sexta-feira, 28 de junho de 2013

EVITAR VERSUS CORRIGIR


Evitar um erro no processo produtivo significa não permitir elevação de custos operacionais, ao contrário, corrigir erro significa custo já elevado. O problema já aconteceu, portanto só me resta lamentar.

Essa afirmação me parece obvia, porém, nem por isso as pessoas se preocupam em evitar erros e por mais estranho que possa parecer até gostam de mostrar que corrigem os erros, pois praticam o “apagar incêndio” e não evitar o incêndio.

Geralmente essas pessoas (na sua maioria líderes) tentam se mostrar eficientes arrumando o erro. Mal sabem que o importante é evita-lo e não corrigi-lo.

O grande problema é que todo erro já acontecido é pago pela empresa e desta forma contribuindo para um aumento de custos. Esse custo se mostra de diversas formas, tais como – retrabalho, desperdícios de mão de obra, desperdício de equipamento, quebras de equipamentos, etc.

O mais interessante nessa história é que geralmente o causador do erro é a falta de controle e acompanhamento por parte da liderança. Costumo afirmar que se o erro faz parte do dia a dia na fábrica dois são os motivos –

1.      Quem errou não sabia fazer. Posso afirmar nesse caso que faltou treinamento.

2.      Quem errou não teve o capricho em fazer certo. Nesse caso faltou comprometimento de quem errou além da falta de ação da liderança.

Tanto num caso como no outro a liderança falhou, pois não acompanhou o processo e se surpreendeu com o problema. O fato é um só, o erro aconteceu! Fato consumado! Problema à vista!

Para ser eficiente não posso permitir uma fábrica cheia de “bombeiros” apagando fogo o tempo todo, mas preciso de um treinamento forte para evitar que erros (muitas vezes primários) comprometam todo um resultado.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

O CUSTO OCULTO


Acredito que o grande vilão, quando se fala em custo (principalmente custo operacional) é o desperdício.

Muitos têm uma visão errada sobre desperdícios. Acreditam que, desperdício é apenas aquele material que é usado inadequadamente ou desperdiçado no meio do processo produtivo. Evidentemente que isso representa um grande desperdício, porém a grande perda, em uma empresa, está no não aproveitamento do talento das pessoas. A mão de obra mal utilizada é, nos dias de hoje, a maior perda que uma empresa pode enfrentar.

Empresários não conseguem enxergar que o seu funcionário deve ser um parceiro e não apenas um executor de tarefas. Sendo assim, permitem que a desmotivação tome conta do ambiente fabril e conseqüentemente o caos se instale em sua fábrica.

O custo oculto é como uma doença silenciosa, só se percebe quanto não existe mais cura.

Grandes organizações, nos dias de hoje, são vítimas desse mal que “quebra” empresas aparentemente saudáveis, pela falta de percepção de seus administradores. Aliás, essa falta de percepção é um mal que freqüentemente deixa essas empresas em apuros.

No setor produtivo de uma confecção, por exemplo, encontramos produtos mal trabalhados, pois os administradores ainda têm a escola do Taylor como ponto fundamental para os resultados. Podemos dizer que essa escola já está totalmente ultrapassada e com certeza não é o caminho mais curto para o sucesso.

O mais curioso é que esses administradores se limitam à reclamar dos maus resultados e acabam não buscando as verdadeiras razões desses maus resultados, simplesmente transferem para o piso de fábrica a responsabilidade dessa baixa performance.

Isso chamamos de custo oculto, pois fica difícil saber quanto se perde nessa maneira de administração, porém esse valor não é pequeno.

Na verdade, empresa que tem objetivos, metas claras e transparentes não pode se dar ao luxo de perder, sem ao mesmo saber o tamanho dessa perda, pois o mundo está exigindo empresas eficientes e acima de tudo “enxuta”.

Saiba empresário, que o custo oculto é o fantasma que poderá “incomodar” e fazer a diferença nesse mundo competitivo. Nunca poderemos nos esquecer de que os chineses vêm aí, com todo “gás” e trabalhar com funcionários motivados e comprometidos com os objetivos da empresa pode fazer com que você ganhe esse jogo.

