quinta-feira, 25 de julho de 2024

SABER LER OS RESULTADOS

 

É de extrema importância a gestão “entender” os resultados de avaliação da performance da produção. Não basta simplesmente ter boa eficiência no processo produtivo se não temos a peça pronta.

Estou afirmando, com isso, que nem sempre as altas eficiências traduzem bons resultados. É obvio que precisamos ser eficientes e atingirmos metas traçadas, porém de  forma equilibrada. Você vai entender melhor essa minha colocação no exemplo abaixo.

Vamos imaginar que tenho que produzir um modelo composto. Um biquini, por exemplo. Ele só poderá ser vendido completo, ou seja, a calcinha e o soutien, numa única embalagem. Muito bem, sendo assim, montei duas células para essa produção, uma se responsabilizará pela produção da calcinha e outra pelo soutien. Digamos que uma das células está com uma eficiência de 100%, mas a outra, por qualquer motivo teve um rendimento baixo, 50%, por exemplo.

Nesse caso só poderemos entregar metade do nosso pedido, pois se o produto é composto por 2 peças, de nada adiantou minha eficiência estar 100% numa, se na outra, os resultados foram de apenas 50%.

Conclusão – tenho 100% de eficiência “numa parte” do produto, mas apenas 50% na outra. Resultado – péssimo, custo operacional elevado, números mascarados, pois jamais poderei comemorar esse 100% se a peça não ficou pronta.

Isso caracteriza o péssimo trabalho da gestão da produção. Não soube fazer a verdadeira leitura do resultado.

Sou defensor da afirmação do Goldrath, quando numa oportunidade disse que: “a soma dos ótimos parciais não significa necessariamente um ótimo final”. Esse exemplo acima não nos deixa pensar de forma diferente.

Poderemos também contribuir para mostrar que isso é verdadeiro com um outro exemplo:-

Vamos fazer uma camiseta com diversas operações – unir ombros, pregar mangas, pregar gola, fechar laterais e fazer as barras. Imaginem que nas três primeiras operações citadas acima obtivemos 100% de rendimento, porém nas outras duas operações, por uma falta de acompanhamento da líder, não foram feitas. Eu jamais poderei me contentar com esse 100% das três primeiras operações, pois não tive a peça completa, fato esse que inviabilizou a entrega do pedido.

Nesse segundo exemplo a leitura da produção também foi feita de forma errada e mentirosa.

Nunca podemos nos esquecer :”produção é peça pronta”. É por essa razão que devemos sempre costurar com equilíbrio e não advogar sobre operações isoladamente, mas sim focando o conjunto das operações, ou seja, a peça completa. Caso contrário estamos simplesmente “mascarando” os resultados...

 

quarta-feira, 17 de julho de 2024

RECLAMAR OU AGIR?

 

Reclamar de fatos que contribuem para maus resultados é fácil, aliás uma prática comum em nossas confecções.

Sugiro que os gestores mudem o foco e ao invés de gastarem tempo com reclamações e lamentações gastem esse mesmo tempo com soluções, quando os problemas aparecerem, ou melhor ainda, trabalhem para que os problemas não apareçam.

É curioso que sempre se busque um responsável pelo mau resultado, mascarando dessa forma, o verdadeiro fato que contribuiu para a ineficiência. Simples, problema não esclarecido verdadeiramente, o insucesso volta a acontecer. Parece obvio, mas infelizmente o despreparo de lideranças medíocres comprometem custos de fabricação que por sua vez ficam fora do mercado por estarem desperdiçando mão de obra, no processo de fabricação.

Reclamar ou agir? Eis a questão!

Percebo que um dos fatores marcantes, na administração da produção, é a falta de atitudes por parte dos gestores. Até parece que gostam de ficar numa zona de conforto total, acreditando que vai sair um coelho da cartola e pronto, como num passe de mágica o problema estará resolvido. A coisa não é bem assim! Lembrem-se que o tempo não para e enquanto não “colocar a mão na massa” o problema não será solucionado.

