quarta-feira, 25 de setembro de 2024

PEGO DE SURPRESA...

 

Muitas vezes recebo chamado de clientes, onde desenvolvi trabalhos, para solucionar algo que não vem acontecendo conforme o programado.

Ao chegar na empresa  me deparo com um fenômeno não muito surpreendente:- verifico a falta de continuidade ao trabalho que propusemos quando desenvolvíamos nosso período de consultoria.

Me dirijo ao diretor e pergunto – onde estão os controles que criamos? Por que se parou de fazer as análises que pontuei como fundamentais para as decisões? E as Receitas de fabricação, que eram o alicerce para bons resultados? Como existem gargalos produtivos no sistema operacional e ninguém usa o Programa CARMAQ, que tanto orientamos?

Enfim, tudo aquilo que eram as regras para um processo dinâmico e eficiente foram deixados de lado por parte de líderes e supervisores de produção. Lembrar que nenhum sistema produtivo faz milagres, eles precisam ser administrados.

Nesse momento o diretor da empresa acaba ficando com aquela cara de surpresa e me pergunta, “nossa, eles não estão fazendo”? Surpresa? Pode ser que sim, mas o responsável foi ele, diretor, que deixou de acompanhar os relatórios, que não cobrou trabalho sério dos líderes. Nossa, fui pego de surpresa! Verdade...

Agora a empresa é quem deverá pagar a conta...

Não seja “pego de surpresa”! Eu sei que você está pensando que seus líderes deveriam estar fazendo as “lições de casa direitinho”, mas se você relaxar e não os cobrar poderá ter uma surpresa desagradável quando for fechar o mês. Seu resultado provavelmente estará no vermelho...

Sim, foi pego de surpresa, porque não acompanhou o PROCESSO...

 

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

O ESTUDO DA PEÇA, ANTES DE ENTRAR NA PRODUÇÃO

 

Tenho observado que um dos principais fatores de provocam resultados baixos, na produção, é a falta de informação do produto. As peças acabam entrando no grupo de trabalho sem um estudo prévio do processo produtivo. As costureiras ficam perdidas em como se operar a sequência operacional e qual o melhor método para se ter um bom rendimento.

Aconselho que exista uma aproximação entre o setor operacional e o setor de modelagem e pilotagem, para que seja definida a melhor maneira de se fazer cada uma das operações.

A piloteira juntamente com a modelagem deverão estudar cada operação para informar ao setor de produção o método correto de cada fase da costura, a fim de reduzir o tempo de fabricação e contribuir para uma melhor qualidade do produto.

Infelizmente essa aproximação do setor “produto” e “produção” quase sempre é inexistente, o que contribui para que o modelo acabe sendo inviável economicamente, pois o setor da costura acaba tendo que “adivinhar” o melhor método usado para a fabricação e convenhamos isso em muitos casos “leva tempo”. Não nos custa lembrar que tempo perdido, no processo produtivo, jamais será recuperado...

E vocês pensam que acabou? Não, o pior ainda está por vir, pois muitas vezes as operações são feitas sem guias adequados, ou aparelhos auxiliares ou ainda em máquinas não apropriadas para tal operação.

Falta de informação ou de comunicação entre dois setores que jamais poderiam deixar de andarem juntos – a criação e a produção...

Portanto o setor de costura deverá ter tempo suficiente para que, antes de que peça entre no grupo de trabalho, ela possa ser estudada, com a finalidade de reduzir custos operacionais. Acontece que as confecções estão sempre atropelando o processo e dessa forma só têm a lamentar, quando os resultados são assustadores de tão ruins que se apresentam...

Aí, a culpa recai sobre o setor de costura, mas agora já é tarde...

 

 

segunda-feira, 16 de setembro de 2024

A NECESSIDADE DO EQUILIBRIO - MÃO DE OBRA versus EQUIPAMENTO

 

As metas de produção deverão sempre ter um “casamento” perfeito entre os recursos do grupo de trabalho, ou seja, mão de obra e equipamento. Vale lembrar que não adianta ter costureira e não ter máquina, assim como ter máquina e não ter costureira.

É comum encontrarmos fábricas com desequilíbrio de equipamento, por exemplo. Muito overlok para pouca reta, ou ao contrário. Geralmente os gargalos de produção acontecem em virtude do setor ter falta de algum tipo de máquina e excesso de outra. Isso faz com que o setor consiga “encaixar” todas as costureiras em máquinas, mas nas máquinas erradas.