Técnicas estão aí, à disposição (just-in time, kanban, kaizen, OPT. TEG), todavia se você não se mexer e principalmente treinar essa mão de obra, poderá ser uma vítima do custo oculto.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

A MORTE NA PRODUÇÃO



De nada adiantaria uma avalanche de pedidos se não conseguimos produzir ou mesmo ser eficiente no ato de se produzir.

Por incrível que possa parecer existem empresários que gostam de se enganar ou mesmo fazer de conta que não perceberam que as coisas não vão bem, mas nada fazem para modificar uma situação que o está levando a “morte”.

Não tenho medo de afirmar que atualmente a empresa que não for eficiente está fadada ao fracasso e consequentemente a beira do fim. Diria até que a ineficiência do setor produtivo é o começo desse fim.

Tenho visto, em minhas andanças, fábricas sem vibração, pessoal com um comprometimento perto de zero, produção acontecendo sem acompanhamento, líderes com vaidade acima do profissionalismo, tudo isso contribuindo para que exista uma ineficiência cruel, comprometendo resultados.

Isso é um fato! Dia após dia e a situação entrando numa zona de conforto total contribuindo para que simplesmente o empresário chegue ao fim do mês e repita a frase do mês anterior:- “Fechamos no vermelho”...

E aí? Que foi feito para reverter essa situação? Nada... Provavelmente o próximo mês a ladainha se repete e todos “conformados” começam a procurar os culpados... Culpados que nunca aparecem, pois sempre buscam desculpas para sua falta de atitudes, ação, providências...

Que pena! A concorrência é cruel, o governo não ajuda, o sindicato atrapalha, o piso de fábrica é fraco, o frio que não vem, o mercado que não está comprador, chega, chega de procurar justificativas para sua falta de visão verdadeira. Será que você empresário já olhou para dentro de sua fábrica com um olhar mais crítico?

Porque será que suas costureiras estão descompromissadas? Porque será que não existe motivação no setor de produção? Você já fez algo para atrair bons funcionários? Você investe em treinamento? Paga bons salários ou sempre diz com orgulho que paga a média de mercado? Suas líderes de produção têm participado das decisões ou simplesmente são multiplicadoras das suas ações que geralmente veem do seu achômetro?

As condições de trabalho da produção são as melhores para se obter os melhores resultados? Ou simplesmente você abastece o setor sem critério e depois acende quatro velas e reza três Aves Marias para que tudo dê certo conforme a necessidade?

Na verdade se a maioria dessas perguntas você não consegue responder com segurança acredito que você está mais para administrar uma igreja dessas que estamos acostumados a ver por aí do que administrar uma empresa de confecção.

Não se preocupe, ainda a tempo para você se corrigir... Acredite, mude de postura, não espere milagres, mas invista em treinamento, aproveite seu pessoal em todo potencial que tem. Não se esqueça de que produção poderá ser a alegria de sua fábrica se você tiver critério:-

1.      Conhecer o real potencial de sua fábrica.

2.      Valorizar todo funcionário principalmente como gente.

3.      Cobre, exija de todos. É isso que eles querem. Quando são cobrados se sentem importantes.

4.      Dê metas, mas metas com embasamento técnico. Não ache que é normal não atingi-las.

5.      Vibre com a fábrica. Comemore junto com o pessoal as vitórias por menores que sejam.

6.      Reserve uma parcela do seu orçamento para treinar as pessoas. O treinamento é a base para o sucesso de qualquer empresa. Lembre-se quanto mais gente preparada no chão de fábrica, melhores serão os resultados de sua empresa.

7.      Não tenha chefes, tenha líderes.

8.      Lembrar sempre que a impunidade é fator para outros problemas.

9.      Crie regras para seu sistema produtivo. Não permita que sejam “quebradas”.

10.  Seja transparente.

11.  Acompanhe a produção de hora em hora, para ter oportunidade de corrigir os desvios desses resultados. Lembre-se que o dia é longo. A produção deverá ser acompanhada em períodos pequenos.
 
Experimente! Você vai gostar, até porque tudo se transformará em resultado e você estará saindo da “beira da morte” na sua produção.

Coragem é o que você precisa nesse momento.

 

sexta-feira, 7 de junho de 2013

A CONFECÇÃO DOS SONHOS


Aos profissionais do ramo de confecção nem preciso dizer que esse tipo de indústria é um poço de problemas.

