Uma necessidade fundamental para o setor de costura é que a
costureira seja polivalente. As mudanças cada vez mais fortes obrigaram as
confecções a adotarem rumos diferentes no processo produtivo.
No passado tínhamos poucos modelos e grandes quantidades de
peças por modelo. A fábrica ficava dias ou até meses produzindo um único
modelo, sem mudanças. Convenhamos que era fácil trabalhar dessa forma, bastava
fazer um balanceamento entre as operações e tínhamos resultados satisfatórios.
Portanto poderíamos ter costureiras que se aperfeiçoavam em apenas um tipo de
máquina, até porque não precisava ser diferente.
Hoje vivemos uma realidade completamente inversa. Muitos
modelos e pequenas quantidades de peças por modelo. Isso muda tudo, precisamos
ser rápidos nas trocas de modelos, precisamos, antes de mais nada, uma dinâmica
onde a maior exigência será a polivalência da nossa costureira, caso contrário
não poderei produzir eficientemente o novo modelo, pois ele exige máquinas
diferentes, operações únicas, enfim tudo novo.
Aconselho sempre meus clientes a trabalharem muito a
polivalência da mão de obra para obter bons resultados. Me surpreende quando
percebo que um grupo de trabalho não foi eficiente porque nesse dia a
costureira da manga, por exemplo, faltou e não tínhamos outra para executar tal
tarefa. Isso é no mínimo amador. Extremamente infantil quando uma costureira
falta e a produção do grupo cai pela metade. Como? Se tínhamos um grupo com
sete costureiras e a produção caiu pela metade porque houve uma única falta?
Será que essa faltosa representava 50% do grupo? Claro que não!
Então porque essa queda tão brutal? Simples, não tínhamos
outra costureira preparada para essa operação... E aí, justificar como os
péssimos resultados desse dia?
Na verdade, o problema não foi nesse dia, mas sim aos que
antecederam esse dia, quando ninguém se preocupou em preparar mais costureiras
para mais tarefas diferentes. Faltou polivalência.
É desnecessário falar que a polivalência da mão de obra vem
de treinamento. Precisamos treinar, preparar as costureiras para torna-las
polivalentes, caso contrário ficaremos refém “daquelas costureiras” únicas que
quando faltam ao serviço só falta parar a fábrica.
Novos tempos, novas costureiras. Tudo muda, inclusive a
costureira que deixou de ser uma operadora de máquina para se tornar uma
costureira na essência da palavra...
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