Vou dar um exemplo com números para facilitar seu entendimento na afirmação que fiz acima –

 Imagine que estou fabricando uma regata. Ela tem a necessidade de dois tipos de máquinas – Galoneira e overlok. O tempo operacional das operações de overlok é igual a 2 minutos (unir ombros, fechar laterais), já o tempo de Galoneira é igual a 3 minutos (galão cavas, galão decote e barra). Suponhamos que tenho 4 overloks e apenas uma Galoneira. Nesse setor tenho 5 costureiras. Qual seria a meta desse produto por hora?

Se aplicarmos a fórmula de metas teríamos 4 costureiras no overlok e apenas uma na Galoneira. Os overloks produziriam 120 peças por hora e a Galoneira apenas 20 peças por hora. Por mais que as costureiras trabalhassem bem, perderemos mão de obra, em consequência desse gargalo de produção na única Galoneira, pois de que adianta produzir 120 peças nos overloks se pela Galoneira só conseguiremos produzir 20?

Perdemos mão de obra terrivelmente, fato esse que deixaria o custo operacional altíssimo.

Não podemos nos esquecer que a produção sempre deverá advogar em favor da peça pronta e nunca nas operações individualmente.

Nesse caso me atrevo a dizer que esse setor “jogou bem, mas perdeu o jogo”, pois as costureiras trabalharam muito bem nas operações, mas mesmo assim só produzimos aquilo que a Galoneira poderia ter feito...

 

 

segunda-feira, 9 de setembro de 2024

AS COSTUREIRAS SUMIRAM?

 

Tenho ouvido muito essa frase, dentro das confecções. Será verdade? Ainda não sei responder!

 Realmente tenho visto que as meninas que se lançam ao mercado de trabalho não querem mais ficar atrás de uma máquina de costura, preferem ficar atrás de um computador, afinal de contas, os tempos mudaram...

Se isso é uma realidade, deveremos tentar mudar essa atual situação, fazendo algo para atrair essa menina que não quer mais ficar atrás de uma máquina de costura.

Acredito que pouco se tem feito para que essa mudança ocorra. Posso contribuir com algumas ideias. Quero crer que, se a confecção começar a pagar um salário melhor para a costureira, por exemplo, isso poderá atrair essa mão de obra tão escassa. Outra coisa que poderemos adotar é montar escolinhas de treinamento para jovens que hoje não têm qualificação. Ainda acredito que vislumbrar para essa futura costureira um plano de carreira, onde ao longo do tempo ela poderá ter um crescimento na empresa onde trabalha, tornando-se uma modelista, uma líder, uma supervisora de produção, enfim algo que não limitará a sua função de costureira para o resto da vida...

Agora, se nada for feito, o mundo da confecção precisará investir muito em tecnologia, onde a costura se torne algo que não vai mais depender de costureiras, mas sim de robôs, que simplesmente costurarão as roupas com simples auxiliares que posicionem o tecido no local certo e a peça de roupa sai pronta...

Isso aconteceu, por exemplo, na indústria automobilística...

Vamos aguardar, pois enquanto isso não acontece, precisaremos das nossas costureiras.

 

quinta-feira, 5 de setembro de 2024

ROTINA - BOM OU RUIM PARA A PRODUÇÃO?

 

Sempre temos defendido, aqui nessa coluna, a importância do processo produtivo. Uma das lacunas de um bom processo é a rotina que se adota na produção.

A rotina faz parte do “processo produtivo”, ou seja, padronizar a operação para que sempre possamos fazer algo com eficiência. A padronização das operações, por exemplo, sempre será fundamental para realizarmos o produto com tempos compatíveis com boas eficiências. Isso nada mais é do que rotina.

Dessa forma advogo em favor dessa rotina, que será sempre algo saudável para a produção, porém, nunca nos esquecer de que ela não poderá jamais ir na contra mão da ideia de que se pode fazer melhor...

Só poderei fazer uma operação melhorar seu tempo de fabricação se fizer de forma diferente. Incoerência? Não!

Precisamos evoluir e essa evolução só vem se fizer diferente...

Conclusão – “Sempre poderei melhorar a forma de fazer algo, porém, para depois criar a rotina de sempre fazer igual”.

Isso chamo de gestão inteligente.