Como consultor posso perfeitamente comparar as maneiras diferentes que os empresários têm de administrar suas empresas.
A comparação passa a ser algo inevitável quando fazemos as leituras dos resultados, creiam os resultados estão amarrados a essas maneiras diferentes de administrar.
Que fique muito claro, apesar das diferenças, os objetivos sempre são os mesmos – lucros. Essa é na verdade a meta de qualquer empresa, não importa os meios que cada um adota para tal.
Tenho observado que as diferenças são profundas e afirmo que não existe empresa melhor que seu proprietário, ou seja, como costumo dizer – “a fábrica fica a cara do seu dono”.
Vamos então tentar descrevê-los: -
Empresário
Centralizador –
É aquele que acredita que sua equipe deverá ser constantemente acompanhada, por falta de capacidade ou por simples necessidade de ser policiada. Geralmente são empresários que administram empresas que cresceram rapidamente e ainda levam consigo as raízes de fazer tudo sozinho. Querem assinar até a autorização da compra de uma agulha. Acontece que à medida que a empresa cresce, ela deverá ser departamentalizada e a partir desse momento o seu proprietário deverá entender que fica difícil, para não dizer impossível, administrar sozinho. Acima de tudo ele comete um erro grave nessa situação, pois não deixa seus chefes e líderes tomarem decisões.
A partir daí poderemos ter outros dois problemas. O primeiro é o líder se acomodar e ficar esperando que empresário faça o que ele deveria estar fazendo, sem contar que não assumirá nenhuma responsabilidade. No segundo caso desmotivar-se, a ponto de sentir-se um auxiliar de luxo que fatalmente culminará com sua demissão ou com sua acomodação, entrando numa zona de conforto prejudicial para a empresa.
Geralmente esse tipo de empresário tem uma equipe de chefes
e líderes fracos, pois não estão treinados para decisões, não assumem
responsabilidades e tornam-se fracos ao longo do tempo. E não é novidade,
líderes fracos, resultados fracos!
Empresário Ausente –
É aquele completamente oposto ao centralizador. Ele pensa da
seguinte forma: - “estou pagando para alguém fazer, portanto ele deverá fazer
corretamente”. Isso pode até ser uma verdade, no entanto, se todos fizessem o
que deveriam, o mundo seria melhor!
Esse empresário costuma não acompanhar relatórios, não observar os desvios dos números que geralmente conduzem para caminhos perigosos, não cobra sua equipe, não podendo distinguir desta forma, o bom do mal.
Esse empresário também provocará reações diferentes em seus
líderes. Uns acharão que não são importantes para a organização, pois tudo que
estão fazendo não é acompanhado pelo empresário, outros, entrarão numa zona de
conforto tão grande que os resultados fugirão do controle. Não quero advogar em
favor daqueles que dizem: - “os olhos do patrão é que engorda o porco”, mas
quero dizer que o empresário ausente poderá ter sérios problemas e quando
tentar mudar os rumos das coisas poderá ser tarde!
Empresário ausente ainda corre risco desnecessário (de toda espécie), pois além de tudo poderá estar abrigando, em sua empresa, um grande inimigo.
Empresário Chorão
Esse acredita que suas reclamações eternas é que resolverão os problemas e as dificuldades do dia a dia. Torna-se um refém das suas próprias lamentações, tudo é difícil, na sua maneira de enxergar e considera-se uma vitima só pelo fato de ser um empresário.
Geralmente a sua equipe de líderes não leva mais a sério o
que ele diz, pois, por
melhor que estejam as coisas, ele vive pelos cantos da empresa, reclamando. Seria até cômico se não fosse preocupante essa sua atitude.
Percebo que esse empresário usa dessa artimanha para não ser
solicitado em diversas frentes: -
Com seu funcionário – no que diz respeito a reivindicações.
Como posso atendê-lo, se as coisas não vão bem!
Com seu fornecedor – como pagar esse preço ou aceitar a
falta de prazo para pagamento, se as coisas não estão bem!
Com seu cliente – como atender suas necessidades, se as coisas não estão bem!
Pois é, realmente as coisas não estão bem! Esse empresário
deverá tomar cuidado com seu comportamento, porque senão as coisas realmente
podem não ficar bem!
Empresário Modelo -
Esse, apesar de viver os mesmos problemas dos demais, tem mais chances de sucesso. É aquele que aproveita as oportunidades, que valoriza a equipe, que sabe cobrar com critério e bom senso, acompanha a fábrica, controla os números sem com isso cortar a liberdade de trabalho da sua equipe. Geralmente é muito respeitado pelos funcionários, pois todos sabem que ele está vivendo cada momento da fábrica.
Nunca se considera o “dono da verdade”, sabe ouvir a equipe, considera-se o condutor de um trem onde todos os vagões precisam andar em sintonia nos trilhos, para que esse trem chegue à próxima estação.
Quase sempre esse empresário tem uma equipe de liderança forte. Além do mais percebe a importância de ter uma equipe treinada e desta forma investe em treinamento a todos os níveis da fábrica, desde o mais humilde funcionário até seu gerente mais graduado.
Esse é o empresário que a fábrica precisa. Tem algumas qualidades fundamentais para administrar bem uma empresa: - dinâmico, justo, empreendedor, tolerante, ético, um motivador da equipe.
Existem, na verdade, outros tipos de empresários, mas em meu dia a dia esses são os encontrados com mais frequência.
A velocidade das mudanças é assustadora, a própria exigência
da globalização nos torna escravos do tempo, a concorrência brutal em que
vivemos e outros fatores que tornaram o ser humano uma máquina, obrigam os
empresários a se adaptarem com rapidez e talvez essa necessidade de adaptação faça
a diferença nos resultados, dependendo, evidentemente na maneira da
administração da empresa.