sexta-feira, 25 de julho de 2014

A CONSCIENTIZAÇÃO DO FUNCIONÁRIO

Muito se fala em comprometimento do piso de fábrica para que possamos atingir números satisfatórios na produção. Porém, poucos se preocupam em conscientizar esse piso de fábrica.

A conscientização do processo ou das regras que queremos estabelecer é fundamental para a compreensão por parte das costureiras. É incoerente exigir um comprometimento se as pessoas envolvidas não sabem os porquês.

Porque mudar algo que vem sendo feito há anos! Porque criar regras e ter que seguí-las! Tudo precisa ficar muito claro para que se possa alcançar o resultado pré-estabelecido.

Tenho observado que as grandes soluções para resolver os problemas da fábrica vêem do piso da fábrica, das pessoas mais humildes, desde que estejam conscientizadas.

Toda vez que um grupo for formado deve-se fazer uma reunião de conscientização desses envolvidos, a fim de esclarecer seus objetivos, suas regras, seus compromissos, as alterações, ou qualquer outra novidade que passou a fazer parte desse funcionário.
Uma equipe consciente dos seus objetivos é uma equipe que poderá render muito mais, sem strass, incertezas ou dúvidas, pois tudo estará sendo feito de forma à não “pegar” ninguém de surpresa.

Podemos citar grupos que começaram a render todo seu potencial a partir do momento em que os líderes fizeram um trabalho de conscientização, através de reuniões que tinham única e exclusivamente o objetivo de informar, ensinar e principalmente explicar os porquês das mudanças.

O ser humano tem por natureza medo do “novo” e desta forma acaba “fugindo” das mudanças que são necessárias para se obter resultados, pois a empresa para continuar sendo a mesma precisa mudar eternamente. A mudança passou a fazer parte do dia a dia de qualquer empresa que queira vencer a luta contra seu concorrente. Partindo dessa premissa, seus colaboradores são os primeiros que precisam mudar. Melhorar qualidade, produtividade, atender cada vez melhor seu cliente, baixar custos operacionais, buscar métodos mais modernos de produção, enfim, mudar...

A base da mudança é a conscientização dos seus colaboradores que só assim poderão “vestir a camisa”, usarem a filosofia do KAISEN, e desta forma se “jogar” de cabeça em novos projetos.
  
A conscientização é um braço do treinamento que a produção poderá oferecer a sua costureira. Mais uma vez partiremos do topo da nossa pirâmide organizacional, pois já sabemos que toda mudança só terá força e poderá acontecer “de cima para baixo” e nunca ao contrário.

Encontramos muitos erros na composição dos custos operacionais e afirmamos que um dos motivos desses erros estão ligados diretamente à falta de conscientização dos envolvidos no processo produtivo, pois por não conhecer como o processo acontece acaba não rendendo o que pode.

                                  



                                                          



sexta-feira, 18 de julho de 2014

A COLHEITA EFICIENTE


Todos já ouvimos um ditado que é muito verdadeiro – “ colhe-se o que planta-se”. Pura verdade, se plantarmos uma semente sadia, teremos um fruto sadio, se a semente for doente, teremos frutos doentes...
Isso vale para tudo na vida, principalmente em nossas fábricas, mais precisamente na produção.
Como obter uma costureira eficiente se não investirmos em treinamento?
Da mesma forma pergunto – porque reclamar de uma líder fraca se a empresa não lhe deu “treinamento” para desempenhar bem seu papel?
Estamos falando em produção, mas essa afirmação serve para tudo.
O empresário, muitas vezes, acredita que investimento em treinar seu pessoal é “jogar dinheiro fora”. Afirmo com 100% de certeza que o melhor investimento que a empresa pode ter é em treinamento, pois somente assim os resultados poderão agradar.
Evidentemente que é necessário saber em quem se investe. Realmente esse investimento será inútil se não soubermos em quem estamos investindo!
A escolha é fundamental para se “gastar bem” esse dinheiro. Vai aqui algumas dicas em que poderemos aplicar corretamente o treinamento.
1.       É necessário que o funcionário seja uma pessoa com vontade de aprender.
2.       Também é importante saber se tem potencial para absorver esse treinamento.
3.       Muito importante é analisarmos seu comportamento no tempo em que está na empresa.
4.       Diria também que é relevante saber o que esse funcionário espera da empresa.
5.       Se percebermos que o funcionário “quer” ser treinado só para aumentar seus vencimentos é melhor escolher outro.
6.       Se está preparado para ter um compromisso real e verdadeiro com a empresa.
Enfim, são fatores que permitirão um acerto maior em relação ao treinamento.
Portanto, para colhermos bons frutos desse investimento é necessário plantarmos uma semente sadia...

 

