sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

TIPOS DE ADMINISTRADORES DE EMPRESAS

 

Como consultor posso perfeitamente comparar as maneiras diferentes que os empresários têm de administrar suas empresas.

A comparação passa a ser algo inevitável quando fazemos as leituras dos resultados, creiam os resultados estão amarrados a essas maneiras diferentes de administrar.

Que fique muito claro, apesar das diferenças, os objetivos sempre são os mesmos – lucros. Essa é na verdade a meta de qualquer empresa, não importa os meios que cada um adota para tal.

Tenho observado que as diferenças são profundas e afirmo que não existe empresa melhor que seu proprietário, ou seja, como costumo dizer – “a fábrica fica a cara do seu dono”.

Vamos então tentar descrevê-los: -

 

Empresário Centralizador

É aquele que acredita que sua equipe deverá ser constantemente acompanhada, por falta de capacidade ou por simples necessidade de ser policiada. Geralmente são empresários que administram empresas que cresceram rapidamente e ainda levam consigo as raízes de fazer tudo sozinho. Querem assinar até a autorização da compra de uma agulha.   Acontece que à medida que a empresa cresce, ela deverá ser departamentalizada e a partir desse momento o seu proprietário deverá entender que fica difícil, para não dizer impossível, administrar sozinho. Acima de tudo ele comete um erro grave nessa situação, pois não deixa seus chefes e líderes tomarem decisões.

A partir daí poderemos ter outros dois problemas. O primeiro é o líder se acomodar e ficar esperando que empresário faça o que ele deveria estar fazendo, sem contar que não assumirá nenhuma responsabilidade. No segundo caso desmotivar-se, a ponto de sentir-se um auxiliar de luxo que fatalmente culminará com sua demissão ou com sua acomodação, entrando numa zona de conforto prejudicial para a empresa.

Geralmente esse tipo de empresário tem uma equipe de chefes e líderes fracos, pois não estão treinados para decisões, não assumem responsabilidades e tornam-se fracos ao longo do tempo. E não é novidade, líderes fracos, resultados fracos!

 

Empresário Ausente –

É aquele completamente oposto ao centralizador. Ele pensa da seguinte forma: - “estou pagando para alguém fazer, portanto ele deverá fazer corretamente”. Isso pode até ser uma verdade, no entanto, se todos fizessem o que deveriam, o mundo seria melhor!

Esse empresário costuma não acompanhar relatórios, não observar os desvios dos números que geralmente conduzem para caminhos perigosos, não cobra sua equipe, não podendo distinguir desta forma, o bom do mal.

Esse empresário também provocará reações diferentes em seus líderes. Uns acharão que não são importantes para a organização, pois tudo que estão fazendo não é acompanhado pelo empresário, outros, entrarão numa zona de conforto tão grande que os resultados fugirão do controle. Não quero advogar em favor daqueles que dizem: - “os olhos do patrão é que engorda o porco”, mas quero dizer que o empresário ausente poderá ter sérios problemas e quando tentar mudar os rumos das coisas poderá ser tarde!

Empresário ausente ainda corre risco desnecessário (de toda espécie), pois além de tudo poderá estar abrigando, em sua empresa, um grande inimigo. 

 

Empresário Chorão

Esse acredita que suas reclamações eternas é que resolverão os problemas e as dificuldades do dia a dia. Torna-se um refém das suas próprias lamentações, tudo é difícil, na sua maneira de enxergar e considera-se uma vitima só pelo fato de ser um empresário.

Geralmente a sua equipe de líderes não leva mais a sério o que ele diz, pois, por

melhor que estejam as coisas, ele vive pelos cantos da empresa, reclamando. Seria até cômico se não fosse preocupante essa sua atitude.

Percebo que esse empresário usa dessa artimanha para não ser solicitado em diversas frentes: -

Com seu funcionário – no que diz respeito a reivindicações. Como posso atendê-lo, se as coisas não vão bem!

Com seu fornecedor – como pagar esse preço ou aceitar a falta de prazo para pagamento, se as coisas não estão bem!

Com seu cliente – como atender suas necessidades, se as coisas não estão bem!

Pois é, realmente as coisas não estão bem! Esse empresário deverá tomar cuidado com seu comportamento, porque senão as coisas realmente podem não ficar bem!

