sexta-feira, 27 de maio de 2016

PAGANDO O PATO

Quando a produção está ruim, seja qual o motivo, sempre acaba “sobrando” para a costureira, que se torna, muitas vezes, a" responsável"  pela fraca atuação de uma liderança irresponsável.

Os números não aconteceram como se imaginava, mas a encarregada joga toda responsabilidade à sua costureira, quando na maioria dos casos a própria líder é responsável pelo fracasso, pois sua falta de atitudes, de conhecimento ou mesmo sua vaidade não permitem que assuma o erro e busque correções.

Penso o seguinte – “quando uma equipe falha a maior responsabilidade é do seu líder”. Mas como admitir isso? E o eco?

Raciocine comigo: - se a costureira não é boa provavelmente é porque foi mal treinada. E quem a treinou? A líder. Num segundo caso a costureira é boa, mas não está comprometida. Aí torno a perguntar – “de quem é a responsabilidade”? Novamente a resposta é a mesma – da líder, pois se temos uma costureira sem compromisso com os resultados porque mantê-las na equipe?

Tudo isso são desculpas para justificar a incapacidade da encarregada que acaba usando a costureira para ser a "culpada" do desastre  em que se encontra a produção.

Costumo dizer que se a orquestra tem bons músicos, mas a música sai desafinada, troca-se o maestro, assim como o time tem ótimos jogadores, mas só perde jogo, troca-se o técnico.

Agora me sinto na obrigação de dizer ao empresário – “se sua fábrica tem boas costureiras e os resultados são ruins, troque a encarregada”. Não permita que use as costureiras para justificar sua incapacidade...


sexta-feira, 20 de maio de 2016

INFORMAÇÃO

A administração da fábrica deverá ter apoio nas informações para poder decidir com mais precisão. 

Curiosamente encontramos empresas que simplesmente não usam as informações como instrumento de trabalho e dessa forma acabam decidindo errado em assuntos que são vitais para o bom resultado.

Quando me refiro às informações estou abrangendo tudo que poderia mostrar a verdadeira situação, tais como – relatórios de produção, eficiência da fábrica, potencial do setor, receitas de fabricação, etc.

Acontece que existem líderes que não gostam de relatórios, controles, pois eles geralmente mostram o quão fraco são nossos comandantes da produção.

Tenho dito que a informação faz parte de um dos alicerces do sucesso da fábrica. Triste quando a administração da produção não sabe, sequer, a quantidade de peças que produz ou quando não sabe a quantidade que poderia produzir, tão grave quando não informa esses resultados à equipe de trabalho.

Infelizmente, em muitos casos, é melhor “não saber” o estrago. Tem gente que prefere se enganar, fazer de conta que está tudo bem, quando os números mostram a beira do abismo.

Acredite – as informações podem não ser aquelas que gostaríamos, porém se não soubermos a verdade não corrigiremos o que precisa ser corrigido.

O PCP, nessa altura do campeonato, deverá ser um informante para todo o setor produtivo. É aí onde todas informações poderão e deverão ser processadas a fim de alimentar toda cadeia produtiva.
Prefiro o excesso de informação do que sua falta.

Não se esqueça que somente uma empresa que “sabe onde está pisando” poderá enfrentar as dificuldades do dia a dia e desta forma enfrenta-las com mais chance de vencê-las.

Informe, controle, documente e terá mais rapidez em solucionar problemas...

sábado, 14 de maio de 2016

PROVAR O ÓBVIO

A coisa mais triste que existe na produção é ter que provar o óbvio. Acontece que esse setor (produção) está cheio de curiosos e ignorantes no assunto, portanto aquilo que parece claro, muitas vezes não é compreendido por esses idiotas. E, diga-se de passagem, o que não falta na produção é gente “que não entende nada”. O pior de tudo é que pensam que sabem...

Além do conhecimento técnico falta escola para esses “profissionais”, pois também não sabem matemática e não conseguem fazer uma leitura correta da produção. Já disse muitas vezes, produção não se mede pelo número de peças, mas sim pela eficiência. Se minha meta era 1.000 peças e produzi 900, esse número é menor do que as 500 que produzi, quanto minha meta era 500 peças. Parece óbvio, mas tem gente que não entende isso...

Falar em gargalos produtivos, então, é perda de tempo. Esses “grandes profissionais” nem sabem que significa isso.

Então entra em ação um “consultor” que sofre demasiadamente para tentar provar o óbvio.
Minha gente, nossas fabricas estão em mãos de pessoas sem a menor condição de gerenciamento. Uma pena! Os resultados certamente vão ficar abaixo do esperado e mais uma vez a empresa vai sucumbir. Os senhores poderão achar que estou exagerando, mas juro, encontro empresas sendo administradas dessa forma, onde o diretor, proprietário ou gerente não têm a noção do “estrago” que essa empresa vem sofrendo.

Já falei em outras oportunidades que gerentes deveriam conduzir as informações de maneira mais clara possível a fim de enfrentar os problemas mais rapidamente, mas parece que a maioria “anda na contramão”, esconde os problemas de medo que possam comprometer seu “maravilhoso desempenho” e desta forma os resultados são desastrosos.


Coitadas de nossas confecções...

sexta-feira, 6 de maio de 2016

A IMPORTÂNCIA DO AMBIENTE DE TRABALHO

A indústria de confecção se caracteriza pela falta de ambiente propício de trabalho para desenvolver bons resultados. Estou me referindo ao local onde estão montados esses layouts das fábricas. Não é raro entrar em confecções em “frangalhos”. Refiro-me ao prédio.

Fábricas mal iluminadas, mal ventiladas, provocando um grau de fadiga acima do suportável, principalmente num país como o nosso onde as temperaturas, muitas vezes, são muito altas. Não preciso falar que esse fator tem uma parcela significativa nos resultados negativos da produção, onde a costureira mais parece que está numa sauna do que numa fábrica. Como produzir? Quando chegamos ao final do expediente percebe-se que as pessoas estão num profundo grau de exaustão. Desumano!

Acredito que o empresário deve e pode tentar minimizar esse fator, criando um ambiente mais saudável para seus funcionários, ventilando a fábrica, deixando a iluminação mais eficiente, claro que estou falando de investimento nessa área, investimento esse que certamente terá retorno. Respeito ao funcionário.

Isso porque ainda não falei dos banheiros das nossas confecções. Que coisa horrorosa! Na maioria dos casos encontramos os banheiros completamente sem condições de higiene e o pior que ainda escuto alguns gerentes dizerem: - “são elas que sujam o banheiro dessa forma”.

Meu Deus! Não é porque alguém não tem educação ou higiene que deixaremos “todos” pagarem pela “porquinha” que existe na fábrica...

Senhor empresário está na hora que começar a dar atenção para esse tipo de coisa, pois saiba que quando seu funcionário percebe que está sendo respeitado e tratado como uma pessoa digna, renderá mais.

Não estou generalizando essa afirmação, pois também tenho encontrado fábricas onde esse ambiente é ótimo e acolhedor, simplesmente tento mostrar esse fato e dizer que isso também têm a haver com resultados na produção.


Aproveito a oportunidade, já que estamos abordando esse assunto, para lembrar que por trás das máquinas estão “pessoas”, que sentem, se emocionam, têm inteligência e acima de tudo precisam se sentir importantes no contexto geral e só conseguem ter boa performance quando percebem que são respeitadas como profissionais e acima de tudo como “gente”...