiras no grupo farei 20 peças, ou seja, a mesma quantidade de peças se tiver 3, 4, 5,6 ou 100 costureiras, pois minha única máquina reta limitou minha produção em 20 peças por hora.

Mas a ignorância da liderança “acredita” que quanto mais costureira mais se produzirá.

Esse exemplo clássico nos obriga a fazer um estudo para cada modelo, sempre equacionando equipamento com mão de obra.

Portanto chegamos à conclusão de que não somente aumentar costureiras contribuirá para o aumento da produção, mas corremos o risco de criar acúmulos naquelas máquinas que provocarão gargalos de produção.

sexta-feira, 7 de março de 2014

CAUSAS DE GARGALOS DE PRODUÇÃO

Muitos podem ser os gargalos no processo produtivo, todavia seja qual for esse mal só poderá ser combatido se as lideranças da produção os encarar de peito aberto e sem medo de tomar medidas fortes para tal.

Como sabemos, os gargalos são quem governam a produção de uma confecção, sendo assim, é obrigação da chefia persegui-los até sua “morte”. Muitas vezes não conseguimos eliminá-los totalmente, mas na medida em que os reduzimos, obteremos melhores resultados em nossa produção.

O mais importante é conhecer o “inimigo”, que se apresenta com diversas facetas, muitas vezes confundindo nossos líderes. Na maioria dos casos, esses gargalos são frutos de um mau planejamento que não soube avaliar seu efeito avassalador. Para não generalizarmos vamos estudar os casos mais freqüentes das causas desses gargalos:

1. Em primeiro lugar o gargalo vem da diferença dos tempos padrões das operações que desequilibra sobremaneira o número de peças. Nesse caso aconselhamos que se faça uma receita de fabricação para equilibrarmos tal diferença. A receita de fabricação é o melhor caminho para que aproveitemos plenamente nossa mão de obra.

2. Também encontramos muitos gargalos de produção, em nossas confecções, quando não temos máquinas suficientes para absorver plenamente essa mão de obra. É comum encontrarmos confecções com poucas retas para muitos overloks, ou muita máquina galoneira para pouca pespontadeira, ou coisa parecida. É necessário fazer uma carga de máquina comparada com a mão de obra para podermos ficar livres desse problema.
Sugerimos que o leitor aplique todas as técnicas da TEG (Tecnologia de Eliminação de Gargalos) para resolver os dois itens acima.

3. Uma situação onde também encontramos gargalos é na quebra de uma máquina e por falta de coragem do líder em parar a linha de fabricação, continua produzindo as operações anteriores, como se isso fizesse a diferença. 

4. Não podemos desprezar a falta de ritmo de costureiras que não conseguem fazer suas operações no tempo padrão e dão oportunidade para que os acúmulos no processo aconteçam, gerando “falsos” gargalos de produção. Digo falsos porque foram gargalos provocados pela incapacidade da mão de obra. Nesse caso costumo responsabilizar muito mais a líder do que a própria costureira, pois não acompanhou, não controlou e permitiu que o caos fosse instalado no setor produtivo.

Não importa o motivo – o gargalo deverá ser combatido com toda força da produção, pois só dessa forma reduziremos o custo operacional da fabrica e poderemos contribuir para tornar o produto viável economicamente.