sexta-feira, 27 de março de 2015

DE QUEM É A CULPA?

Curioso o tempo perdido, nas fábricas, para descobrir quem é o culpado pelos erros!

Afirmo que não importa quem errou, mas sim o que se deve ser feito para corrigir esse erro que na maioria das vezes compromete resultados.

O grande problema é que sempre buscamos um “bode expiatório” e alguém deve levar a culpa para “amenizar” tal erro, como se isso fosse o suficiente para aliviar tal problema.

Quando alguém erra a ponto de comprometer um resultado é evidente que precisamos detectar a razão desse erro para que não volte a se repetir, porém o mais importante é eliminar tal erro para que os resultados voltem ao normal.

Muitas vezes o problema está na falta de treinamento, outras na falta de comprometimento. Evidentemente cada caso deve levar a uma solução diferente. Em nossas confecções podemos verificar que quando se “elege” um culpado tudo fica mais leve, parecendo que o problema está resolvido. Pois tenha certeza que ele se repetirá caso você não detecte o problema juntamente com a solução mais adequada.


Não busque um culpado, gaste seu tempo buscando uma solução ...

sábado, 21 de março de 2015

A DURA REALIDADE DOS COMANDANTES DA PRODUÇÃO

Quando digo que costureira não é causa, mas sim consequência, quero afirmar que ela não é culpada da produção estar ruim, mas sim quem a comanda.

É lamentável a falta de visão da encarregada, do supervisor, do gerente e até mesmo, em certos casos, do diretor dessa empresa. Não conseguem enxergar o óbvio, cometem erros grotescos e infantis que comprometem sobremaneira os resultados. Evidentemente ninguém é obrigado a saber tudo sobre processo produtivo, porém é necessário que se tenha humildade para aprender. Afirmo que raramente isso acontece. A vaidade está acima do profissionalismo, a teimosia e a necessidade que têm em mostrar que sabem é maior que qualquer coisa. Resultado – números desastrosos. Depois ficam pelos cantos acusando as costureiras. Isso chama-se incompetência da chefia.

O que temos de “chefes” incompetentes por aí é assustador. Não estou falando ainda da parte que envolve raciocínio, porque se formos por esse caminho, ficaremos de boca aberta, pois tem chefes que não sabem sequer fazer uma conta.

Como chegaram ao cargo de chefia? Nem Deus sabe!

A verdade é que têm praticado barbaridades pelas nossas confecções.

Repito – “não sabe, aprende”, mas precisa querer aprender com humildade e acima de tudo acreditar no novo processo.

Já dizia um sábio – “o pior cego é aquele que não quer enxergar”. Tenho encontrado muito esse tipo de profissional nas fábricas que visito e posso dizer com toda propriedade que desenvolver o trabalho nessa empresa acaba sendo muito mais difícil, pela teimosia, pela vaidade e insegurança por não conhecer o “novo”.

Depois de tudo isso ainda têm a coragem de dizer que a costureira é responsável pelos péssimos resultados. Lamentável...


sexta-feira, 13 de março de 2015

RECEITA DE FABRICAÇÃO

I)                    O que significa receita de fabricação?

Receita de fabricação nada mais é do que o balanceamento da diferença dos tempos operacionais. Produção é equilíbrio. Existem operações com tempos completamente diferentes de outras em uma peça a ser confeccionada.  Sendo assim deve ser de compreensão de todo pessoal que precisa-se trabalhar minutos diferentes em cada uma dessas operações, pois caso contrário teríamos acúmulos de peças no processo produtivo. Nunca é demais lembrar que acúmulo intermediário é custo operacional elevado ocasionado pela má utilização da mão de obra.

Deve ficar claro que estamos perdendo costureira quando essa produz mais peças numa operação que a próxima pode suportar. É necessário equilíbrio.



II)                  Quem é responsável pela receita de fabricação?

A responsabilidade da RF será sempre da liderança. A partir de uma carga de máquinas onde se define a meta do produto a receita deverá ser montada.


III)                Como montar a RF?

Evidentemente que ninguém conhece melhor a equipe do que sua líder. Sendo assim as habilidades das costureiras deverão estar à disposição do grupo da melhor maneira possível. Overloquistas deverão passar mais tempo no overloque assim como galoneristas deverão passar mais tempo na galoneira, obedecendo assim aquilo que cada costureira tem de melhor.