 

Empresário Modelo -

Esse, apesar de viver os mesmos problemas dos demais, tem mais chances de sucesso. É aquele que aproveita as oportunidades, que valoriza a equipe, que sabe cobrar com critério e bom senso, acompanha a fábrica, controla os números sem com isso cortar a liberdade de trabalho da sua equipe. Geralmente é muito respeitado pelos funcionários, pois todos sabem que ele está vivendo cada momento da fábrica.

Nunca se considera o “dono da verdade”, sabe ouvir a equipe, considera-se o condutor de um trem onde todos os vagões precisam andar em sintonia nos trilhos, para que esse trem chegue à próxima estação.  

Quase sempre esse empresário tem uma equipe de liderança forte. Além do mais percebe a importância de ter uma equipe treinada e desta forma investe em treinamento a todos os níveis da fábrica, desde o mais humilde funcionário até seu gerente mais graduado.

Esse é o empresário que a fábrica precisa. Tem algumas qualidades fundamentais para administrar bem uma empresa: - dinâmico, justo, empreendedor, tolerante, ético, um motivador da equipe.

Existem, na verdade, outros tipos de empresários, mas em meu dia a dia esses são os encontrados com mais frequência.

A velocidade das mudanças é assustadora, a própria exigência da globalização nos torna escravos do tempo, a concorrência brutal em que vivemos e outros fatores que tornaram o ser humano uma máquina, obrigam os empresários a se adaptarem com rapidez e talvez essa necessidade de adaptação faça a diferença nos resultados, dependendo, evidentemente na maneira da administração da empresa.

 

 

 

                                              

 

 

 

 

 

A DIFERENÇA ENTRE CHEFIAR UMA PRODUÇÃO E LIDERAR UMA PRODUÇÃO

 

Quando ouvimos a palavrar “chefe” já vem em nossa mente coisa antiga. Aquela antiga “encarregada” que pouco entendia de processo produtivo, muito embora conhecesse o produto. Hoje falamos em “líder” de produção, não deixou de conhecer o produto, mas privilegia o processo. Vamos compará-las.

Atuação                                                              . Encarregada                                   Líder

Método                                                              privilegia a operação                    privilegia o produto

Controle                                                            individual                                          grupo

Frequência do controle                                              diário                                                   hora a hora

Comando                                                           autoritário                                         participativo

Problemas                                                        adia a solução                                  soluciona           

Faltas/ausências                                            alto índice                                         só necessárias

Valorização da equipe                                 só “panelinhas”                                              através do mérito

Comportamento                                            medo, terror                                    companheirismo

Avaliação                                                           sem critério                                      sob resultados

Responsabilidades                                        concentradas                                   divididas

 

Poderíamos ficar aqui muito tempo estudando as diferenças, porém os resultados já conhecemos. A única chance de se obter bons resultados é termos líderes em nossas fábricas e nunca mais encarregadas.

Acontece que a maioria das nossas confecções ainda têm encarregadas que com sua atuação medíocre “mata” os resultados e conseguem esconder toda ineficiência do sistema produtivo.

Atenção administradores da produção – nunca admitam uma encarregada, mas sempre uma líder que possa agregar valores para que no fim de cada mês não se lamentem os resultados desastrosos que levaram a empresa a fechar o mês no vermelho...

                                                                                                                                                            

 

 

 

 

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

CUSTOS OPERACIONAIS

 

Gosto muito da ideia de isolar o produto, praticando um custo pressuposto.

Muitas vezes não temos um custeio correto porque misturamos os produtos, no momento de montar esses custos.

Fica aqui uma sugestão para a montagem desses custos. Vou partir de um produto fictício –

PRODUTO A –

Tempo de fabricação no setor costura – 8,50 minutos.

Pessoal envolvido – 5 costureiras com salário de R$ 1.500,00 cada. Uma ajudante com salário de R$ 1.300,00.                                     

Meta/hora – 35 peças (100% de eficiência)

Meta/dia – 297 peças (100% de eficiência)

Meta/mês -6.237 peças (100% de eficiência) –pressupondo-se que o grupo produzirá o Produto A o mês todo.

Vou partir de uma eficiência de 75% nesse setor costura, portanto, minha produção será 75% de 6.237 peças = 4.677 peças

Despesas do grupo – (1.500,00 x 5) + 1.300,00 = R$ 8.800,00

Encargos trabalhistas - aproximados 70% = R$ 6.160,00 (simples nacional).

Despesa total do grupo = R$14.960,00.

