sexta-feira, 29 de maio de 2015

DEUS E O DIABO NA CONFECÇÃO

 Parece que existem confecções administradas por um Deus Supremo, da mesma forma outras o Diabo “deita e rola” no processo produtivo.

Vamos as diferenças –
As administradas por Deus são aquelas que as pessoas se sentem bem, tem prazer em trabalhar e o comprometimento é a tônica do dia a dia. Essas confecções costumam ter resultados excelentes, ótima qualidade, eficiência muito boa e seu proprietário comemora junto com a equipe os resultados de cada mês que fecha. Geralmente são administradas por grandes líderes onde a motivação é uma ferramenta utilizada o tempo todo.

As administradas pelo “capeta” mostram exatamente o outro lado, as fofocas são constantes, resultados péssimos tanto se tratando de qualidade como produtividade. As brigas são normais e as costureiras ficam pedindo a Deus que sejam demitidas. Nessa administração costumamos encontrar os proprietários se lamentando por mais um mês no “vermelho”.

Essa brincadeira que hora fazemos é para comparar as mais diversas formas de administração do setor de produção de uma confecção.

Ser administrada por Deus ou o Diabo é a empresa que escolhe e as diferenças se enxerga nos resultados. A empresa administrada por Deus investe em treinamento, não considera salário custos, mas sim retorno, segue regras e normas, tudo têm procedimentos e são respeitados. Já a outra administração geralmente tem funcionários com salários baixos, benefícios então, nem falar, a mesquinhes prevalece, enfim tudo tumultuado onde é impossível obter bons resultados.

E na sua empresa prevalece a administração Deus ou é um inferno que nem o Diabo aguenta mais?


sábado, 23 de maio de 2015

A DIFERENÇA ENTRE ENCARREGADAS

Afirmo que existe uma diferença muito grande em ser encarregada de produção e encarregada do produto, muito embora isso é confundido frequentemente.

Para ser encarregada de produção não basta conhecer o produto, mas além disso conhecer processo produtivo, não apenas a sequência operacional. Falo isso porque encontro muitas encarregadas que conhecem perfeitamente o produto, como confeccioná-lo, sua qualidade, enfim todas as informações “daquela” peça, mas não conseguem obter resultados quando tentam colocá-lo numa célula de produção.

Esse fenômeno ocorre porque falta para essa encarregada os conhecimentos básicos de processo produtivo, tais como – equilíbrio dos tempos, dinamismo, espírito de resultado como objetivo final, enfim, não tem “gás” para administrar um grupo de pessoas produzindo equilibradamente.

Infelizmente as confecções confundem essas duas profissionais a ponto de colocar na produção uma encarregada que não serve para tal função, mas como ela “entende” do produto acaba se tornando responsável por uma coisa que não sabe fazer. Isso ainda não é tudo, pois muitas vezes essa “encarregada” acha que sabe mais do que realmente sabe e aí então, desastre...

Senhores, sabe como ela se defende? Normalmente diz que o “sistema” adotado na produção não funciona. A bem da verdade o que não funciona é essa “quase” profissional...

Para ser encarregada de produção precisa ter algumas qualidades, tais como: -
1.       Dinamismo.
2.       Espirito competitivo.
3.       Saber trabalhar com números.
4.       Estar voltada para resultado final.
5.       Ter capacidade forte de comando.

Poderá e deverá ser treinada, porém deve ter em sua personalidade algumas características natas, coisas que nenhuma escola ensina, coisas que veem do DNA.



sexta-feira, 15 de maio de 2015

A VACA JÁ FOI PRO BREJO?

Quando se fala que o mercado está ruim, a concorrência chega até ser desleal, a China quebrando nossas confecções, os magazines massacrando preços, seria dizer que a “vaca já foi para o brejo”?  

Em todas essas afirmações os “reclamantes” sempre transferiram seus fracassos para alguém ou para algo que não seja sua própria incompetência.

Claro que todos esses problemas sempre incomodam o desempenho da fábrica, porém se a empresa resolvesse aquilo que lhe compete, com certeza a energia para enfrentar essas dificuldades seria maior.

Acontece que sempre buscaremos “um culpado” pelo nosso fracasso.
Chega sr.executivo! Olhe para seu umbigo, resolva primeiro seus problemas internos como por exemplo –

a)      A ineficiência de um bom abastecimento para o setor produtivo.
b)      A falta de motivação de seus funcionários.
c)       A vaidade de seus líderes se sobrepondo sobre o profissionalismo.
d)      Os gargalos que não são trabalhados e acabam negativamente ditando os resultados da produção.
e)      Os controles e relatórios que não são utilizados como ferramentas de trabalho.
f)       Uma fábrica onde impera a bagunça e desorganização em sua planta.

