Os anos se passaram, as mudanças cada vez mais fortes exigem
que se administre a produção sob um ângulo diferente. Tudo mudou – o
consumidor, o cliente, o fornecedor, a costureira, enfim os valores se
alteraram, mas mesmo assim existem empresas que continuam a ter postura de
trinta anos atrás.
Falta de visão, falta de conhecimento ou mesmo falta de
coragem para mudanças, de qualquer forma, seja o que for, as empresas continuam
sendo “tocadas” por curiosos que fatalmente contribuirão para o fracasso nos
resultados, ao longo do tempo.
Costumo dizer que produzir não é mais como no passado que se
dizia para a costureira – “sente-se nessa máquina e pise fundo, o máximo que
essa máquina pode render”.
Produzir é equilíbrio no processo produtivo. Partindo do
princípio que produção é peça pronta, não posso admitir que as operações sejam
feitas em números diferentes. Se quero produzir uma camiseta, por exemplo,
tenho que ter o mesmo número de peças nas mais diversas operações dessa camiseta,
independentemente se seus tempos são diferentes. Para cada ombro preciso ter
uma manga, assim como a lateral e as demais operações.
Desta forma estou advogando em favor de uma “receita de
fabricação” que se incumbirá de equilibrar o tempo de fabricação de cada uma
dessas operações. Não importa se a operação é rápida ou lenta, o mais
importante é produzir o mesmo número de peças nessas operações, evitando dessa
forma acúmulos intermediários no processo.
Lembrar sempre que acúmulo entre as operações é o câncer da
produção. Desta forma o setor deverá trabalhar com equilíbrio total, a
alimentação da próxima operação deverá ser feita de forma contínua e
ininterrupta. A liderança deverá trabalhar “no fio da navalha”, ou seja, nem
permitir acúmulo e muito menos a falta de abastecimento.
Para que tudo isso possa funcionar de forma natural é
necessário que a empresa faça um investimento nas pessoas de comando,
treinando-as e acompanhando sua performance dentro de uma nova realidade que
nossas confecções estão precisando...
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