sábado, 12 de julho de 2014

O PAPEL DO PCP NA INDÚSTRIA DE CONFECÇÃO

Podemos considerar o PCP o pulmão da fábrica em uma confecção. Esse departamento é na verdade o administrador da produção. De nada adianta termos um potencial forte no setor de costura se não temos o planejamento e mais seu acompanhamento.
PCP significa – planejamento e controle de produção, pois afirmo que tão importante quanto planejar é controlar a produção, acompanhando os desvios dos números ( que são fatos naturais dentro de um processo produtivo). Acontece que muitas vezes até temos um planejamento, mas falta o controle, falta o profissional para verificar se os números que foram projetados estão realmente acontecendo, daí a surpresa é grande quando “estouramos” o prazo de entrega dos pedidos. Faltou acompanhamento, ou seja, nosso PCP está sem o “C”.
Parece absurdo falarmos que uma confecção está trabalhando sem planejamento, mas é comum encontrarmos fábricas sem “decolar” por falhas nesse setor.
O profissional do PCP deverá ser uma pessoa altamente dinâmica que tenha foco em resultados e sua atuação no dia a dia seja uma regra que  dará oportunidade para trabalhar as mais diversas fases da produção de uma confecção.
Precisamos um departamento que acompanhe todo o processo desde a chegada do pedido até sua entrega, estudando cada fase desse pedido. Em muitos casos as fases são muitas – chegada do pedido, aprovação do setor financeiro, as ordens de fabricação que deverão ser emitidas a partir dessa aprovação, a consulta aos estoques tanto de aviamentos, matéria prima e estoque acabado, o corte, a costura, o acabamento e sua chegada à expedição, isso sem contar as fases que poderão ainda fazer parte do processo, tais como – bordados, estampadas, tinturaria, lavanderia etc.
Sendo assim, como alimentar corretamente uma produção sem o acompanhamento em cada uma dessas fases?  Além de tudo isso, esse acompanhamento deve ser diário, pois o processo é dinâmico e exigirá ações corretivas quando uma das fases atrasar (fato muito corriqueiro em nossas confecções).
O PCP é o departamento que deverá ter em mente algumas perguntas a responder –               
Quando produzir?
Como produzir?
Quanto produzir?
Todo potencial que a fábrica tem poderá ser anulado por um planejamento fraco que além de fraco costuma “cobrar” a produção como se fosse a responsável pelos atrasos nas entregas de pedidos aos clientes.
Senhor empresário não busque um profissional nesta área apenas pelo salário baixo, mas sim um profissional que possa dar o suporte que o operacional da sua fábrica está precisando, pois você até poderá ter um profissional de PCP para ganhar um salário pequeno, porém não será capaz de medir o que estará perdendo pela ineficiência desse “profissional”, afinal, nesse caso vale o velho ditado – “o barato sai caro”...
Seu PCP deverá ser um departamento que recebe, passa e filtra informações para cada setor do processo produtivo, isso não é burocracia (como se pensava no passado), mas sim informações que deverão ser o alicerce da fábrica. Costumo ouvir muitas vezes um diretor da empresa dizer – como terei um PCP se sou tão pequeno? Ignorância, pois o planejamento sempre deverá existir independente do tamanho da empresa, lembremos que até um alfaiate que trabalha sozinho, tem apenas uma máquina faz seu planejamento e trabalha de acordo com esse plano de trabalho.
Caso você não queira ter um PCP por ser “pequeno”, saiba que continuará sendo pequeno até que um dia seu tamanho será tanto “pequeno” que você sumirá do mercado...

                                                                                





sábado, 5 de julho de 2014

O GRUPO DE TRABALHO


Trabalhar em células ou grupos na produção não é tão simples como pode parecer.

Muito mais que um “amontoado” de pessoas funcionando máquinas sem critério a filosofia deverá ser diferente de um passado não muito remoto. Para ficar mais clara essa afirmação deveremos dividir o assunto em duas partes:- a técnica e a comportamental.

 
Técnica –

Como afirmo acima, precisamos ter um conceito novo de produção. Antigamente produzir significava costureira atrás da máquina usando todo potencial dessa máquina sem se preocupar com a necessidade dessa operação. Chegavam-se ao ponto de uma costureira nunca sair de uma máquina ou uma operação só porque ela era ótima nessa operação. Às vezes “inventava-se” serviços só para que a costureira continuasse nessa operação, não tendo desta forma, a visão para o produto, mas sim para a operação.

Absurdo!

Sempre advogo a favor do produto final e nunca da “parte” do produto, ou seja, de que adianta uma costureira pregar 1 milhão de mangas se não vendo mangas, mas sim camisas? As demais operações acompanham esse milhão de mangas? Se a resposta for negativa, estarei “jogando” mão de obra na lata do lixo.

Hoje produzir é acima de tudo fazer as operações equilibradamente sem acúmulos intermediários, não permitir que gargalos tomem conta do processo produtivo sob pena de elevação de custos operacionais.

A ferramenta que dispomos para tal tarefa é uma receita de fabricação que se incumbirá de trabalhar minutos certos para cada uma das operações do produto que se encontra em processo. Somente dessa forma evitaremos esse acúmulo de mercadoria entre as operações, pois posso afirmar que muitas vezes é melhor ter uma costureira trabalhando com uma eficiência de 70% numa operação onde ela não é craque ao mantê-la numa operação em que ela consegue 100% de eficiência, somente porque ela é ótima nessa operação.

Esse conceito precisará estar alinhado e de conhecimento de todos (líderes, costureiras e ajudantes). Nunca esquecer que produção é peça pronta e o setor deverá ter um único objetivo – mandar peças para o acabamento.

 
Comportamental –

De nada adianta termos a melhor técnica do mundo se não temos os elementos do grupo comprometidos. O comprometimento com resultados, com os objetivos da empresa é que acaba fazendo toda diferença no sucesso do grupo de trabalho.

Algumas pessoas poderiam me perguntar – como comprometer alguém com os resultados?

Realmente não é tarefa tão simples assim, mas posso afirmar que a base do comprometimento é a motivação. Quando falamos em motivação o assunto torna-se complexo, pois cada pessoa motiva-se de formas diferentes. O que motiva uma pessoa pode não motivar outra e assim por diante.

Essa afirmação nos faz pensar a necessidade que tem o líder em conhecer muito bem cada elemento da sua equipe, pois só assim ele conseguirá motivar cada um. Mas para todos a base da motivação tem como ponto de partida o respeito pelo ser humano, pelo profissional e mostrar à esse profissional que ele é importante para o seu grupo.

Conclusão –

Desta forma concluímos que tanto tecnicamente com comportamentalmente é muito importante a atuação do líder do grupo, pois não existe um grupo eficiente e com bom desempenho se na sua condução não existir um verdadeiro líder.