É de extrema importância a gestão “entender” os resultados
de avaliação da performance da produção. Não basta simplesmente ter boa eficiência
no processo produtivo se não temos a peça pronta.
Estou afirmando, com isso, que nem sempre as altas
eficiências traduzem bons resultados. É obvio que precisamos ser eficientes e
atingirmos metas traçadas, porém de forma equilibrada. Você vai entender melhor
essa minha colocação no exemplo abaixo.
Vamos imaginar que tenho que produzir um modelo composto. Um
biquini, por exemplo. Ele só poderá ser vendido completo, ou seja, a calcinha e
o soutien, numa única embalagem. Muito bem, sendo assim, montei duas células
para essa produção, uma se responsabilizará pela produção da calcinha e outra
pelo soutien. Digamos que uma das células está com uma eficiência de 100%, mas
a outra, por qualquer motivo teve um rendimento baixo, 50%, por exemplo.
Nesse caso só poderemos entregar metade do nosso pedido,
pois se o produto é composto por 2 peças, de nada adiantou minha eficiência
estar 100% numa, se na outra, os resultados foram de apenas 50%.
Conclusão – tenho 100% de eficiência “numa parte” do
produto, mas apenas 50% na outra. Resultado – péssimo, custo operacional
elevado, números mascarados, pois jamais poderei comemorar esse 100% se a peça
não ficou pronta.
Isso caracteriza o péssimo trabalho da gestão da produção.
Não soube fazer a verdadeira leitura do resultado.
Sou defensor da afirmação do Goldrath, quando numa
oportunidade disse que: “a soma dos ótimos parciais não significa
necessariamente um ótimo final”. Esse exemplo acima não nos deixa pensar de forma
diferente.
Poderemos também contribuir para mostrar que isso é
verdadeiro com um outro exemplo:-
Vamos fazer uma camiseta com diversas operações – unir ombros,
pregar mangas, pregar gola, fechar laterais e fazer as barras. Imaginem que nas
três primeiras operações citadas acima obtivemos 100% de rendimento, porém nas
outras duas operações, por uma falta de acompanhamento da líder, não foram
feitas. Eu jamais poderei me contentar com esse 100% das três primeiras
operações, pois não tive a peça completa, fato esse que inviabilizou a entrega
do pedido.
Nesse segundo exemplo a leitura da produção também foi feita
de forma errada e mentirosa.
Nunca podemos nos esquecer :”produção é peça pronta”. É por
essa razão que devemos sempre costurar com equilíbrio e não advogar sobre
operações isoladamente, mas sim focando o conjunto das operações, ou seja, a
peça completa. Caso contrário estamos simplesmente “mascarando” os resultados...