sexta-feira, 24 de abril de 2015

JOÃO E SUA FÁBRICA DE CAMISETAS

                João era um micro empresário a beira de uma crise nervosa fatal. Já não aguentava mais fechar o mês no vermelho. Era mês após mês, sempre a mesma história. Até que a empresa tinha pedidos, porém nunca os entregava na data prevista. Os clientes sempre reclamando dos atrasos, os custos de fabricação então, insuportáveis...

Dia a dia João mais desanimado e desesperado, pois tinha dificuldades até mesmo para honrar a folha de pagamento de seus funcionários. O caos estava instalado. Problema provocando problema. A desmotivação da fábrica era notória. Ninguém mais estava entusiasmado para tirar a fábrica daquela situação. As coisas se complicando a cada dia que passava. Que fazer? João já não dormia mais, passava noites em claro buscando possíveis soluções.

Um certo dia resolveu criar coragem para mudar tudo. Começou em buscar informação do seu produto dentro da fábrica. Em primeiro lugar iniciou um trabalho de cronometragem para distinguir esses produtos, desta forma percebeu que cada produto tinha uma história, em cada um deles deveria analisar as dificuldades e começou um trabalho de eliminação de gargalos. As informações lhe deram chance de buscar os acertos de formas diferentes. De repente ouviu falar em metas por hora e desta forma se aproximar dos problemas mais rapidamente.

Percebeu que levantar os problemas ao final do dia de nada adiantaria, mas se os problemas fossem encarados de hora em hora, teria possibilidade de resolvê-los mais rapidamente. E o fez.

Agora mais conhecedor dos problemas concretos da produção pode atuar diferentemente do passado, na HORA EM QUE ELES APARECEM. João sabia que não ficaria livres dos problemas, mas percebeu que quanto mais cedo o atacasse, mais cedo ficaria livre do mesmo.

Opa, a produção começou a responder positivamente. Naquele mês o seu “vermelho” já foi menor. Ainda não tinha motivos para comemorar, porém acendeu-se uma luz. Era o início da virada do jogo. Começou a perceber que a fábrica tinha potencial, poderia “dar certo” ...

Animado com uma nova perspectiva conseguiu levantar a moral dos seus funcionários que perceberam, também, que era possível. A desmotivação já não era a mesma e alguns funcionários se engajaram na nova empreitada junto com João. A cada dia que passava mais funcionários “entravam” nesse time.

Chegou então a hora de João dar mais passos em busca da reabilitação total. Começou a praticar um balanceamento no processo produtivo através de receitas de fabricação, percebeu que sua mão de obra estava sendo melhor aproveitada, os acúmulos intermediários começaram a se dissolver e mais um degrau vencido.
Hoje João continua sua luta, mas já bem disposto, juntamente com sua equipe que com as atitudes que tomou, se equilibrou e respira mais aliviado. A luta não terminou, muitos problemas continuarão a se apresentar em diversas facetas, porém agora as ferramentas de trabalho que passou a adotar permitem que a empresa possa resolver todos e com certeza daqui a mais algum tempo João e sua equipe terão orgulho de enxergar resultados positivos.


sexta-feira, 17 de abril de 2015

VÍCIOS QUE ACABAM FAZENDO PARTE DA CULTURA DA EMPRESA

Que tudo se renova nem preciso falar. Que existem necessidades de mudança também já é assunto mais que discutido, mesmo assim existem detalhes, dentro da fábrica, que insistem em continuar nos atrapalhando.

Refiro-me aos vícios que ao longo do tempo vão comprometendo nossos resultados sem que se perceba. Esses vícios veem incomodando pois alguns deles acabam sendo imperceptíveis mas sua soma chega a “matar” a produção.

Vejamos os mais frequentes –
1)      As encarregadas não se preocupando com o produto, mas sim com as operações.

Não enxerga a necessidade da polivalência da sua mão de obra.

2)      As costureiras que não descartam as peças depois de realizada sua operação, emendando-as matando desta forma o fluxo produtivo.

3)      Outro vício comum é aquele de passar para a próxima operação “um pacote” de peças, quando deveria passar uma a uma.

4)      Também compromete muito nossos resultados aquela costureira que depois de executar sua operação fica com a peça na mão “conferindo” se não existem defeitos. Isso mostra a falta de segurança dessa operadora.

5)       Amarrar e desamarrar pacotes.

6)      Utilizar a prateleira depois de uma operação realizada quando deveria coloca-la na próxima máquina. Isso é o mesmo que neutralizar o fluxo de mercadoria.

7)      Trocar um modelo pelo outro, no processo produtivo, sem terminar as peças que foram iniciadas, como se a troca não precisasse ser criteriosa.

8)      Adiantar parte do processo. Produção não se adianta, já estudamos muito isso aqui, faz-se ou não!
9)      Não seguir um layout favorável ao fluxo.

10)   Misturar pessoas no grupo de trabalho. Também já fomos claros em outras oportunidades:- Ou temos um grupo ou um amontoado de costureiras.


Enfim, se formos aqui falar de vícios ficaremos horas, mas combate-los requer coragem e muita disposição de todos, principalmente da liderança. Aliás por falar em coragem é algo que não pode faltar para o comando da fábrica, pois caso contrário a cultura da empresa absorverá todos os vícios e dificilmente conseguiremos evoluir.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

PRÓXIMO CURSO DE PRODUÇÃO

Técnicas motivacionais

Criação realista de metas

Receitas de fabricação

Como eliminar gargalos produtivos

Esses são alguns assuntos do próximo curso de produção que será realizado em 16 de maio de 2015 em São Paulo.


Interessados deverão fazer as inscrições através do e-mail jrsconsultoria@terra.com.br ou pelo telefone (11) 985885458.

quinta-feira, 2 de abril de 2015

VAIDADE VERSUS PROFISSIONALISMO

O bom profissional é aquele que sempre busca melhores resultados, por mais que já tenha atingido um patamar considerado legal. Ele não se preocupa se existe ou não alguém olhando seu desempenho, mas o resultado é sua meta.

Acontece que também existem profissionais que querem mostrar, muitas vezes, saber mais do que realmente sabem, pois sua vaidade é algo que faz parte de sua personalidade ou caráter. Toda vez que alguém se considera mais “bonito” do que realmente é, pode se esperar problemas.

As fábricas de confecção estão “enfestadas” desse tipo de gente...

Pessoas que não buscam os interesses da empresa, mas sim seus próprios.

A eterna “guerra” da criação com a produção é um exemplo claro dessa minha afirmação. A estilista cria o modelo e não permite que a produção tente reduzir custo operacional facilitando o processo da peça mudando alguma operação, mesmo que isso não altere a estrutura da peça, só para não mudar sua “criação”. Vaidade, só... Pois essa peça que foi trabalhada “as duras penas” pela piloteira, quando entrar na produção, vai ser um desastre de tão difícil que é o processo. Você vai concordar comigo, uma coisa é fazer uma peça, outra é produzir umas centenas delas.

Temos mais exemplos dentro do processo produtivo – costura versus corte.

A costureira diz – “está faltando uma peça” o corte responde – “impossível aqui não se corta a menos”. Vaidade da liderança do corte, vaidade da liderança da costura. Ninguém erra e mais uma vez a empresa pagando pela vaidade alheia.

Até quando nossos líderes conduzirão a produção desta forma?

Se sou diretor dessa empresa demito todos e buscarei profissionais que realmente possam contribuir pela força profissional, afinal o custo operacional está alarmante em nossas confecções o que inviabiliza a continuidade desse “modelo” arcaico e com cara dos anos 60...