sexta-feira, 29 de abril de 2016

VAMOS "ENTENDER A PRODUÇÃO"

Situação grave quando um diretor da empresa diz para a produção: - “Tem que sair essa produção”.
Pergunto – “tem capacidade para sair”?

É muito fácil confundir – necessidade com capacidade. Existem empresários que não sabem a capacidade da sua produção ou não sabem fazer custos e desta forma acreditam que a produção deva fazer milagres. Afirmo – impossível.

Necessidade de faturar é coisa diferente daquilo que a produção pode realizar, muitas vezes a capacidade está sendo atingida plenamente, mesmo assim é insuficiente para atingir uma necessidade financeira. Digo alto e em bom tom – “isso não é problema da produção”. Isso é administrativo.

Esse fato, por si só, já é algo desmotivador, pois muito embora a produção esteja fazendo tudo que pode, ainda assim esse resultado não atende as necessidades, conclusão – massacrar a produção. Diria que isso é no mínimo injusto, ou ainda incapacidade de um diretor em enxergar tal situação.

Conclusão – insatisfação total nessa empresa.          
                            

Solução – acredito que esse diretor esteja precisando rever seus conceitos gerenciais e não se fala mais nisso...

sábado, 23 de abril de 2016

OPERAÇÕES EM MÁQUINAS X OPERAÇÕES MANUAIS

Um erro que se comete em nossas confecções é permitir que costureiras executem operações manuais. Parto do princípio que costureira deve “gastar’ todo seu tempo costurando e não fazendo operações que auxiliares deveriam fazer.

Acontece que quase nunca se estudam as operações manuais de um processo produtivo. Erro grave, pois se entre as operações de costura houver operações manuais e não for feita, fatalmente a máquina irá parar, pois não foi abastecida corretamente.

Cada tipo de produto que se fabrica deverá ter um estudo de tempo a parte, para determinar a quantidade de minutos necessários para atender as metas de costura e desta forma colocar mão de obra auxiliar para tal.

Toda vez que costureira desviar seu tempo de máquina para uma operação manual não terá os sessenta minutos de utilização de máquina e assim suas metas não poderão ser atingidas. Além do mais o salário de uma auxiliar é menor do que da costureira, portanto, mais um motivo para não deixar que isso aconteça, caso contrário o custo de fabricação está aumentando.

Agora se é opção da empresa em não admitir muitas auxiliares, aí deveremos somar os tempos de operações manuais às de máquinas para obtermos uma meta correta do produto, pois caso contrário estaríamos superestimando uma meta que passa a ser falsa. Quero deixar claro que não considero essa uma boa ideia, pois além de estar perdendo tempo em equipamento estou aumentando o custo operacional, até porque a auxiliar não sabe costurar, mas está entrando neste custo com o mesmo peso da costureira. Errado!



sexta-feira, 15 de abril de 2016

POLIVALÊNCIA

Uma necessidade fundamental para o setor de costura é que a costureira seja polivalente. As mudanças cada vez mais fortes obrigaram as confecções a adotarem rumos diferentes no processo produtivo.

No passado tínhamos poucos modelos e grandes quantidades de peças por modelo. A fábrica ficava dias ou até meses produzindo um único modelo, sem mudanças. Convenhamos que era fácil trabalhar dessa forma, bastava fazer um balanceamento entre as operações e tínhamos resultados satisfatórios. Portanto poderíamos ter costureiras que se aperfeiçoavam em apenas um tipo de máquina, até porque não precisava ser diferente.

Hoje vivemos uma realidade completamente inversa. Muitos modelos e pequenas quantidades de peças por modelo. Isso muda tudo, precisamos ser rápidos nas trocas de modelos, precisamos, antes de mais nada, uma dinâmica onde a maior exigência será a polivalência da nossa costureira, caso contrário não poderei produzir eficientemente o novo modelo, pois ele exige máquinas diferentes, operações únicas, enfim tudo novo.

Aconselho sempre meus clientes a trabalharem muito a polivalência da mão de obra para obter bons resultados. Me surpreende quando percebo que um grupo de trabalho não foi eficiente porque nesse dia a costureira da manga, por exemplo, faltou e não tínhamos outra para executar tal tarefa. Isso é no mínimo amador. Extremamente infantil quando uma costureira falta e a produção do grupo cai pela metade. Como? Se tínhamos um grupo com sete costureiras e a produção caiu pela metade porque houve uma única falta? Será que essa faltosa representava 50% do grupo? Claro que não!

