sexta-feira, 29 de julho de 2016

TALENTOS DESPERDIÇADOS

Os leitores assíduos desse blog sabem o quanto tenho criticado os profissionais que atuam em nossas confecções, porém tenho que ser justo com aqueles talentos que aparecem e não são aproveitados pelas empresas.

É incrível quanta gente boa tem “abandonado” as fábricas porque não são respeitadas como gente e profissional. Preciso considerar que muitos encarregados, gerentes, supervisores não podem usar todo potencial que têm em virtude de falta de visão de alguns empresários. São implacáveis.

Ninguém acerta o tempo todo. Todos erramos, porém quando esses erros acontecem com a vontade do acerto ele deve ser relevado.

Infelizmente alguns empresários só contabilizam os erros e se esquecem que seu funcionário tem um peso maior em suas qualidades.

Perder talentos na fábrica é o maior erro da empresa.

Quando temos um funcionário que o peso dos acertos é maior do que seus erros, vale a pena mantê-lo.

O maior desperdício de uma empresa é o não aproveitamento dos talentos.


Gente deve ser tratado como gente...

sexta-feira, 22 de julho de 2016

A BRUXA ESTÁ SOLTA

Existem fábricas que até parece que atraem problemas. Tudo acontece de forma à derrubar os lucros.

Estou me referindo especialmente ao sistema produtivo, ou mesmo tudo que diz respeito ao setor industrial.

Vejam leitores – o planejamento da fábrica nunca é obedecido, o número de faltas das costureiras bate recordes a cada mês, as datas de entregas de pedidos nunca são cumpridas, a eficiência é assustadora de tão baixa, os aviamentos não chegam na hora certa, os encarregados mais perdidos impossíveis, a manutenção não responde eficientemente, a qualidade horrível. Ufa!

E aí? Será que a bruxa está solta? Não acredito!

Isso está me cheirando mais incompetência da administração. Aquele velho problema, fábrica mal administrada. As coisas acontecem sem critério, as regras malconduzidas, falta padrão, normas e procedimentos e muita incompetência.

Essa situação acaba fazendo parte do dia a dia da empresa, que não consegue enxergar a gravidade e acaba sucumbindo fatalmente.

A bruxa está solta ou a incompetência está no ar?


Coragem, matem a bruxa e contra a incompetência aplique treinamento à todos os níveis, assim a empresa poderá novamente tornar-se saudável...

sexta-feira, 15 de julho de 2016

O QUE FAZ A DIFERENÇA

Que a concorrência no mercado de confecção é muito grande ninguém duvida, portanto para que sua empresa “saia na frente” é fundamental trabalhar dois pontos que farão todo diferencial – qualidade e preço. Na verdade, se a empresa tiver qualidade e preço, com certeza terá alcançado mais de meio caminho para o sucesso.

Ter qualidade significa reduzir custos com a ausência de retrabalho e a satisfação do cliente, ter preço está na redução de desperdícios e aumento de produtividade.

Não poderemos falar de produção sem falarmos de qualidade. São coisas paralelas, pois digo que só tem produção quem tem qualidade.

Toda vez que uma costureira confeccionou algo com defeito, matou a produção, pois saiba que fazer uma costura corretamente ou não, o tempo de fabricação é o mesmo, com a agravante de ter que ser desmanchado e retrabalhado.

Uma equação é verdadeira = fazer com defeito + desmanchar + refazer = três ou quatro vezes o tempo de fazer a peça. Como poderemos ter preço e sermos competitivos numa situação dessas?

Portanto a empresa poderá usar esse fator a seu favor sabendo que é necessário –

1.   .    Treinar com mais eficiência sua equipe.
              Motivar e valorizar o “bem feito”.
3.       Nunca fazer “vistas grossas” para o erro.
4.       Exigir comprometimento do pessoal envolvido com a produção.
5.       Deixar de lado a política do “jeitinho”.
6.       Nunca diferenciar os clientes. Não é porque o cliente exige mais ou menos que teremos ou não qualidade, mas sim porque faz parte da cultura da empresa.
7.       Criar um padrão de qualidade, onde todos falem a mesma linguagem. O que é defeito para um será para todos, a visão precisa ser a mesma.
8.       Nada de elaborar tolerâncias. Quando se fala de qualidade, não existem tolerâncias. Está bem feito ou não!