Puxa, será que os problemas externos e alheios a nossa vontade pesa mais que tudo isso?
É, caro executivo, será que a vaca já foi para o brejo? Ou foi você que deixou-a passear perto do abismo e agora não sabe mais como tirá-la dali?

Se fosse canalizada a energia que se gasta justificando o injustificável seria suficiente para resolver todos os problemas que estão abaixo de sua barba e você faz questão de não ver. Se continuar com essa visão não só a vaca foi para o brejo, como a boiada toda...


sexta-feira, 8 de maio de 2015

QUANDO OS CORTES SÃO PEQUENOS

Tenho afirmado que o momento crítico na produção é a hora de trocar o modelo no setor produtivo. Realmente se não tivermos critério para essa troca a produção cai e as vezes à patamares elevadíssimos.

Acontece que muitas vezes somos obrigados a trocar muito os modelos porque a quantidade de peças por modelo é baixa em relação à meta traçada. Desta forma acredito que poderemos combater esse momento difícil montando grupos pequenos de costureiras. Vejamos – se tenho um grupo pequeno de costureiras o modelo passará mais tempo sendo fabricado, pois as metas serão menores uma vez que reduzo mão de obra. Lembre-se tudo é proporcional, pois se tenho um grupo grande a meta será alta, 

já se o grupo for pequeno a meta será baixa e permitirá que esse modelo fique mais tempo na linha de produção. Grande ou pequeno o importante é que tenhamos um bom aproveitamento da mão de obra.

Devo ter em mente que existem vantagens e desvantagens em ter um grupo pequeno de costureiras.

Quanto as vantagens poderemos dizer que é mais fácil poucas pessoas se comunicarem bem (fato esse importante para que o grupo seja eficiente). Outra vantagem é eliminar a possibilidade de apresentar um gargalo de máquinas, pois quando tenho poucas costureiras tenho uma necessidade menor de minutos de máquinas uma vez que também tenho poucos minutos de mão de obra. Também poderíamos citar o fato de facilitar a montagem de uma receita de fabricação.

Já se formos falar em desvantagens, a primeira seria a necessidade muito grande de uma polivalência forte dessas costureiras, uma vez que eliminamos mão de obra, porém não eliminamos as operações das peças. Não podemos nos esquecer que se tivermos poucas pessoas no grupo o peso de cada costureira será maior o que fatalmente representará uma perda muito grande quando houver uma falta, por exemplo. Você vai concordar comigo que se tiver a falta de uma costureira num grupo de 10 pessoas será menos significativo se essa falta for num grupo de 4 pessoas.


Na verdade, não temos uma fórmula mágica para resolvermos tal situação, mas com certeza, cada caso deverá ser estudado isoladamente e deveremos “dançar conforme a música”. É por essa razão que sempre deveremos ter pessoas capazes de conduzir o setor produtivo acima de tudo com bom senso e profundo conhecimento técnico...

segunda-feira, 4 de maio de 2015

O ABASTECIMENTO AO GRUPO DE TRABALHO

Geralmente quando se corta uma ordem de fabricação costuma-se dizer que a mercadoria está pronta para o setor de costura. Mentira!

A peça estar cortada não significa que está pronta para costurar. Pergunto - e os aviamentos dessa peça? Como poderemos costurar se falta etiqueta, viés, linha ou outro aviamento qualquer? E alguém (muito mal informado) responde – vai “adiantando” aí que logo os aviamentos estarão no setor! Mentira, mais uma vez!

Tudo isso é muito “comum” acontecer em fábricas onde as pessoas não entendem nada de produção, não sabem que produção é sequência, nada que entrar no processo poderá sofrer paralisação, seja qual for o motivo. Parar por falta de aviamento então, é ignorância... É falta de conhecimento.

Infelizmente grande parte das nossas confecções veem sendo administradas por “curiosos”, pessoas que “ouviram falar”, que “acham”, que acreditam que ainda se administra como 50 anos atrás. 

Lamentável.

Saibam que o abastecimento ao setor produtivo é a primeira regra para que hajam números satisfatórios, é a única forma de não interromper a sequência operacional e desta forma não permitir que os custos tornem o produto inviável economicamente.

Entrar peças para costurar faltando algo chega a ser tão primário que é até ridículo.

Como poderemos cobrar uma costureira, brigar por centésimo de minutos em cada operação se perdemos horas ou até dias com a interrupção do processo por falta de aviamento? Não sejamos infantis. O tempo não para, não acumula, não posso produzir o dobro na próxima hora se não fiz nada nessa que passou. Sabe porquê? Porque a próxima hora terá 60 minutos assim como essa que passou e perdi.

Ridículo aquele que “manda” entrar na produção mercadoria incompleta. Vá estudar, aprenda o mínimo e depois se “meta” a administrar uma produção na confecção...


Desculpem o “desabafo”, mas tem gente que merece...