Profissionais mal treinados, líderes sem atitudes, costureiras lentas e sem comprometimento, administradores despreparados, fornecedores que não cumprem o combinado, enfim, haja paciência para conviver com esses obstáculos.

Acredito que o profissional que continua nesse ramo de atividade tem duas razões para tal:- gostam muito ou são loucos...

Como faço parte desse universo, tentarei simular um setor de produção de uma confecção perfeita:-

1.      Seus administradores sabem qual a real capacidade produtiva da fábrica e nunca vendem mais do que se pode produzir e não prometem datas impossíveis para o atendimento dos pedidos.

2.      As regras que regem o setor de PCP são literalmente seguidas, as compras são feitas na hora certa, os aviamentos sempre estão à disposição da produção, nunca interrompendo o processo produtivo.

3.       As ordens de fabricação sempre são emitidas com o apoio do pessoal de criação, onde a ficha técnica é um documento fielmente obedecido.

4.      Os custos operacionais são “enxutos”, pois foram praticados obedecendo ao departamento de engenharia que cronometrou o tempo de fabricação do produto em questão.

5.      As encarregadas de produção fazem um acompanhamento de hora em hora nos resultados e costumam usar esses números como ferramentas de trabalho.

6.      A transparência dos relatórios é uma coisa rotineira na vida dos líderes e os desvios dos resultados são trabalhados porque simplesmente ela (líder) tem atitudes.

7.      As costureiras foram conscientizadas e desta forma existe um comprometimento total com os resultados, a vibração faz parte dessas profissionais que respiram números.

8.      Os defeitos de fabricação são em número tão pequenos que acabam sendo irrelevantes no contexto final.

9.      A fábrica vive e transpira resultados, todos engajados no propósito de atingir metas, que buscam através de receitas de fabricação que são seguidas na íntegra.

10.   As regras nunca são quebradas, por ninguém, costureiras, líderes, encarregado e pessoal da administração.

Sonho essa fábrica? Pode ser! Mas vou continuar sonhando porque se não estaremos “jogando a toalha” e nossas reclamações passarão a se tornar rotineiras de forma que me acostumarei com o errado...

Pode ser que não exista o perfeito, mas o que não poderá deixar de existir é a busca pelo perfeito...

 

 

sábado, 1 de junho de 2013

FUTEBOL E PRODUÇÃO


Em época de Copa do Mundo, onde o assunto predominante é o futebol, aproveito para fazer uma comparação entre o esporte e a produção das nossas confecções.
 
Assim como no futebol a produção deverá ser regida pelo conjunto!

Um bom grupo de trabalho não é aquele que somente tem bons valores individuais, mas acima de tudo quando esses talentos individuais se transformam em grupos harmônicos.

Historicamente nos cansamos de ver times de futebol com craques inquestionáveis e com resultados desastrosos, pois falta conjunto. Advogo em favor da supremacia do conjunto, pois nem sempre a boa performance individual permite o bom desempenho do grupo. Na produção o fenômeno é o mesmo, nada adianta excelentes costureiras se não temos expressado em resultados finais, pela falta de harmonia desse grupo.

Quem ganha o jogo é o conjunto, onde os jogadores se conhecem até no olhar e exploram essa qualidade para obter resultado. Na produção, idem, onde as costureiras formam uma única unidade trabalhando as operações na medida correta atravez de uma receita de fabricação perfeita.

No futebol o técnico cria a jogada, na produção a líder cria uma receita de fabricação onde balanceia a diferença dos tempos padrões das operações.

Outra coincidência que encontramos é o “estrelismo”.  Muitos jogadores por serem acima da média acreditam que podem ser estrelas e estão acima do bem e do mal, não sabendo aproveitar, desta forma, todo seu potencial técnico. Na produção também temos aquela costureira que se acha insubstituível por ser boa, e ela sabe que o é! Acontece que nem sempre uma boa costureira é uma boa funcionária. Algumas são desagregadoras, prepotentes e se acham superiores aquelas que não têm tanta técnica, mas tem “coração”, vontade, disciplina e além de tudo garra para superar a falta de técnica.
 
Com certeza, no meu time é essa segunda quem joga.