Regras criadas, padrões adotados vamos à luta.

Crie uma situação onde tudo estará respeitando um manual de normas e procedimentos que deverá ser a bíblia no setor produtivo e aí sim poderá criar um grande diferencial para vencer os concorrentes nesse mercado competitivo...


sexta-feira, 8 de julho de 2016

EFICIÊNCIA VERSUS EFICÁCIA

Não é difícil confundirmos eficiência com eficácia. Acredito ser muito interessante fazer a distinção, pois caso contrário poderemos ser eficazes sem sermos eficientes. Explico –

Ser eficaz é fazer o que planejamos. Ser eficiente é fazer da melhor maneira possível.

Se tivermos um produto que traçamos uma meta de 80 peças, por exemplo, e atingirmos essas 80 peças estaremos sendo eficazes. Isso não significa que estamos sendo eficientes. Pergunto “essas 80 peças é o que realmente poderíamos fazer”?

Será que não existe um processo onde a meta poderia ser maior? Se essa meta, por exemplo fosse de 90 peças e não 80, estaríamos sendo eficazes, porém não eficientes.

Isso está diretamente ligado ao trabalho de engenharia de produção que deve determinar um estudo do processo, fazendo aquele produto da melhor maneira possível, aproveitando bem os possíveis recursos de mão de obra e equipamento. Em nossas confecções encontramos com muita frequência operações sendo feitas na “raça”, sem aparelhos, guias adequados, ou mesmo operações que não seguem uma sequência lógica e dinâmica. Tudo isso altera o tempo padrão e consequentemente as metas do produto. Desta forma poderemos ter metas “mentirosas”, muito embora a costureira seja eficaz, pois produziu o que se determinou.

A função dos cronometristas não é mais só levantar os tempos operacionais, mas sim estudar cada operação para racionalizar os tempos e obter melhores resultados no que tange a tempo padrão.
Aí você vem com aquela conversa – “não temos tempo para esse estudo”. Então não se queixe quando seu custo extrapolar as barreiras permitidas pelo mercado.


Não podemos mais simplesmente produzir, temos que produzir da “melhor maneira possível”... 

sexta-feira, 1 de julho de 2016

ESTILO - MUTIRÃO

Seria cômico se não fosse trágico a maneira que certas confecções encaram o processo produtivo. Estou me referindo ao “estilo mutirão” que costumam adotar no processo de fabricação.

Costumam, muitas vezes, parar o setor de costura para “ajudar” a embalagem ou outro setor qualquer de acabamento.

Chegou a data da entrega do pedido. O setor de acabamento, por várias razões não vai conseguir cumprir o prazo de entrega, isso é um fato. E agora? O gerente ou a encarregada para as costureiras para “ajudar” na embalagem!!!!!!! Engraçado ou triste? Eu diria que é ridículo...

Será que ninguém percebeu que os próximos pedidos também precisarão dessa ajuda? É obvio, pois, a costureira para de costurar e fatalmente comprometerá novas datas de entregas, isso torna-se um ciclo vicioso que dificilmente será rompido.

Na verdade, o que aconteceu foi uma total falta de planejamento da administração que não trabalhou corretamente as datas, os recursos, ou outra qualquer variável que provocou esse absurdo.

Mutirão se faz na construção civil, não na confecção, muito embora encontramos confecções que veem sendo administradas dessa forma.

Não me cansarei de falar, precisamos trabalhar com informações, claras e precisas. Metas, receitas de fabricação, potencialidade da fábrica, qualificação de mão de obra, relatórios em curtos prazos de tempos, eficiências, enfim são essas informações que permitirão menos erros.

Gostaria de ver os líderes “explorando” melhor essas ferramentas de trabalho, trabalhando com os pés no chão, buscando alternativas para os desafios que diariamente temos que enfrentar, mas não, ao invés desse comportamento o que vejo são encarregadas “desmanchando” peças com defeito, tirando serviços de máquina ou até mesmo sentada nas máquinas cobrindo faltas.

Realmente, como disse acima, seria cômico se não fosse trágico.

Continue assim, pois um dia você não terá peças para acabamento e nem para costurar...