A necessidade de se baixar custos operacionais é o que
incomoda a alta cúpula de confecções atualmente. Tenho ouvido muito o diretor
dizer:- “Não aguento mais perder produção quando tenho a carteira cheia de
pedidos”.
Isso é um fato real e não apenas uma suposição. Ao mesmo
tempo nada faz para corrigir e continua “pagando” pela fata de atitudes.
Pergunto o que estaria errado?
A resposta é clara – o conceito de produção está errado.
O que é produzir? Será que é simplesmente ativar máquinas e
fazer com que as costureiras executem operações sem critério? Ou produzir é
permitir que o fluxo de mercadoria advogue em favor de equilibrar os tempos das
operações conduzindo-as para o término da peça?
Difícil de entender isso? Para alguns gerentes, supervisores
ou líderes de produção, é!
Ainda, nos dias de hoje, costuma-se individualizar as
operações só para não tirar a costureira da máquina que ela tem mais “prática”.
Absurdo! A mão de obra precisa ser polivalente, pois se uma overloquista não
tem operações de overloque ela deverá ir para outra máquina que esteja precisando
e nunca ficar parada ou simplesmente ativando o Overloque. Mas, como ir para outra máquina se não sabe
trabalhar? Vocês sabem o que os líderes fazem nesse caso? Colocam outro serviço
no setor só para aproveitar a overloquista. Outro absurdo!
Desiquilíbrio, entradas maiores que saídas no processo
produtivo. Resultado – acúmulos intermediários, gargalos violentos onerando o
custo operacional.
Fácil solução, desde que os líderes não sejam teimosos e
conheçam o verdadeiro conceito de produção.
Muitas vezes aumentar o número de funcionários não significa
aumentar a produção se o número de máquinas não é compatível com a mão de obra.
Posso ter uma situação onde trabalhar com seis ou sete
costureiras não terei nenhum aumento na produção, mas só acúmulo intermediário
quando me deparo com um gargalo de máquinas.
O exemplo abaixo facilita a compreensão dessa afirmação:-
Imagine um produto com tempo de fabricação de 5 minutos da
seguinte forma – 1 minuto de Overloque, 1 minuto de Galoneira e 3 minutos de
Reta.
Se o grupo de costureiras for composto cinco pessoas, terei
300 minutos por hora (carga de mão de obra) o que permitiria uma meta 60 peças
por hora, mas como nesse grupo só tenho uma máquina reta e o tempo da reta é 3
minutos como vimos acima, minha meta passará a ser 20 peças por hora, muito
embora tenha pessoal para 60 peças por hora.
Desta forma se tiver duas costureiras no grupo farei 20
peças, ou seja, a mesma quantidade de peças se tiver 3, 4, 5,6 ou 100
costureiras, pois minha única máquina reta limitou minha produção em 20 peças
por hora.
Mas a ignorância da liderança “acredita” que quanto mais
costureira mais se produzirá.
Esse exemplo clássico nos obriga a fazer um estudo para cada modelo, sempre equacionando equipamento com mão de obra.
Portanto chegamos à conclusão de que não somente aumentar
costureiras contribuirá para o aumento da produção, mas corremos o risco de
criar acúmulos naquelas máquinas que provocarão gargalos de produção.
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