sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

A DIVERSIDADE DOS MODELOS NA CONFECÇÃO

 

O mercado vem mudando com uma velocidade incrível. As empresas precisam sempre estar criando modelos novos para manter suas vendas em alta. Isso é uma verdade, faz parte do processo evolutivo.

Acontece que a produção acaba não conseguindo, muitas vezes, acompanhar esse fenômeno.

Mudar a produção de um modelo para outro nem sempre é muito fácil. Já falamos nesse blog em outra oportunidade do custo de um setup produtivo.

Quando a fábrica está produzindo um modelo A qualquer e precisa mudar essa produção para um modelo B, a perda é inevitável por diversos fatores que comprometerão os resultados. Vejamos –

1.      A costureira está acostumada a fazer o A, terá que “se acostumar” a fazer o B. Isso as vezes, demanda tempo e habilidade dessa costureira.

2.      Na maioria dos casos deverá existir a mudança do layout para a produção do novo modelo, pois a sequência operacional é diferente, o que significa máquinas em posições diferentes, para otimizar o fluxo produtivo.

3.      Em certos casos o departamento de manutenção terá que regular o equipamento para o novo produto, mais uma vez, mexendo em resultados.

4.      A situação exigirá um estudo, por parte da liderança, desse novo produto, mais uma vez, corremos riscos de perdas.

5.      Outros fatores que podem comprometer a eficiência do setor, se não bem trabalhados.

Como podemos observar, toda troca de serviço é problema à vista para o setor produtivo, dessa forma essa diversidade de produtos, tão necessária para o setor comercial da empresa acaba muitas vezes sendo um perigo para a eficiência da nossa produção.

A solução é continuar enovando com muitos modelos até para existir um maior leque e oportunidades nas vendas, isso significa que precisamos aprender a trocar de modelos na produção sem que esse “estrago” no sistema produtivo não seja tão assustador e torne isso uma fábrica ineficiente, mas buscarmos métodos onde tenhamos um setup mais eficaz.

Minha sugestão é trabalhar com uma maior polivalência das costureiras e matarmos acúmulos de mercadoria entre as fases do processo, criando um fluxo naturalmente saudável.

Não é fácil, mas necessário para a vida da empresa.

Boa sorte nas trocas de modelos...

sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

A PIRÂMIDE HIERARQUICA

 

Um dos fatores que contribuem para o bom andamento da produção é a obediência à hierarquia. Isso é disciplina e dela não podemos abrir mão. Respeitar a hierarquia significa respeitar a liderança do setor.

Normalmente costuma-se quebrar esse item tão importante no processo de produção, mesmo que sem intenção em fazê-lo, mas o fato é que isso abre margem para futuros problemas no setor.

Vamos partir do princípio de que, se o setor é dirigido por uma liderança, isso por si só já mostra que ela deverá passar as ordens, informações ou mesmo qualquer outro assunto que diga respeito à sua equipe e nunca ser “cortada” por ordens paralelas, fato esse que acaba tirando a autoridade desse líder. Não é uma questão de ver “quem manda mais”, mas simplesmente organização.

Até mesmo o diretor ou dono da empresa deverá, sempre que precisar de algo de um determinado setor, se dirigir ao líder de tal setor e nunca ao funcionário. Parece coisa irrelevante, mas que certamente tem uma importância muito grande no que tange à disciplina.

Hierarquia precisa ser respeitada e ponto final. Não se esqueça, todo galinheiro tem um único galo responsável “pelo pedaço”...

quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

PRÊMIOS DE PRODUÇÃO

 

Sou muito questionado pelos meus clientes sobre “prêmios de produção”.

Acho interessante, pois é um grande motivador, sem dúvidas, desde que seja justo, palpável e acima de tudo muito transparente, para que o pessoal possa entender suas regras e  acompanhar os resultados.

Nada mais justo que os times de produção que alcançarem as metas traçadas sejam compensados com premiações, sejam monetárias ou não.

O grande problema é que existem empresas que parece que criam prêmios para não os pagar, usando uma política injusta, pois cria metas totalmente inatingíveis e dessa forma esse prêmio que poderia ser um grande motivador, acaba sendo um “tiro no pé”.

Para você ter um prêmio de produção deverá fazer um trabalho bem-feito na crono análise, tarefa essa que deverá ser exercida por um cronometrista. Crie padrões, determine metas e prove que poderão ser atingidas. Isso que chamo de prêmio justo.

A meritocracia, tão defendida por alguns gestores, nada mais é do que premiar os bons, valorizando dessa forma um trabalho que responde as expectativas.

Lembrar sempre que o prêmio de produção não é dado pela empresa, mais sim conquistado pelo “time da produção”.

Deverá ser baseado em resultados, onde analisa-se produtividade, qualidade, entre outros fatores que poderão fazer parte desse arsenal de informações a fim de valorizar um trabalho que atingiu um padrão ótimo.