Sendo assim – 14.960,00: 4.677 = R$ 3,20 – custo unitário do produto A.

Calculei meu custo a 75% de eficiência em virtude das variáveis do setor (máquinas com problemas de manutenção, ausência de alguma costureira ao longo do mês, falta de energia elétrica, enfim, qualquer outra restrição que impeça uma eficiência melhor).

Note bem que esse é o custo simplesmente do “setor costura”.

Esse raciocínio deverá valer para os demais setores produtivos.

Nunca se esqueça que estamos falando simplesmente da produção, valor que deverá compor os demais custos.

 

 

 

 

terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

ATIVAÇÃO DE MÁQUINA x UTILIZAÇÃO DE MÁQUINA

 

Precisamos quebrar um tabu urgentemente no processo produtivo das confecções. Deixar uma costureira numa máquina simplesmente porque seu rendimento nessa máquina é ótimo, não significa um benefício para a produção. Esse evento eu chamo de     ATIVAÇÃO de máquinas, fato esse que não agrega valor ao PRODUTO.

Não deveremos deixar a costureira fazer um número maior do que o necessário de peças numa operação só porque ela é ótima nessa operação. Isso contribui para acúmulos intermediários. Lembrar sempre que acúmulos intermediários são causadores de gargalos, fato que onera o custo operacional.

Sempre procurar o equilíbrio entre os tempos operacionais para que possamos ter um maior aproveitamento da mão de obra. Esse é o único caminho para podermos ter uma UTILIZAÇÃO de máquinas e não simplesmente uma ativação.

Prefiro uma costureira rendendo 70% numa operação onde contribua para a saída da peça pronta do que rendendo 100% numa operação que simplesmente contribuirá para o acúmulo intermediário desse produto.

Aproveitar mão de obra é buscar peças prontas através de um fluxo contínuo e ininterrupto e nunca operações isoladas, só porque a costureira “não pode parar essa operação”, com a alegação de que ela é ótima nessa operação!

Pude observar que em determinada confecção existia uma costureira maravilhosa que era chamada de “mangueira”, simplesmente porque ninguém conseguia pregar mais mangas do que ela. Chegou-se ao ponto de “inventar” cortes simplesmente porque ela não podia parar de pregar mangas, mesmo não precisando mais das mangas... Conclusão, os acúmulos de peças na próxima operação às mangas eram insuportáveis, causando um grande aumento nos custos operacionais. 

Nesse exemplo acima posso justificar minha afirmação inicial, nunca deveremos simplesmente ATIVAR uma máquina, mas sim UTILIZAR a máquina...

Aprenda mais sobre a matéria acessando o link     is.gd/lideresproducao e contribua para a redução de custos operacionais da sua confecção.

 

sábado, 5 de fevereiro de 2022

SIMPLESMENTE FAZER A OPERAÇÃO NO TEMPO PADRÃO, NÃO DETERMINA O SUCESSO DO RESULTADO

 

Devo esclarecer que simplesmente fazer as operações nos tempos determinados por um cronometrista não é o suficiente para obtermos os resultados desejados. Muitas vezes a liderança se surpreende com resultados negativos, quando todas as costureiras estão fazendo as operações nos padrões e a produção não decola.

Simples de entender esse fenômeno. As operações estão sendo feitas no tempo determinado, mas o número de peças por operação, não!

Vou dar um exemplo bem radical para facilitar o entendimento dessa afirmação: -

Imaginemos que a primeira operação de um determinado produto é igual a 0,5 minuto e tenho cinco costureiras. Se por acaso as cinco costureiras fizerem a operação em 0,5 minuto, teremos um resultado ótimo! Ótimo na OPERAÇÃO e não no PRODUTO.

Quero afirmar que, obter os tempos padrões nas operações é um dos caminhos para que os resultados sejam favoráveis, porém será necessário outros, como –

1.       O número de peças conforme a meta do produto.

2.       O fluxo do produto no sistema.

3.       O equilíbrio do número de peças por operação.

4.       O acompanhamento do processo para evitar desabastecimento ou acúmulos intermediários.

Esses quatro eventos deverão, aí sim, com o tempo padrão determinar o sucesso da sua produção. Lembrar sempre que produção é peça pronta e não uma parte dela, mesmo que seja feita no tempo padrão correto!

Aproveite para entender melhor essa matéria, acessando o link     is.gd/lideresproducao e faça o curso de Líderes de produção.