O QUE MOTIVA UM FUNCIONÁRIO?

 

Tratar o assunto motivação é algo, no mínimo, complexo! Por que digo isso? Simplesmente porque o que motiva uma pessoa, não necessariamente, motiva outra. As pessoas são diferentes, seus sonhos não são os mesmos, seus ideais são singulares, enfim, posso dizer que motivação está “ligado” à sonhos que traçamos ao longo de nossa existência, como seres humanos.

Mas, já que o assunto, que escolhemos hoje é esse, vamos levá-lo ao ambiente corporativo.

Muito difícil motivar um operário que mal tem suas necessidades básicas atendidas, num país onde não temos saúde, educação, segurança e uma vida digna de um cidadão decente,  na maioria dos casos. É meus leitores, temos que ser muito criativos para acender essa chama motivacional, que deveria ser o alicerce de qualquer trabalhador.

Sendo assim, cabe aos gerentes, gestores, líderes e administradores em geral criar mecanismos para atuar nesse sentido.

Primeiramente seria importante saber dentro de um processo fabril, o que motivaria, por exemplo, as costureiras de uma confecção? Qual seria sua motivação em produzir uma peça a mais? Não vamos ser hipócritas, ou vocês acham que ela estaria preocupada em “baixar o custo operacional da peça”, produzindo mais? Ou ainda o que ela ganharia com isso se a empresa em que trabalha "ganhe o pedido de um concorrente”? Ou mesmo se o nosso cliente vai nos premiar com um “diploma de melhor fornecedor”?  O que isso tudo mudaria em sua vida? Nada...

Então o que poderia motivar essa nossa colaboradora?

Talvez mostrar para a mesma que a realização de um bom desempenho vai dar a ela uma garantia e segurança da manutenção do seu emprego, ou ainda, não só garantia e segurança de manutenção desse emprego, mas também a  chance de, quem sabe uma promoção, que automaticamente faria crescer seus rendimentos? Pode ser que isso à motive, mas não é uma garantia. Quem sabe, se mostrássemos que ela seria mais respeitada e admirada pelos colegas de trabalho, assim como pelos seus superiores? Talvez isso também seria importante para aumentar sua motivação?

A postura da liderança em relação ao trabalho da subordinada poderá ser um ponto também de fazê-la feliz?

Como falei, é um assunto complicado. Vejam que ainda não falei de dinheiro, até porque acredito que dinheiro não é um motivador, mas ele é um incentivador que poderá ajudar no aumento de desempenho de qualquer profissional. Eu diria que dinheiro é um mal necessário. Meritocracia, provavelmente a palavra ideal, nesse caso, produziu mais, ganhou mais! Isso seria justo, mas não garante motivação...

Mas vou me arriscar, com toda minha falta de doutorado no assunto, dizer que, o que motiva realmente um profissional é acima de tudo ele AMAR O QUE FAZ, o resto acaba sendo consequência disso...

 

PLANEJAMENTO

 

Nenhum setor de produção, dentro de uma indústria de confecção, poderá obter resultados sem um planejamento. Isso parece obvio, mas por mais incrível que possa parecer, não é bem assim que a coisa funciona.

A falta de um plano de trabalho é um grande causador de custos operacionais altos, fato esse que torna o produto fora de mercado, no que tange à preço, pois nunca podemos nos esquecer que o sucesso de qualquer empresa é ter um produto com qualidade, mas com preço competitivo.

Quando não temos um plano de trabalho bem definido perdemos muita produção, pois o operacional se perde, por exemplo, no mix de produtos, além de desperdício muito grande pela indefinição de layout ou mesmo um setup demorado.

Um dos pontos fortes, no processo produtivo, é ter uma sequência contínua e ininterrupta no processo de fabricação, a fim de otimizar o fluxo da mercadoria dentro sistema, nunca interrompendo a sequência operacional, fato esse que seria impossível sem um planejamento eficiente.

Muito comum, nas confecções, terminar uma produção e só depois buscar continuidade no próximo produto a ser fabricado, quando na verdade o correto é sempre saber com antecipação “qual o próximo modelo” que faremos, quando o atual terminar...

Um PCP resolveria esse problema, mas ainda existem fábricas que nem sequer sabem o que significa isso. PCP – Planejamento e Controle de Produção.

Planejo e controlo o que estou produzindo.

Quando produzir, quanto produzir, como produzir, onde produzir?  Quando tenho respostas para essas perguntas tenho como orientar com sucesso o operacional. Esse é o primeiro passo para ter bons resultados e dessa forma utilizar da melhor maneira possível meus recursos, dentro da fábrica, tanto de equipamento quanto de mão de obra...

POR QUE A LIDERANÇA É TÃO IMPORTANTE

 

De uma forma errada, num passado não muito distante, acreditava-se que um grande líder era aquele que dominava totalmente a parte técnica do processo. Isso era o bastante para ser chamado de líder. O tempo passou e nos mostrou que para que alguém seja chamado de líder é necessário muito mais...

O mundo mudou, ou está mudando muito rapidamente. A mídia envolvente dos dias de hoje, a evolução na tecnologia, as exigências do consumidor, os meios de comunicação cada vez mais rápidos, a internet, enfim com tanta mudança não podemos mais ficar “amarrados” à um passado, precisamos “entrar nesse mundo de mudanças”.

Essa mudança vai exigir de cada cidadão um comportamento diferente, mais arrojado, mais forte para enfrentar a concorrência cada vez mais dinâmica. Sendo assim, o “novo líder” deverá não mais se preocupar somente com a técnica em fazer algo, mas principalmente com as pessoas que estão fazendo algo.

