sexta-feira, 15 de abril de 2016

POLIVALÊNCIA

Uma necessidade fundamental para o setor de costura é que a costureira seja polivalente. As mudanças cada vez mais fortes obrigaram as confecções a adotarem rumos diferentes no processo produtivo.

No passado tínhamos poucos modelos e grandes quantidades de peças por modelo. A fábrica ficava dias ou até meses produzindo um único modelo, sem mudanças. Convenhamos que era fácil trabalhar dessa forma, bastava fazer um balanceamento entre as operações e tínhamos resultados satisfatórios. Portanto poderíamos ter costureiras que se aperfeiçoavam em apenas um tipo de máquina, até porque não precisava ser diferente.

Hoje vivemos uma realidade completamente inversa. Muitos modelos e pequenas quantidades de peças por modelo. Isso muda tudo, precisamos ser rápidos nas trocas de modelos, precisamos, antes de mais nada, uma dinâmica onde a maior exigência será a polivalência da nossa costureira, caso contrário não poderei produzir eficientemente o novo modelo, pois ele exige máquinas diferentes, operações únicas, enfim tudo novo.

Aconselho sempre meus clientes a trabalharem muito a polivalência da mão de obra para obter bons resultados. Me surpreende quando percebo que um grupo de trabalho não foi eficiente porque nesse dia a costureira da manga, por exemplo, faltou e não tínhamos outra para executar tal tarefa. Isso é no mínimo amador. Extremamente infantil quando uma costureira falta e a produção do grupo cai pela metade. Como? Se tínhamos um grupo com sete costureiras e a produção caiu pela metade porque houve uma única falta? Será que essa faltosa representava 50% do grupo? Claro que não!

Então porque essa queda tão brutal? Simples, não tínhamos outra costureira preparada para essa operação... E aí, justificar como os péssimos resultados desse dia?

Na verdade, o problema não foi nesse dia, mas sim aos que antecederam esse dia, quando ninguém se preocupou em preparar mais costureiras para mais tarefas diferentes. Faltou polivalência.

É desnecessário falar que a polivalência da mão de obra vem de treinamento. Precisamos treinar, preparar as costureiras para torna-las polivalentes, caso contrário ficaremos refém “daquelas costureiras” únicas que quando faltam ao serviço só falta parar a fábrica.


Novos tempos, novas costureiras. Tudo muda, inclusive a costureira que deixou de ser uma operadora de máquina para se tornar uma costureira na essência da palavra... 

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