A filosofia desse prêmio de produção não tem o objetivo de punir o ruim, mas sim valorizar o bom.

É importante salientar que existe uma seleção natural e os fracos não podem continuar prejudicando o trabalho dos fortes, pois quando o gestor não faz essa distinção, acaba perdendo os fortes.

 

segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

CONTRATAR OU TREINAR?

 

De repente a líder deixou a empresa em busca de novos desafios. Aí vem a pergunta, contratamos alguém com experiência ou deveremos dar oportunidade para “uma prata da casa”? Eis a questão!

Se a opção for contratar alguém “pronto”, a empresa deverá saber que a seleção precisa ser rigorosa e essa nova líder , mesmo sendo experiente, precisará de um tempo de adaptação para conhecer o novo desafio. Se a opção cair em dar oportunidade para que alguém seja promovido, então, o treinamento deverá ser intenso, a fim de preparar a futura líder.

Em ambos os casos sempre existirá risco de não dar certo, porém, é necessário enfrentar a realidade e não esperar milagres a curto espaço de tempo. É uma mudança e a empresa poderá passar por momentos delicados  com esse novo comando. Isso faz parte do jogo, mas com certeza depende muito de como a direção ou gerência vai acompanhar a nova líder.

Particularmente gosto muito de dar oportunidade para profissionais que já fazem parte do quadro de funcionários da empresa, principalmente se essa empresa tem uma política legal de “plano de carreira” para seus funcionários, mas lembrar sempre que o treinamento será fundamental para o sucesso.

 Não necessariamente uma boa costureira será uma boa líder de produção. Uma coisa é ser bom tecnicamente, outra coisa é saber comandar uma equipe, pois estamos falando de liderança, onde a maior qualidade de um líder deverá ser “comandar pessoas”...

quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

O SETOR DE ACABAMENTO

 

Tenho visto muita produção acumulada no setor que chamo de acabamento.

O acabamento é o setor da fábrica que se incumbe de executar as operações pós costura, ou seja, limpeza de fios, revisão, passadoria, embalagem e outras que alimentam a expedição de produtos para o cliente.

Erroneamente, quando falamos de produção, logo vem em mente o setor de costura. Eu digo erroneamente, pois nem só de costura vive a produção, mas sim o corte e o acabamento.

Talvez isso aconteça porque é justamente na costura o maior índice de problemas que a confecção enfrenta, não que o acabamento não tenha problemas, mas suas operações são mais simples e geralmente as operações são manuais, menos dependentes de equipamentos.

Pois bem, sendo assim, muitas fábricas não dão a devida atenção que esse setor merece. Basta isso para que tenhamos acúmulos e gargalos no setor.

Costumo alertar os líderes do setor que as técnicas e regras são as mesmas que adotamos na costura. Crono análise forte, tomada de tempos das operações, receitas de fabricação e metas deverão fazer parte dessa fase do fluxo produtivo, a fim de não corrermos o risco de “nadar o oceano inteiro e morrer afogado na praia”, ou seja, costurar tudo certinho, bom rendimento no setor de costura e não concluir esses bons resultados da costura, no acabamento.

O conjunto das operações do acabamento (revisão, passadoria, embalagem etc.) deverão ser praticadas conforme uma RF (receita de fabricação) para que tenhamos o equilíbrio dos tempos das operações e consequentemente metas atingidas.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

ESCOLINHA DE TREINAMENTO - PARTE II

 

Em outra oportunidade já havíamos mencionado a importância de manter uma escolinha de treinamento para formação de costureiras dentro da empresa de confecção, pois existe uma carência dessa profissional, no mercado de trabalho.

Pois bem, hoje vamos falar que essa escolinha não pode simplesmente se preocupar com a parte técnica, que vai adotar para formar a futura costureira, mas sim também a prepará-la para uma realidade que essa aprendiz vai encontrar no front. A vida dura que deverá enfrentar no dia a dia, quando estiver produzindo.

Essa futura profissional deverá estar ciente que sua luta será contra o tempo, a pressão para que alcance resultados satisfatórios fará parte de sua vida a partir de então. Deverá ser preparada para enfrentar todos os obstáculos comportamentais que terá em seu cotidiano. Deverá enfrentar líderes despreparados, outras costureiras que irão desencorajá-la, passará por um ambiente muitas vezes difícil de enfrentar, enfim essa escola não se limitará à treinar a se tornar uma boa costureira tecnicamente, mas sim uma pessoa que deverá saber conviver com todas as adversidades que a nova função lhe exigirá.

Dessa forma eu acredito que essa futura profissional além de aprender a costurar aprenderá a ser forte para que possa ter futuro nessa nova empreitada.

Perceba que estou falando de uma monitora muito capacitada para preparar o futuro dessa profissional...