A postura desse novo líder deverá ser completamente diferente daquele que, no passado cobrava seus subordinados com o “chicote na mão” e com sua agressividade buscava resultados a qualquer custo. Claro que ele precisa continuar cobrando, acompanhado os resultados, mas de uma forma completamente diferente. Ele precisa motivar sua equipe, precisa lançar desafios aos subordinados, mas de uma forma que o incentive a melhorar a cada tarefa realizada.

Cada um dos seus subordinados precisa sentir sua importância, além de ser valorizado, respeitado, pelo líder, não apenas como um coadjuvante, mas como artista principal desse grande espetáculo que é o trabalho que realiza.

Perceba então, meus leitores, o tamanho da responsabilidade do líder... Tudo isso é muito difícil, pois somos singulares como pessoas.

Cabe ao líder conhecer profundamente sua equipe, para que mesmo com as mesmas regras, cada um seja atingido de forma única e singular. Dessa forma ocupar um cargo de líder, nos dias de hoje é muito mais complexo do que no passado.

Sempre digo que o líder deve ter em seu DNA algo que já vem pronto, porém, nunca poderemos desprezar a necessidade de treiná-lo, para poder aproveitar as características que já traz desde seu nascimento.

Ser líder não é uma profissão, é um “dom”.

O líder não tem medo de colocar “sua cara à tapa”, nem tampouco medo de errar, mas é o “capitão do time” e sabe arrastar atrás de si sua equipe, encorajando-a, motivando-a a acima de tudo valorizando cada vitória que seu time conquiste, por menor que ela seja...

 

UM TRIPÉ DE SUCESSO

 

A muito tempo atrás Henry Ford, com sua visão fantástica, já tinha dito que o sucesso de qualquer empresa estava condicionado a três fatores –

1º Ter um produto com qualidade.

2º Custos operacionais baixos.

3º Pagar os melhores salários.

Vejamos, o primeiro seria ter um produto com qualidade. Sem dúvidas, ter um produto com qualidade superior deixa qualquer empresa em vantagem no que tange à concorrência.

Segundo, todo produto com qualidade que apresente um bom preço, também reduzirá a chance dos concorrentes e convenhamos, para ter um produto com bom preço o único caminho é ter um custo operacional reduzido.

Terceiro, para ter um produto com boa qualidade e bom preço, somente será possível com bons profissionais e para ter bons profissionais a empresa precisará pagar os melhores salários. Quando a empresa paga ótimos salários a probabilidade de ter os melhores profissionais é bastante grande.

Impossível ser melhor, na qualidade, no custo operacional sem o melhor profissional...

Normalmente a empresa sempre buscará ter um produto com qualidade, sempre tentará ter melhor custo operacional, para ter bom preço na venda do seu produto, mas nem sempre se preocupa em ter os melhores profissionais, pois quase sempre está querendo pagar um salário “do mercado”.

Aí, eu pergunto, o que atrai o melhor profissional a trabalhar numa empresa que busca qualidade melhor, preço melhor, mas não paga por essas vantagens que esse profissional vai entregar?

Difícil, pense nisso...

 

 

 

 

OS AVENTUREIROS

 

Existem confecções que são administradas por verdadeiros aventureiros. Acreditam que vai acontecer um milagre e todo problema da sua má administração vai ser resolvido.

Tenho visto, em minhas andanças, que seus gestores não têm sequer um controle para avaliação de resultados, aliás em se falando de resultados, são totalmente desinformados – não sabem o quanto estão produzindo, não sabem o quanto poderiam produzir, enfim trabalharam sem nenhum relatório que possa servir de ferramenta informativa.

Chamo isso de aventureiro. O planejamento de produção inexistente também leva à uma desinformação no que tange às finanças. Aí  o bicho pega pesado!

Me pergunto :- “como essa empresa ainda está viva”? Provavelmente se arrastando e com dias contados, pois nada funciona sem um plano de trabalho e uma programação para alcançar esse planejamento.

TIPOS DE GARGALOS OPERACIONAIS

 

Os gargalos de produção são os causadores de interrupção no fluxo de mercadoria dentro do processo de costura. Isso é fácil de constatar à medida em que os acúmulos de peças entre as operações começam a serem notados.

Esses gargalos podem ter diversas origens. Basicamente podem ser provocados por operações naturalmente mais complexas em comparação com as demais da peça que está sendo fabricada, assim como podem se originar na falta de algum equipamento, cuja operação exige mais tempo para ser fabricada. Nesse segundo caso, para esclarecer, vou dar um exemplo – A operação exige 75 minutos  de fabricação por hora e só tenho uma máquina, para tal operação. Isso significa que tenho apenas 60 minutos, ou seja, tenho um déficit de 15 minutos. Conclusão – gargalo a vista...

Seja como for, gargalo precisa ser eliminado, caso contrário contribuirá para o aumento de custo operacional, provocado pela perda de mão de obra.

Se o problema for uma operação complexa, a solução seria estudar uma maneira de simplificar tal operação, a fim de reduzir o tempo dela. Esse estudo deve ser feito no momento da criação do modelo. Agora se o problema for a falta de um equipamento temos duas saídas – ou compra-se  mais máquina  ou reduz-se o número de costureiras do grupo para equilibrar tempo máquina versus tempo mão de obra, dessa forma equalizo os dois pontos.

Lembrar sempre que é o gargalo que determina o potencial da produção da sua fábrica. Portanto toda atenção para não perder mão de obra sem perceber, ou só perceber no momento de “fechar a conta”...