sexta-feira, 14 de março de 2014

A FALTA DE VISÃO DO ADMINISTRADOR DE PRODUÇÃO


A necessidade de se baixar custos operacionais é o que incomoda a alta cúpula de confecções atualmente. Tenho ouvido muito o diretor dizer:- “Não aguento mais perder produção quando tenho a carteira cheia de pedidos”.

Isso é um fato real e não apenas uma suposição. Ao mesmo tempo nada faz para corrigir e continua “pagando” pela fata de atitudes.

Pergunto o que estaria errado?

A resposta é clara – o conceito de produção está errado.

O que é produzir? Será que é simplesmente ativar máquinas e fazer com que as costureiras executem operações sem critério? Ou produzir é permitir que o fluxo de mercadoria advogue em favor de equilibrar os tempos das operações conduzindo-as para o término da peça?

Difícil de entender isso? Para alguns gerentes, supervisores ou líderes de produção, é!

Ainda, nos dias de hoje, costuma-se individualizar as operações só para não tirar a costureira da máquina que ela tem mais “prática”. Absurdo! A mão de obra precisa ser polivalente, pois se uma overloquista não tem operações de overloque ela deverá ir para outra máquina que esteja precisando e nunca ficar parada ou simplesmente ativando o Overloque. Mas, como ir para outra máquina se não sabe trabalhar? Vocês sabem o que os líderes fazem nesse caso? Colocam outro serviço no setor só para aproveitar a overloquista. Outro absurdo!

Desiquilíbrio, entradas maiores que saídas no processo produtivo. Resultado – acúmulos intermediários, gargalos violentos onerando o custo operacional.

Fácil solução, desde que os líderes não sejam teimosos e conheçam o verdadeiro conceito de produção.

Muitas vezes aumentar o número de funcionários não significa aumentar a produção se o número de máquinas não é compatível com a mão de obra.

Posso ter uma situação onde trabalhar com seis ou sete costureiras não terei nenhum aumento na produção, mas só acúmulo intermediário quando me deparo com um gargalo de máquinas.

O exemplo abaixo facilita a compreensão dessa afirmação:-

Imagine um produto com tempo de fabricação de 5 minutos da seguinte forma – 1 minuto de Overloque, 1 minuto de Galoneira e 3 minutos de Reta.

Se o grupo de costureiras for composto cinco pessoas, terei 300 minutos por hora (carga de mão de obra) o que permitiria uma meta 60 peças por hora, mas como nesse grupo só tenho uma máquina reta e o tempo da reta é 3 minutos como vimos acima, minha meta passará a ser 20 peças por hora, muito embora tenha pessoal para 60 peças por hora.

Desta forma se tiver duas costureiras no grupo farei 20 peças, ou seja, a mesma quantidade de peças se tiver 3, 4, 5,6 ou 100 costureiras, pois minha única máquina reta limitou minha produção em 20 peças por hora.

Mas a ignorância da liderança “acredita” que quanto mais costureira mais se produzirá.

Esse exemplo clássico nos obriga a fazer um estudo para cada modelo, sempre equacionando equipamento com mão de obra.

Portanto chegamos à conclusão de que não somente aumentar costureiras contribuirá para o aumento da produção, mas corremos o risco de criar acúmulos naquelas máquinas que provocarão gargalos de produção.

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