Então porque essa queda tão brutal? Simples, não tínhamos outra costureira preparada para essa operação... E aí, justificar como os péssimos resultados desse dia?

Na verdade, o problema não foi nesse dia, mas sim aos que antecederam esse dia, quando ninguém se preocupou em preparar mais costureiras para mais tarefas diferentes. Faltou polivalência.

É desnecessário falar que a polivalência da mão de obra vem de treinamento. Precisamos treinar, preparar as costureiras para torna-las polivalentes, caso contrário ficaremos refém “daquelas costureiras” únicas que quando faltam ao serviço só falta parar a fábrica.


Novos tempos, novas costureiras. Tudo muda, inclusive a costureira que deixou de ser uma operadora de máquina para se tornar uma costureira na essência da palavra... 

sexta-feira, 8 de abril de 2016

CONTO O MILAGRE, MAS NÃO CONTO O SANTO

Quem acompanha frequentemente essa coluna sabe perfeitamente que tenho sido implacável com as lideranças da produção. Tenho sido duro e bem crítico no desempenho das funções dessa profissional, pois é notório que os bons resultados começam na boa performance da encarregada. Porém preciso ser duro porque infelizmente a grande maioria (para não dizer esmagadora) dessas encarregadas são fracas e sem condições de exercer um papel tão importante no sistema produtivo. Desta forma, costumo fazer críticas pesadas.

Sendo assim, quando encontro uma profissional que se destaca pelo seu carisma, capacidade de trabalhar “resultados” e têm nos números a base do seu trabalho, me realizo e fico mais crítico combatendo com mais força essas “ditas encarregadas” que encontro por aí.

Quero fazer aqui uma homenagem à uma encarregada que encontrei em certa empresa que presto consultoria.

É o exemplo de liderança, pois conduz seu grupo com maestria, ótima eficiência, ótima qualidade, tem atitudes para enfrentar os problemas do dia-dia, amiga das costureiras, porém sabe separar do profissionalismo, acima de tudo é justa e tem a equipe na mão.

É isso que precisamos, líderes dessa qualidade, que saibam enfrentar os obstáculos do cotidiano e assim transformar tudo em resultados, com bom humor, confiança, passando à equipe uma energia positiva.

Provavelmente se ela tiver a oportunidade de ler essa matéria saberá que estou falando dela.

Não importa seu nome, não importa a empresa em que trabalha, mas profissional dessa qualidade nos enche de prazer pelo trabalho.

Como disse contaria o milagre, mas não o santo.


sexta-feira, 1 de abril de 2016

A ESCOLHA DE UM PROFISSIONAL

Me surpreende os métodos usados, pelos empresários, para a escolha seus de futuros profissionais.

Geralmente o profissional escolhido é aquele que se contenta com um salário mais baixo. Isso é no mínimo lamentável.

Acredito que quando se busca um profissional (principalmente líderes) a escolha deva recair sobre alguém com competência, que atenda às necessidades, buscando números e resultados. Infelizmente esse quesito fica em segundo plano, como se o salário pretendido fosse o fator determinante nessa escolha. Uma pena!

Vamos por partes – vocês já devem ter ouvido falar que “o barato sai caro”. Isso é a mais pura verdade. O profissional “bom” deve ser valorizado e nada mais justo que ter um salário compatível com sua capacidade.

Depois também precisamos lembrar que se alguém “bom” se submete a ganhar um salário baixo, das duas uma – esse emprego será provisório até que encontre outro ou ele não é “bom” como se pensava.

Tenho ouvido empresários dizerem – “o salário pretendido é muito alto, não temos condição de pagá-lo”. Agora pergunto, os maus resultados, provocados pelo líder fraco, não custa dinheiro?

Penso que o custo x benefício pode esclarecer minha opinião – Se pago R$ 50,00 para um profissional, mas esse não me dá retorno, estou pagando muito, porém de pagar R$ 50.000,00 a outro que me dá retorno estou pagando o “justo”.

Vocês já viram profissional fraco dar resultado? Confesso que eu ainda não!

Como ficamos? Já está na hora do senhor empresário mudar esse conceito!

Precisamos de bons profissionais. E profissionais bons têm bons salários. E não se fala mais nisso.

No início do século passado Henry Ford disse – “A empresa para crescer precisa somente três coisas”: -
1º ter um produto com qualidade.
2º ter custo operacional baixo.
pagar os melhores salários.