Tenho sido até repetitivo quando afirmo que um bom fluxo da
mercadoria é o responsável pelos resultados positivos no processo de
fabricação.
Para cada peça que se confecciona deverá ter outra peça
entrando no grupo de trabalho, com a mesma velocidade. Vejam que disse com a
mesma velocidade.
Se você optou em controlar sua produção de hora em hora e
faz disso uma regra, não se esqueça que a primeira operação é quem determina
esse fluxo, ou ainda, digo que a primeira operação é o combustível para que o
grupo atinja suas metas.
Muitas vezes observo um grupo de trabalho que não atinge
metas, mas mesmo assim não acumula peças no processo. Isso é no mínimo curioso.
Fácil de descobrir o problema: - a velocidade da entrada do produto no grupo
foi lenta, ocasionando um desabastecimento efeito dominó.
Se sua meta é, por exemplo, 100 peças por hora e só foram
feitas 70, não cometa o “pecado” de abastecer o grupo com 70 peças, na próxima
hora, pois não acumulará e desta forma o problema foi mascarado, não permitindo
que se detecte o real ponto de fracasso.
Você pode estar pensando que se colocar 100 peças no próximo
horário acumulará na operação que falhou. Certo? É justamente isso que
queremos: - o acúmulo na operação problema, a fim de podermos resolvê-lo, caso
contrário não detectaremos o desvio.
Aconselho que seja criado um controle de entrada de
mercadoria no grupo, já que o controle de saída você já tem, é a produção da
hora (que acredito que esteja sendo feito com rigor).
Desta forma a cada hora que você apurar a produção, coloque
na entrada do grupo o número de peças correspondentes à meta. É o combustível
da próxima hora.
Recomendo também que a costureira que estiver envolvida na
primeira operação, conforme a receita de fabricação, faça também a última
operação de forma distinta das demais. A costureira “gasta” todos os minutos na
primeira operação e somente depois se desloca para fazer a última operação,
obedecendo evidentemente os minutos conforme essa receita.
Até porque, como que você poderá fazer 100 peças por hora se
está abastecendo com apenas 70? Seu carro sem gasolina não anda! A produção sem
entrada de peças não tem saída de peças...
O mais curioso disso tudo que esse problema é muito
frequente em nossas fábricas, o que mostra uma falta de acompanhamento por
parte da liderança que utiliza seu tempo de forma errada e evidentemente não
sobra tempo para o mais importante, que é o controle da sua receita de
fabricação.
Aí vai uma dica importante – “sempre procure colocar a
costureira mais forte numa operação inicial, a fim de poder alimentar o grupo e
se possível, desloque-a para a última operação, para permitir que enquanto as
operações intermediárias vão sendo feitas, essa costureira da primeira operação
tenha tempo de se deslocar para a última”.
Isso é malícia, é vivência que só poderá acontecer se a
encarregada “treinar” e com o tempo usufruir de mais técnica para vencermos a
concorrência...