Deve ficar claro que se a necessidade de minutos em determinada máquina exige mais do que a costureira tem a oferecer (sessenta por hora) outra deverá ajudar na operação, mesmo que não seja uma exímia costureira em tal operação.
Na verdade é a lei do mais é menos e o menos é mais. Explico – deveremos enxergar de forma positiva uma costureira trabalhando a 70% em determinada operação que resultará fluxo produtivo ao invés de estar trabalhando a 100% em uma operação que só irá gerar acúmulo intermediário. Isso é regra.



IV)               Como divulgar a RF?

O CARMAQ será o instrumento para a divulgação da RF. Depois de montada será impressa e cortada para colar nas máquinas das costureiras.
Cada costureira deverá ser informada da operação, os minutos que deverá consumir e a quantidade de peças dessas operações. Isso deverá ser LEI dentro do grupo de trabalho. Cabe a liderança orientar, exigir que seja respeitada e acompanhar os desvios dessa regra.


V)                 Líder x RF. Como aplicar a RF?

De nada adiantaria levantar os tempos das operações, montar a receita e não aplica-la.
Cabe à liderança acompanhar a RF sendo praticada pelas costureiras. Como aplica-la?
1.       A liderança deve ter domínio total do processo produtivo.
2.       Saber que o que vale para a peça ser produzida é o fluxo da mercadoria.
3.       A costureira deverá ser orientada pela líder de produção de forma que divida seu tempo (sessenta minutos) nas mais diversas operações. Nunca a costureira poderá fazer todos os minutos numa operação para depois fazer a outra. Deverá, na verdade, fazer um rodízio das diversas operações que serão de sua responsabilidade, caso contrário não existirá fluxo da mercadoria.
4.       A líder tem como papel principal o planejamento do seu grupo de trabalho, ou seja, acompanhar operação por operação conforme determina a RF. Não podemos nos esquecer que liderança não tem a função de ficar desmanchando peças com defeito e muito menos ficar tirando peças das máquinas de sua equipe, mas sim acompanhar a RF.
5.       A costureira muitas vezes não tem o hábito de trocar de operação na hora certa, fato que poderá “matar” esse fluxo de mercadoria e consequentemente comprometer os resultados. Desta forma a tarefa deverá ser da líder.
6.       Parar uma operação, iniciar outra! Essa determinação só será praticada se a líder estiver acompanhando minuto a minuto seu grupo, pois caso contrário não terá sequer a visão para executar tal tarefa. Para que isso possa acontecer a líder deverá “respirar” cada momento do grupo.






sexta-feira, 6 de março de 2015

CARGO DE CONFIANÇA

Em outra oportunidade já escrevi, aqui mesmo nesse blog, sobre os tipos de administradores que costumo encontrar nas fábricas. Um deles era o administrador que têm o poder de centralizar as decisões, agindo como só o que ele fala é verdadeiro e certo.

Condeno esse administrador. Deveria, na minha opinião, trabalhar sozinho já que não confia em sua equipe.

Acredito que o “dono da fábrica”, ou mesmo o diretor deve ter uma equipe especializada nas mais diversas áreas, onde a capacidade desses especialistas é o que determina o melhor para a empresa. 

Evidentemente que esse diretor poderá e deverá participar dos mais diversos assuntos, porém deverá confiar no seu funcionário que exerce a função de líder, até porque foi o próprio diretor que o colocou no cargo. Vejo que é no mínimo estranho atribuir uma tarefa à alguém e não permitir que esse alguém tenha liberdade para executá-la.

Está faltando confiança, isso é tudo...

Não estou advogando em favor daquele administrador que diz – estou pagando alguém para fazer, portanto é obrigação fazer bem feito. Claro que é obrigação, todavia se não for feito a empresa pagará a conta. Então o que quero dizer com isso é que o diretor tem todo direito de “cobrar”, porém tem obrigação de dar liberdade de ação ao seu funcionário que diga-se de passagem ocupa um cargo de confiança.

Confiança não tem pela metade. Ela existe ou não!

Quando um líder não convence mais seu gerente ou diretor que merece confiança, está na hora de trocar esse líder.