Ação, atitude, é o mínimo que se espera de um gestor de produção...

 

quinta-feira, 11 de julho de 2024

A IMPORTÂNCIA DA BOA COMUNICAÇÃO

 

Muitos problemas poderiam ser evitados, na produção, se a comunicação entre a liderança e seus comandados, fosse clara e bem-feita. Digo isso, pois percebo que parte dos erros que comprometem os resultados acontecem por falta de compreensão ao que foi comunicado.

O líder deverá saber que nem sempre sua voz de comando é bem interpretada pelo seu comandado, dessa forma, sempre é interessante que a liderança busque um feedback para se certificar que a ordem foi bem compreendida.

Saiba que nem sempre o comandado tem a mesma capacidade de entender aquilo que, para você (líder) parece obvio. Muitas vezes precisamos ser repetitivos, mas é uma necessidade que deverá ser praticada, pois vai custar muito mais barato a repetição do que a correção de uma ordem mal interpretada.

Muitas vezes os erros são involuntários, mas podem contribuir para a elevação dos custos operacionais. Ajude sua equipe, depois de uma explicação, procure criar uma condição que lhe dê certeza de que suas “ordens” foram perfeitamente compreendidas.

Sempre advoguei em favor de ter líderes com boa comunicação na produção, seja claro, transparente e certamente conseguirá ter uma ferramenta a seu favor, no que tange resultados...

quarta-feira, 10 de julho de 2024

CONSEQUÊNCIAS DE UM PASSADO SEM VISÃO

 

Acredito que os gestores de produção de uma confecção são vítimas de um passado que

não se preocupou em trabalhar melhor os recursos dos equipamentos, contribuindo para que o processo produtivo fosse muito dependente do operador.

Ao longo do tempo a confecção perdeu para outros segmentos da indústria, no que diz respeito à tecnologia. Enquanto outros segmentos investiam em equipamentos modernos, preparando melhor seu parque fabril, com objetivos claros de baixar custos operacionais, a indústria de confecção ficou refém cada vez mais de costureiras operando de forma primitiva suas tarefas.

Esse processo ultra manufatureiro fez com que limitássemos nossos resultados, pois enquanto numa empresa metalúrgica, por exemplo, a máquina “puxa” o homem, na confecção é o homem que “puxa” a máquina. Isso “muda” tudo...

Parece (quero crer) que aos poucos as coisas começam a mudar, pois enxergo em alguns ramos de confecção, (mesmo lentamente) uma mudança.

Hoje já existem máquinas de costura mais preparadas para modificar essa situação. Ufa, viva a tecnologia que muito breve vai nos libertar simplesmente da habilidade da costureira...

Vamos aguardar...

sexta-feira, 5 de julho de 2024

JOGAR DINHEIRO NO LIXO...

 

Tenho defendido fortemente a necessidade de se investir em treinamento, na indústria de confecção. Chego a dizer que esse é o melhor investimento que a empresa pode fazer, preparar melhor o seu time. Isso é indiscutível!

Acontece que nem sempre esse investimento trás os resultados esperados. Mas por que isso acontece? Simples, porque escolhemos as pessoas erradas para treinar.

O treinamento é retorno certo, mas poderá ser um desperdício de dinheiro se não houver absorção por parte do treinando.

Para escolher as pessoas certas a serem treinadas é importante alguns cuidados fundamentais, tais como, fazer algumas perguntas básicas:-

1.        A pessoa a ser treinada, quer receber o treinamento?

2.        Tem capacidade para absorvê-lo?

3.        Quais foram os fatores que fizeram que acreditássemos que tal pessoa pode ser bem aproveitada na função?

4.        O que essa pessoa tem como objetivo profissional?

5.        O que a empresa tem para oferecer ao treinando, depois de prepará-lo?

Se alguma dessas cinco perguntas tiverem resposta negativa, você escolherá a pessoa errada para tal treinamento, ou seja, jogando dinheiro na lata do lixo...